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Mais desemprego em 2009

Agências (as)25 de novembro de 2008

Crise financeira deve levar à mais grave recessão desde a década de 1980. OCDE calcula que haverá 700 mil novos desempregados na Alemanha nos próximos dois anos. Uma em cada três empresas alemãs pretende cortar pessoal.

Oferta de trabalho cai devido à recessãoFoto: AP

Previsões divulgadas esta semana indicam com unanimidade um aumento do desemprego na Alemanha em 2009. "Muitos países da OCDE já entraram ou vão entrar numa prolongada recessão de uma magnitude não vista desde o início da década de 1980", disse o economista-chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Klaus Schmitt-Hebbel.

Segundo a organização, até 2010 haverá 700 mil novos desempregados na Alemanha, elevando a taxa de desemprego no país dos atuais 7,2% da população ativa para cerca de 9% .

Em todos os 30 países integrantes da OCDE, o relatório divulgado nesta terça-feira (25/11) em Paris prevê que o número de desempregados aumente 8 milhões até 2010, passando de 34 milhões para 42 milhões de pessoas em dois anos. Integram a OCDE principalmente países industrializados.

Outros indicadores

O aumento no número de desempregados é esperado também pelos próprios empresários alemães, segundo mostram duas pesquisas feitas esta semana. Segundo a Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), que consultou 1.200 empresas, o número de pessoas sem emprego deverá aumentar 150 mil em 2009.

Já uma consulta do instituto econômico IW, ligado ao setor empresarial, revelou que os empresários consultados esperam que em 2009 haja, em média, 190 mil pessoas desempregadas a mais do que este ano. Foram ouvidas 1.800 empresas. Uma em cada três pretende reduzir seu número de funcionários no próximo ano.

Também especialistas do Ifo, importante instituto de estudos econômicos de Munique, contam com um aumento do desemprego em 2009. "Há nas empresas uma tendência cada vez maior de redução de pessoal", avaliou o analista Klaus Abberger.

Recessão

Por trás do aumento do desemprego está a crise financeira e o temor cada vez maior de uma recessão. O índice Ifo divulgado esta semana caiu para 85,5 pontos, o menor nível desde fevereiro de 1993. O indicador mede a confiança dos empresários alemães na economia. Em outubro, ele já havia caído, mas ainda estava em 90,2 pontos. São ouvidos 7.000 empresários.

A referência a 1993 é ainda mais preocupante para os alemães porque, naquele ano, o país enfrentou uma das piores recessões do pós-Guerra, com inflação de 4,5%, o desemprego chegando a 8,9% e o desempenho da economia caindo 0,8%.

A OCDE espera que o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha recue 0,9% em 2009, principalmente por causa da dependência da economia do país das exportações. É uma perspectiva claramente mais pessimista que a do governo alemão, que espera crescimento de 0,2%. Para a OCDE, a economia alemã só vai se recuperar em 2010, quando deverá crescer 1,3%.

Tanto a DIHK quanto o IW esperam queda de 0,5% no PIB alemão em 2009. Segundo o diretor do IW, Michael Hüther, pela primeira vez em seis anos há mais empresas prevendo um recuo de suas exportações (26%) do que um aumento (23%). Segundo ele, um claro cenário de recessão pode ser identificado entre os empresários.

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