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Presidente do Eurogrupo reitera que Grécia não deixará zona do euro

18 de agosto de 2012

Segundo Juncker, seria tecnicamente possível país deixar o bloco, porém, politicamente inviável e com riscos incalculáveis. Líder não descarta possibilidade de estender prazo para que gregos implementem reformas.

Luxembourg's Prime Minister and Chairman of the eurogroup, Jean-Claude Juncker, speaks with the media as he arrives for a meeting of eurozone finance ministers at the EU Council building in Brussels on Monday, March 12, 2012. The 17 euro countries are trying to focus on issues beyond the Greek crisis and deal with longer-term issues in their currency union. Finance ministers, meeting in Brussels on Monday, will discuss Spain's high deficits and potentially dangerous imbalances in other countries. (Foto:Virginia Mayo/AP/dapd)
Foto: AP

"A Grécia não deixará a zona do euro", disse o presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, em uma entrevista publicada neste sábado (18/08). Segundo o líder, a saída da Grécia do euro é tecnicamente possível, mas politicamente inviável.

"Uma saída da Grécia da zona do euro não faz parte da minha hipótese de trabalho", declarou Juncker ao jornal austríaco Tiroler Tageszeitung. "Seria politicamente impraticável, com riscos incalculáveis", afirmou, classificando como "desnecessário"  qualquer plano de contingência para que a Grécia se torne o primeiro dos 17 países a deixar a zona do euro.

Segundo o líder europeu, a saída da Grécia do bloco só teria de ser considerada se a Grécia rejeitasse a consolidação orçamentária e reformas estruturais. "Mas como acredito que a Grécia tentará redobrar seus esforços para alcançar suas metas, não há motivo para esperar que essa possibilidade de saída se torne relevante", disse Juncker.

Juncker se reunirá com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, em Atenas na próxima quarta-feira, em meio a rumores de que o país pedirá mais tempo para implementar os cortes prometidos em troca de dois pacotes de resgate. Segundo o jornal Financial Times, Samaras deseja dividir os cortes pelo espaço de tempo de quatro anos.

Juncker não descarta a possibilidade de que seja concedido aos gregos maior prazo para a implementação das reformas. "A questão sobre uma extensão do período de ajuste não pode ser respondida definitivamente a partir da perspectiva atual", afirmou.

Segundo o líder, isso depende do relatório final da troika – formada pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI) – e da reação do próprio FMI. "Do ponto de vista atual, não vejo essa prorrogação como obrigatória", considerou.

Cenário europeu

Na sequência, Samaras encontrará a chanceler federal alemã, Ângela Merkel, em Berlim na próxima sexta-feira, e o presidente francês, François Hollande, em Paris no dia seguinte. No meio tempo, Merkel e Hollande se reunirão na capital alemã na quinta-feira.

Enquanto isso, Itália e Espanha causam ainda maior apreensão na zona do euro. Preocupa a possibilidade de um novo pedido de ajuda desses países, respectivamente na terceira e quarta posições entre as maiores economias do bloco, mas altamente endividados e com taxas de empréstimos elevadas no mercado financeiro.

"Não há motivo para duvidar da prontidão da Itália e da Espanha para economizar. Os dois países embarcaram em grandes cortes, mas estão sendo tratados pelos mercados financeiros como se não estivessem fazendo nada", considerou Juncker.

Para o presidente do Eurogrupo, as taxas pagas pela Itália e pela Espanha para se financiar no mercado são injustas se considerados os esforços que ambos têm feito para sanear as contas públicas. "As taxas de juros de 7% são muito elevadas", critica.

LPF/afp/rtr/lusa
Revisão: Marcio Damasceno

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