Em Davos, Poroshenko afirma que 9 mil soldados russos estão em território da Ucrânia. "Se isso não é agressão, o que é?" Rússia responde pedindo provas.
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No Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que a sua nação está "mais unida do que nunca", mas que vem enfrentando "ameaças terroristas", assim como o resto do mundo.
Poroshenko traçou uma conexão entre o recente ataque a um ônibus perto de Volnovaja, na Ucrânia, que matou 12 pessoas, a queda do avião da Malaysia Airlines em território ucraniano, no último ano, e os atentados em Paris contra o semanário satírico Charlie Hebdo, dizendo que eles eram todos atos de terrorismo que exigem solidariedade global para serem combatidos.
Em Davos, Poroshenko mostrou um pedaço de metal carbonizado, que ele disse ser um pedaço do ônibus alvejado em Volnovaja. Ele culpou a Rússia pelo atentado. Além disso, Poroshenko afirmou que mais de 9 mil soldados russos, bem como 500 veículos militares e tanques, estão em território ucraniano.
"Se isso não é agressão, o que é?", indagou o presidente ao público presente em Davos. "Nossa abordagem é muito simples: não temos nada a negociar."
Respondendo a acusações similares feitas mais cedo, o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, negou as alegações. "Venho dizendo isso há um bom tempo: se você afirma isso com tanta confiança, apresente os fatos", disse Lavrov, antes de partir para Berlim, local de um encontro com seus homólogos da Ucrânia, da Alemanha e da França. "Antes de exigir de nós que paremos de fazer algo, apresente por favor provas de que o fizemos", concluiu.
Lavrov concordou que os separatistas pró-Rússia estão ocupando mais território do que havia sido decidido num acordo de cessar-fogo, em setembro, durante um encontro em Minsk, mas disse ter recebido garantias de que eles vão se retirar para as regiões determinadas.
Bombardeios em Donetsk e Lugansk, que começaram na terça-feira, continuaram nesta quarta-feira e causaram a morte de pelo menos cinco civis. Dezenas de pessoas foram feridas.
As conversações em Berlim tentarão acalmar as recentes tensões que abalaram o leste ucraniano. Lavrov afirmou que o cessar-fogo entre as forças ucranianas e os rebeldes pró-russos está mais "frágil" do que nunca e que ele deseja evitar uma nova Guerra Fria.
Um dos principais objetivos do encontro em Berlim é chegar a um acordo que retire o armamento pesado das regiões em disputa. Em visita a Kiev, o comandante militar dos EUA na Europa, tenente-general Bem Hodges, afirmou que a quantidade de equipamentos russos fornecidos aos separatistas dobrou desde a assinatura do cessar-fogo em setembro.
"Com base nos recursos que os proxies (rebeldes) estão usando contra as forças de segurança da Ucrânia, o tipo de artilharia, equipamentos modernos, a quantidade de munição, é irrefutável de que eles estão recebendo apoio direto da Rússia", atestou Hodges.
A semana em imagens (de 19 a 25 de janeiro)
Veja os acontecimentos que marcaram o noticiário internacional.
Foto: Reuters/M. Brindicci
Vitória da oposição na Grécia
A vitória da aliança esquerdista Syriza nas eleições parlamentares da Grécia, realizadas neste domingo, é confirmada logo nos primeiros levantamentos após a votação. Entre as principais bandeiras do partido está a suspensão do programa de austeridade imposto em troca de ajuda financeira internacional ao país em crise. (25.01.2015)
Foto: Reuters/Y.Behrakis
Abraço de Obama e Modi
Presidente americano, Barack Obama, e primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mostram sintonia em um simbólico abraço assim que o chefe de governo dos EUA desembarca em Nova Déli. Mais tarde, eles anunciariam acordo de cooperação nuclear e nas áreas de comércio e defesa. (25.01.2015)
Foto: picture-alliance/AP Photo
Alemanha coberta de neve
Uma frente fria cobriu de branco boa parte da Alemanha neste sábado. Por volta de meio-dia, cidades como Schleswig, no norte, Emden, na Baixa Saxônia, e Düsseldorf, na Renânia do Norte-Vestfália, já tinham acumulado 7 centímetros de neve. Até o fim da noite, preveem institutos de meteorologia, a neve deve chegar ao Lago Constança – extremo sul do país. (24.01.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/Marcel Kusch
Morre rei saudita
O rei Abdullah da Arábia Saudita morreu vítima de uma pneumonia. O sucessor é o seu meio-irmão e príncipe herdeiro, Salman, que já exercia algumas funções do rei, internado em dezembro. Abdullah, que tinha mais de 90 anos, governou a Arábia Saudita desde 2005, mas era o governante de facto desde 1995, depois de seu antecessor, o rei Fahd (também um meio-irmão), ter sofrido um derrame. (23.01.2015)
Foto: Reuters/D. Martinez
BCE tenta aquecer zona do euro
Banco destina 60 bilhões de euros por mês para a compra de títulos públicos, na esperança de afastar a deflação da área de moeda única europeia. Programa deve ter início em março e durar pelo menos até setembro de 2016. Na foto, o presidente do BCE, Mario Draghi. (22.01.2015)
Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach
Pequeno orangotango encanta a Alemanha
Um filhote nascido no zoológico de Berlim no início da semana foi batizado de Rieke. O nome foi escolhido entre 600 propostas enviadas por leitores de dois jornais. O orangotango, que foi rejeitado pela mãe e está aos cuidados de funcionários do zoológico, mede 38 centímetros e pesa 1,8 quilo. (22.01.2015)
Foto: Zoo Berlin/dpa
Ataque a ponto de ônibus na Ucrânia
Poucas horas depois do encontro em Berlim para negociar um cessar-fogo na Ucrânia, um ataque próximo a um ponto de ônibus na cidade de Donetsk deixou pelo menos sete civis mortos e nove feridos, segundo as autoridades locais. (22.01.2015)
Foto: Reuters/Reuters TV
Líder do Pegida renuncia
Depois de a imprensa alemã divulgar uma foto em que ele aparece imitando Hitler, o líder do Pegida, Lutz Bachmann, renunciou ao posto. A foto, e denúncias de que Bachmann teria publicado ofensas a refugiados em sua página no Facebook, levaram promotores a abrir um inquérito contra ele por incitação ao ódio. (21.01.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/M. Brandt
Obama em tom desafiador
Falando diante de um Congresso dominado pelos republicanos, presidente dos EUA, Barack Obama, destacou recuperação econômica e defendeu medidas que beneficiem a classe média, em detrimento das camadas mais ricas. Obama também pediu o fim do embargo econômico a Cuba. (21.01.2015)
Foto: Reuters
Nacionalidade francesa para Bathily
O muçulmano Lassana Bathily, que ajudou a salvar a vida de várias pessoas no atentado a um mercado judaico de Paris, em 9 de janeiro, recebeu a nacionalidade francesa das mãos do primeiro-ministro Manuel Valls e do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. "Estou muito feliz por ter a dupla nacionalidade", disse Bathily, que teve um pedido recusado em 2011. (20.01.2015)
Foto: picture alliance/AP Photo
Dilma veta correção na tabela do IR
A presidente Dilma Rousseff não aprovou a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas, argumentando que "levaria à renúncia fiscal na ordem de 7 bilhões de reais". (20.01.2015)
Foto: Reuters/P. Whitaker
China registra pior crescimento desde 1990
A segunda maior economia do mundo cresceu 7,4% em 2014, menos do que a meta estabelecida pelo governo e do que no ano anterior. Economistas e FMI preveem nova desaceleração em 2015. (20.01.2015)
Foto: AFP/Getty Images/J. Eisele
Protesto contra "Charlie Hebdo" na Chechênia
Patrocinada pelo governo, manifestação contra a publicação de caricaturas de Maomé pelo jornal satírico francês reúne 800 mil pessoas na capital Grózni. (19.01.2015)
Foto: Reuters/E. Korniyenko
Guiné reabre escolas
Com a diminuição de casos de ebola, governo retoma aulas depois de dez meses e adota diretrizes para proteger estudantes. No fim de semana, vizinho Mali foi declarado livre da doença. (19.01.2015)
Foto: AFP/Getty Images/C. Binani
Desigualdade social
Segundo relatório da Oxfam, a riqueza acumulada de 1% da população mundial vai superar a dos outros 99% em 2016. Hoje, para cerca de 80% da população já restam apenas 6% da fortuna global, e 1 bilhão de pessoas vive com 3 reais por dia. (19.01.2015)
Procurador que denunciou Cristina Kirchner é encontrado morto
Alberto Nisman havia acusado, na semana passada, a presidente argentina de favorecer suspeitos iranianos de ataque a centro judaico com o objetivo de se aproximar de Teerã. Causa da morte ainda é desconhecida. (19.01.2015)