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Presidente do Iêmen foge escoltado para Arábia Saudita

26 de março de 2015

Abd Rabbuh Mansur al-Hadi deixa seu refúgio na cidade de Aden sob proteção saudita, em dia de ataques aéreos contra rebeldes xiitas. Intervenção militar é apoiada por monarquias sunitas, mas condenada por Teerã.

Foto: picture-alliance/dpa/AP Photo//H.Mohammed

O presidente do Iêmen, Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, deixou o seu refúgio na cidade portuária de Aden, no sul do país, sob proteção saudita, enquanto rebeldes houthis combatiam forças de segurança ainda leais ao chefe de Estado. Sua chegada à Riad foi confirmada pela TV estatal local.

Ele foi recebido em uma base aérea pelo ministro da Defesa saudita, príncipe Mohammed bin Salman, que está supervisionando a operação militar contra os xiitas houthis. O paradeiro de Hadi era desconhecido até que os rebeldes houthis e seus aliados se aproximaram de seu complexo presidencial em Aden, nesta semana.

Durante o dia, aviões de guerra da Arábia Saudita e de aliados árabes atacaram as forças da milícia Houthi, que tomaram grande parte do Iêmen em sua campanha para derrubar Hadi. A intervenção militar liderada pelos saudistas marca uma importante escalada na crise no Iêmen, na qual o Irã apoia os xiitas houthis, e as monarquias sunitas do Golfo Pérsico dão suporte ao presidente.

Segundo o embaixador do Iêmen nos Estados Unidos, Adel al-Jubeir, a operação visa "defender o governo legítimo do Iêmen e impedir o movimento radical houthi de assumir o controle do país". A Jordânia, um dos aliados, destacou o "grande interesse estratégico" na estabilidade do Iêmen e na segurança no Golfo.

Teerã condena ataques aéreos

A maioria dos países da região é governada por sunitas, e uma eventual queda do atual governo iemenita poderia abrir mais espaço na região aos xiitas do Irã, que estariam apoiando os houthis. Após o início da ofensiva árabe, Teerã declarou que os ataques ameaçam a soberania do Iêmen, e pediu que eles sejam encerrados "imediatamente", segundo declarações do ministro iraniano do Exterior, Mohammed Javad Zarif.

Teerã também deixou claro que a coalizão sunita liderada pela Arábia Saudita contra seus inimigos xiitas iria complicar os esforços para acabar com o conflito, que inflama o ódio sectário que já alimenta guerras por todo o Oriente Médio.

Também nesta quinta-feira, a Turquia afirmou que pode prestar apoio logístico para a operação militar contra os houthis. "Nós apoiamos a intervenção da Arábia Saudita", disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. "A Turquia pode considerar o fornecimento de apoio logístico com base na evolução da situação."

O Paquistão também está examinando um convite da Arábia Saudita para se juntar à força de coalizão, que já conta com a participação de Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein, Catar, Jordânia, Sudão e Egito.

Já o líder dos rebeldes houthis, Abdul Malik al-Houthi, classificou a intervenção saudita como "injustificada", no que é a primeira declaração da milícia desde que os ataques aéreos foram iniciados. "A agressão opressiva e criminal é totalmente injustificada", disse em discurso televisionado, acusando a Arábia Saudita de ser um "vizinho do mal".

PV/rtr/afp/dpa/lusa

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