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Presidente do Schalke se afasta após acusação de racismo

7 de agosto de 2019

Clemens Tönnies ficará três meses longe do cargo após críticas por fala sobre africanos. Clube classifica declaração do dirigente de discriminatória, mas considera "infundada" denúncia de racismo.

Presidente do Schalke 04, Clemens Tönnies
Presidente afastado do Schalke 04, Clemens TönniesFoto: picture-alliance/SvenSimon/E. Kremser

Clemens Tönnies, presidente do clube alemão de futebol Schalke 04, se afastou do cargo por três meses nesta quarta-feira (07/08) após comentários controversos emitidos na semana passada.

Durante um evento na última quinta-feira, Tönnies propôs o financiamento de usinas elétricas na África e disse: "Então, os africanos parariam de derrubar árvores e de produzir crianças quando fica escuro."

O comentário foi criticado como racista por ex-jogadores negros, como Gerald Asamoah, Hans Sarpei e pelo ex-atacante brasileiro Cacau, naturalizado alemão e que jogou pela seleção do país europeu.

Depois, Tönnies se desculpou pela afirmação, que disse ter sido "errada" e  "impensada".

O conselho honorário do clube considerou que Tönnies "violou a proibição de discriminação contida no estatuto do clube", após uma reunião de mais de quatro horas na qual Tönnies teve que explicar suas palavras.

O conselho, entretanto, considerou "infundada" a acusação de racismo contra o dirigente. O clube afirmou que Tönnies decidiu se afastar temporariamente por três meses de seu posto.

"Ele admitiu a violação na reunião desta terça-feira e expressou mais uma vez seu arrependimento", destacou o conselho, através de nota.

O encarregado do governo alemão para a África, Günter Nooke, criticou as palavras de Tönnies. "Infelizmente, frases como a de Tönnies dificultam qualquer discussão construtiva", afirmou. "Todos nós precisamos nos esforçar para ter uma linguagem adequada. Todos devem se sentir tratados com respeito", completou

A deputada do Partido Social-Democrata (SPD) e presidente da comissão de esporte do Parlamento alemão, Dagmar Freitag, se mostrou decepcionada com a reação do Schalke e pediu que a Federação Alemã de Futebol (DFB) interfira no caso. "É claro que se eu marginalizo um continente inteiro e seu povo, isso constitui para mim racismo, e não apenas discriminação", opinou.

MD/afp/sid

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