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Presidente renuncia e eleva risco de caos no Iêmen

22 de janeiro de 2015

Instabilidade aumenta no país após chefe de Estado e primeiro-ministro entregarem os cargos. Apesar de acordo, rebeldes houthis seguem ocupando prédios do governo em Sanaa.

Presidente al-Hadi chegou a acordo com os rebeldes, mas estes teriam feito ainda mais exigênciasFoto: picture-alliance/AP/J. DeCrow

O presidente do Iêmen, Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, entregou nesta quinta-feira (22/01) uma carta de renúncia ao Parlamento, elevando o risco de o país, um importante aliado dos Estados Unidos na luta contra a Al Qaeda na Península Arábica, mergulhar no caos.

Várias pessoas próximas ao presidente confirmaram a renúncia, mas um alto funcionário afirmou que o Parlamento a rejeitou e convocou uma sessão extraordinária para a manhã desta sexta-feira.

Pouco antes, o primeiro-ministro Khaled Bahah também renunciou, afirmando não querer fazer parte do "que está acontecendo ou vai acontecer". O gabinete de Bahah havia assumido em novembro, como parte de um acordo com a milícia xiita Houthi.

Pela Constituição, o líder do Parlamento assume a presidência em caso de vacância. O atual líder parlamentar é Yahia al-Rai, um aliado do antigo presidente Ali Abdullah Saleh, próximo dos houthis. Mas, na prática, o poder está na mão dos houthis, que ocupam a capital, diversas outras cidades e instituições do Estado.

Rebeldes houthis bloqueiam caminho ao palácio presidencial em SanaaFoto: Reuters/K. Abdullah

O governo do Iêmen está sob forte pressão desde setembro, quando a milícia xiita ocupou boa parte da capital, Sanaa. Nesta semana, em meio a uma nova ofensiva dos rebeldes, o palácio presidencial foi ocupado, e as residências do presidente e do primeiro-ministro, cercadas.

Na quarta-feira à noite foi anunciado um acordo, em que os milicianos se comprometiam a desocupar o palácio presidencial, assim como encerrar o cerco à residência do presidente. Mas eles continuavam no palácio nesta quinta-feira.

Os rebeldes xiitas também prometeram acabar com o cerco à residência do primeiro-ministro e, principalmente, libertar o chefe de gabinete do presidente, Ahmed Awad bin Mubarak, que raptaram no sábado. Mas Mubarak ainda não foi libertado, disse um funcionário da presidência.

Em contrapartida, o projeto de Constituição, ao qual os houthis se opõem, seria alterado. Além disso, os houthis ganhariam mais cargos em instituições do Estado.

Militares próximos ao presidente disseram à agência de notícias AP que ele renunciou porque os houthis fizeram novas exigências. Uma delas seria um discurso na televisão para acalmar as ruas. Além disso, eles teriam exigido cargos no gabinete presidencial, no Ministério da Defesa e nas capitais das províncias.

AS/afp/ap/rtr/lusa

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