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Donos de farmacêutica na Índia são presos

14 de novembro de 2014

Medicamentos da empresa foram apreendidos para análise. Prisão acontece depois de o médico responsável pelas cirurgias de esterilização em massa atribuir as mortes das 13 mulheres aos remédios do pós-operatório.

Foto: Reuters/M. Mukherjee

A polícia indiana informou nesta sexta-feira (14/11) ter detido os donos da fábrica de medicamentos Mahawar Pharma, em Raipur. Há suspeita de que Ramesh Mahawar e seu filho teriam destruído provas da conexão da empresa com a morte de pelo menos 13 mulheres depois de uma série de cirurgias de esterilização. Dezenas de outras pacientes encontram-se em estado crítico.

A prisão ocorreu um dia após a detenção do médico RK Gupta, acusado de realizar as operações com equipamento cirúrgico contaminado. Em defesa própria, ele afirma que as reações adversas das pacientes foram provocadas pelo remédio usado no tratamento posterior aos procedimentos.

"Nós estamos investigando todas as possibilidades. Estamos tentando determinar o que provocou as mortes, se os remédios ou equipamento contaminado. A causa será confirmada depois das autópsias e dos exames de laboratório", declarou Siddharth Komal Pardeshi, magistrado do distrito de Bilaspur, onde ocorreu a esterilização em massa.

Repercussão internacional

No último sábado, Gupta fizera 83 cirurgias de laqueadura de trompas em cinco horas, como parte do programa de controle de natalidade do governo indiano. Todas as pacientes tinham menos de 32 anos e eram de baixa renda.

Dois dias depois, algumas delas acusaram febre, náuseas e dores. No momento, 13 já morreram e dezenas estão internadas em hospitais da região. A causa das mortes ainda não foi divulgada, mas suspeita-se de choque séptico.

A ONG Human Rights Watch informou que autoridades da Índia têm coagido as mulheres a se esterilizarem, a fim de atingir as metas de esterilização do governo. Em troca, elas receberiam 1.400 rúpias (cerca de 20 euros) como incentivo.

O ministro indiano da Saúde Jagat Prakash Nadda nega que existam tais taxas. A Human Rights Watch rebate que, embora as metas nacionais de esterilização tenham sido abolidas em 1996, os funcionários municipais seguem pressionados a cumprir cotas, sob a pena de perderem seus empregos.

A Organização das Nações Unidas apelou para que sejam punidos os responsáveis pelas mortes. Quatro funcionários relacionados ao caso estão suspensos, inclusive o diretor de programa estadual de planejamento familiar.

MMS/afp/dpa

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