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Presidente sírio conclama mobilização nacional contra oposicionistas

6 de janeiro de 2013

Em seu primeiro comunicado público em mais de meio ano, Assad afirma: rebeldes são assassinos e terroristas da Al Qaeda. E agradece a Rússia, China e Irã, rechaçando intervenção de "marionetes do Ocidente" na Síria.

Foto: Reuters

Pela primeira vez em sete meses, o chefe de Estado sírio, Bashar al-Assad, dirigiu-se à população de seu país em discurso, neste domingo (06/01). Em face dos combates que já se perpetuam por quase dois anos, ele se referiu a um conflito "entre a pátria e seus inimigos".

Assad chamou os oposicionistas de "assassinos" e terroristas da Al Qaeda, num comunicado a seus correligionários reunidos no Centro de Cultura e Arte da capital Damasco, e transmitido ao vivo pela emissora estatal de televisão.

Ele afirmou que a Síria se encontra diante de um ataque sem precedentes. "É um conflito entre o povo, de um lado, e assassinos e criminosos, do outro", disse o presidente. Antes deste, o último discurso público de Assad foi feito em junho de 2012, diante do Parlamento.

"Sem espaço para alegria"

O presidente sírio conclamou a uma mobilização nacional para derrubar a insurgência contra ele. "O sofrimento se espalhou por todo o país. Não há mais espaço para alegria. Falta segurança e estabilidade nas ruas." Segundo o presidente, a nação pertence a todos e deve ser protegida por todos.

Observando que não haverá diálogo com "as marionetes do Ocidente", Assad agradeceu aos aliados Rússia, China e Irã por rechaçarem a interferência estrangeira no país. Ele instou o Ocidente e os Estados árabes a suspenderem a ajuda aos rebeldes e a se manterem afastados de uma solução política para a Síria.

As declarações do líder foram repetidamente interrompidas pelos aplausos e o clamor de seus adeptos, que brandiam os punhos aos brados de "por ti, Bashar, sacrificamos o sangue e a alma!". Perto do final do discurso, Assad recebeu com um sorriso as invocações de "Deus, Síria e Bashar nos bastam".

Combates entre rebeldes e tropas do governo sírio seguem sangrentosFoto: Reuters

Mais de 60 mil mortos

Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas, mais de 60 mil pessoas já foram mortas na revolta contra o regime sírio, iniciada em março de 2011. O presidente pertence à minoria alauita, próxima dos xiitas. Os rebeldes – em grande parte recrutados entre a maioria sunita – já controlam amplas regiões do país e se encontram às portas da capital. Além disso, numerosos diplomatas, políticos e militares abandonaram as alas governistas, enfraquecendo sensivelmente o impacto das tropas.

Na área metropolitana de Damasco, o regime sírio procura impedir o avanço dos insurgentes com pesadas operações militares. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado em Londres, voltaram a ocorrer ofensivas aéreas contra os oposicionistas nas cercanias da capital.

Mais um desertor

A localidade de Al-Nashabiya foi especialmente atingida, o que resultou em numerosos mortos e feridos. Além disso, seguem ocorrendo combates violentos em diversos subúrbios.

Segundo a imprensa local, mais um piloto aéreo sírio conseguiu escapar para a Turquia. Consta que ele aterrissou com sua MiG-23 na província de Adana. Antes, o piloto havia feito contato com os militares turcos, durante uma operação na região fronteiriça entre os dois países.

Não há confirmação oficial sobre a deserção. Porém, um caso semelhante ocorreu em junho de 2012, quando um piloto de combate sírio conseguiu escapar para a Jordânia numa aeronave do tipo MiG-21. Após aterrissar num aeroporto militar, ele pediu asilo político no país.

AV/dpa/dapd/afp/rtr
Revisão: Soraia Vilela

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