Presidente do Equador sob críticas após declaração sexista
2 de fevereiro de 2020
Lenín Moreno afirmou que mulheres só denunciam casos de assédio quando cometidos por homens feios. Comentário gera reações negativas nas redes sociais, e mandatário pede desculpas por "minimizar" violência contra mulher.
Anúncio
Após ser alvo de uma enxurrada de críticas nas redes sociais, o presidente do Equador, Lenín Moreno, pediu desculpas neste fim de semana por suas declarações controversas sobre violência contra a mulher, negando que sua intenção tenha sido "minimizar" esses abusos.
"No meu comentário sobre assédio, não pretendia minimizar um assunto tão sério como violência ou abuso. Peço desculpas se foi entendido dessa maneira. Rejeito a violência contra as mulheres em todas as suas formas!", escreveu Moreno no Twitter neste sábado (01/02).
Durante uma reunião com empresários – a maioria homens – na sexta-feira na cidade de Guaiaquil, o mandatário declarou que homens estão sob constante perigo de serem acusados de assédio e que mulheres apenas denunciam casos de abuso quando cometidos por homens "feios".
"Os homens estamos constantemente sujeitos a acusações de assédio. Eu vejo que as mulheres muitas vezes denunciam os assédios, é verdade, e é bom que o façam. Mas às vezes vejo que se enfurecem com aquelas pessoas feias", disse Moreno.
Ele continuou: "Isso quer dizer que assédio é quando vem de uma pessoa feia, mas se a pessoa é bem apresentada de acordo com os cânones, elas não costumam pensar necessariamente que seja um assédio."
O presidente equatoriano completou que, no caso de um homem de sua idade, 66 anos, não seria assédio sexual (acoso em espanhol), mas "ocaso sexual".
Um vídeo de apenas 36 segundos com as declarações controversas de Moreno foi divulgado nas redes sociais logo após a Secretaria de Comunicação do país ter emitido um comunicado à imprensa sobre sua participação na reunião com investidores, da qual participaram centenas de pessoas – incluindo muitas mulheres.
As imagens logo viralizaram na internet e geraram uma avalanche de críticas por parte de ativistas, organizações e usuários das redes sociais.
A ativista de direitos humanos Lolo Miño foi uma das mulheres a rechaçar o comentário do presidente equatoriano, questionando ainda sua capacidade de governar. "É uma questão de saber se uma mulher se sente à vontade com os avanços, não se o cara é bonito ou não. Às vezes duvido que ele seja capaz de comandar o país. Vergonha", afirmou.
Flavia Tello, coordenadora do grupo Task Force Interamericano sobre Liderança das Mulheres, disse ser "inadmissível que agressores sejam vitimados". "Nem feios nem pobrezinhos. Tampouco se admite culpar as verdadeiras vítimas. Nem provocativas nem histéricas. Estou farta de estereótipos que colocam o foco da violência machista a partir da perspectiva misógina", escreveu.
Por sua vez, a organização Mujeres por el Cambio afirmou no Facebook: "Não, não, presidente Lenín Moreno, não é que agora tudo pareça assédio às mulheres, é que a homens como você nunca pareceu ruim assediar! Rejeitamos suas declarações violentas."
Sabia que uma atriz de Hollywood inventou a base da telefonia por celular? Conheça mulheres que revolucionaram a ciência com suas pesquisas, descobertas e inventos – do filtro de café a sistemas de computação.
Foto: picture alliance/IMAGO
Hedy Lamarr e a transmissão de dados sem fio
Ela e o compositor George Antheil inventaram um sofisticado sistema de comunicação para despistar radares, patenteado em 1942 por George Antheil e Hedy Kiesler Markey, nome original da atriz austríaca. Hoje, o "frequency hopping" (alternância de frequência) é base da moderna comunicação por espalhamento espectral. Essa técnica é usada nos protocolos Bluetooth, Wi-Fi e CDMA.
Foto: picture-alliance/ dpa
Ada Lovelace, primeira programadora
Já no início do século 19, Ada Augusta King, condessa de Lovelace (1815-1852), delineou o mundo dos computadores de hoje com sua invenção. Em 1835, a matemática inglesa desenvolveu um programa complexo para um computador mecânico nunca concluído, o "mecanismo analítico". Foi a base para as linguagens de programação posteriores, o que a tornou a primeira programadora do mundo.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Barbe-Nicole Clicquot, "Grande Dame" do champanha
A francesa Barbe-Nicole Clicquot (1777-1866) inventou o método hoje conhecido como "remuage": as garrafas de champanhe são armazenadas com o gargalo para baixo e agitadas e giradas com regularidade, para que os sedimentos da levedura se depositem junto à rolha provisória. Isso garante uma bebida clara, sem a perda da efervescência.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Remy de la Mauviniere
Josephine Cochrane e a máquina de lavar louça
Se não fosse essa americana rica, muita gente ainda estaria brigando para decidir quem lava a louça. Josephine Cochrane (1839-1913) gostava de organizar festas e se irritava com os empregados, que com frequência quebravam os pratos. Para zelar por sua fina porcelana, ela patenteou a máquina de lavar louça em dezembro de 1886.
Foto: public domain
Marie Curie, a primeira Prêmio Nobel
Marie Curie (1867-1934) é uma das mais importantes cientistas da história. A polonesa naturalizada francesa foi a primeira mulher a ganhar um Nobel, ao lado do marido, Pierre Curie, em 1903, por suas pesquisas na área da física. Em 1911, ganhou o Nobel de Química. Ela pesquisou a radioatividade e descobriu os elementos químicos polônio e rádio.
Foto: picture-alliance/empics/PA Wire
Melitta Bentz e o filtro de café
Quando a mãe e dona de casa alemã Melitta Bentz (1873-1950) tomava café, ela sempre se incomodava com os irritantes grãozinhos entre os dentes. Certo dia, ela espontaneamente pegou o mata-borrão dos cadernos dos filhos, colocou-o em uma lata perfurada e serviu o café. Assim nasceu o filtro de café, que foi patenteado por ela em 1908, quando tinha 35 anos.
Foto: DW
Grace Hopper, pioneira da computação
A cientista da computação Grace Murray Hopper (1906-1992) ensinou o computador a falar. Enquanto os pioneiros da computação ainda se comunicavam em uma linguagem enigmática, esta pioneira já transformava os programas de computador de código binário em linguagem compreensível. Ela desenvolveu a linguagem de programação que serviu de base para a criação do Cobol (Common Business Oriented Language).
Foto: picture-alliance/Newscom/J. S. Davis
Gertrude Elion, pioneira da medicina
Quando o avô da americana Gertrude Belle Elion (1918-1999) morreu de câncer, ela decidiu pesquisar a doença. A bioquímica e farmacologista fez contribuições significativas para o avanço da quimioterapia, ao desenvolver uma droga usada para tratar a leucemia até hoje. Em 1989, ela recebeu o Nobel de Medicina.
Foto: CC By Unbekannt 4.0
Mária Telkes e a energia do futuro
Durante a Segunda Guerra Mundial, a cientista húngaro-americana Mária Telkes (1900-1995) inventou uma usina de dessalinização movida a energia solar. Em 1947, ela e a arquiteta Eleanor Raymond construíram uma casa completamente aquecida por energia solar. A base dessa tecnologia é usada ainda hoje.
Foto: Gemeinfrei
Margaret Hamilton e a conquista da Lua
A matemática e cientista de computação americana Margaret Hamilton (1936) chefiou durante muitos anos a divisão de software do programa Apollo, da Nasa. Ela desenvolveu o programa de voo usado pela Apollo 11, a primeira missão tripulada que aterrissou na Lua. Além disso, desenvolveu vários conceitos que são hoje a base dos sistemas de software.