Primeira astronauta italiana a viajar ao espaço chega à ISS
24 de novembro de 2014
Samantha Cristoforetti é também a primeira europeia a trabalhar na estação internacional em 13 anos. Ao lado de dois colegas, ela substitui trio que retornou à Terra neste mês e incluía o alemão Alexander Gerst.
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Seis horas após o lançamento de uma nave do tipo Soyuz, no Cazaquistão, três novos integrantes chegaram à Estação Espacial Internacional (ISS) nas primeiras horas desta segunda-feira (24/11), anunciou a Agência Espacial Americana (NASA). O trio de astronautas inclui a primeira mulher europeia a trabalhar na ISS em 13 anos.
A italiana Samantha Cristoforetti é também a primeira astronauta de seu país a ir ao espaço. Ela viajou acompanhada do americano Terry Virts e do russo Anton Shkaplerov.
Cristoforetti é piloto da Força Aérea da Itália e estudou na Universidade das Forças Armadas Alemãs, em Munique. "Gosto de desafios e quero vivenciar essa missão o mais intensamente possível", disse antes da partida rumo ao espaço.
Os novos integrantes juntam-se a outros três astronautas que já estão a bordo da ISS. A equipe vai continuar os trabalhos iniciados pelo grupo anterior, do qual faziam parte o russo Maxim Suraev, o americano Reid Wiseman e o alemão Alexander Gerst, que retornaram à Terra no dia 10 deste mês.
Nesta segunda-feira, Gerst cumprimentou os colegas por sua conta no Twitter: "Parabéns. Acompanhei de perto o lançamento de vocês".
Além de seguirem com as pesquisas em ambiente de microgravidade, os novos tripulantes terão muito trabalho nos próximos seis meses. Eles vão preparar a estação para receber visitantes de viagens espaciais comerciais, programadas para ter início em 2017.
Entre os suprimentos que os astronautas levaram consigo estavam caviar e uma máquina de café expresso.
MMS/dpa/rtr/afp
Diário de um astronauta
No espaço por quase seis meses, o alemão Alexander Gerst capturou imagens impressionantes da superfície da Terra. Experimentos conduzidos pela equipe internacional da ISS podem beneficiar o planeta e a humanidade.
Foto: ESA/NASA
Além da ciência
"Oi Berlim, eu não vejo fronteira nenhuma daqui de cima!", publicou Gerst no Twitter em 9 de novembro de 2014, data do 25º aniversário da queda do Muro de Berlim. Além de conduzir uma série de experimentos em várias áreas da ciência, Alexander Gerst tinha uma outra missão importante: mostrar às pessoas na Terra o quão bonito e fascinante é esse nosso "ponto azul".
Foto: Alexander Gerst/ESA/picture-alliance/dpa
Fenômeno deslumbrante
"Palavras não podem descrever a sensação de voar através de uma aurora boreal" – escreveu Gerst sobre o fenômeno natural. Apesar de ter dificuldade para captar a experiência em palavras, ele conseguiu fazer pesquisas sobre as auroras. Um dos objetivos foi investigar a influência de forças eletromagnéticas da Terra em dispositivos eletrônicos na Estação Espacial Internacional.
Mesmo na Terra, é raro conseguir ver a aurora boreal, chamada também de "luzes do norte". Alexander Gerst teve a sorte de conseguir do espaço esse belo registro da aurora na região polar.
Foto: ESA/NASA
Charada geográfica
Não é uma montanha nem um vulcão. Na verdade, a foto feita por Alexander Gerst mostra a Cratera de Berringer, conhecida também como Cratera do Meteoro, no Arizona. Gerst costumava compartilhar suas fotos nas mídias sociais com a hashtag #geochallenge, desafiando o público a descobrir onde fica o acidente geográfico.
Esse parece ser um pequeno buraco, mas tem mais de 80 quilômetros de diâmetro. Apesar da aparência interessante, tufões como esse podem causar danos imensos na superfície da Terra. "Daqui de cima é surpreendentemente óbvio que o nosso mundo é um sistema conectado", observou Gerst.
Algo que faz as fotos de Alexander Gerst serem tão bonitas e fascinantes é o fato de serem registros instantâneos autênticos. Nesta imagem, tuitada por Gerst como a mais triste tirada por ele, é possível ver explosões e foguetes em Gaza e Israel.
Foto: picture-alliance/dpa/ESA/NASA
Propósitos científicos
As fotos de Gerst, como esta, de um dos vales varridos pelo vento no norte da África, podem ser comparadas a imagens semelhantes dos mesmos lugares feitas anteriormente. Isso ajuda os cientistas a observar as mudanças na superfície da Terra e determinar se elas são naturais ou provocadas pelo homem.
Os círculos nesta imagem não são um trabalho de extraterrestres, mas campos agrícolas irrigados em regiões áridas do México. Alguns dos experimentos de Gerst são relacionados a alimentos – os astronautas cultivam plantas comestíveis na estação espacial para ver se eles poderiam desenvolver métodos mais eficientes de uso da água.
Foto: ESA/NASA
Obras de arte
Algumas das fotos feitas por Gerst parecem obras de um pintor talentoso. Esta imagem mostra um rio no Cazaquistão serpenteando entre a paisagem. O curso das águas de outros tempos também é visível, e assim dá para imaginar a probabilidade de as curvas mudarem outras vezes no futuro.
Foto: ESA/NASA
Outro ponto de vista do infinito
"Quando as luzes vindas do observatório Cupola tingem de laranja o interior da estação espacial, eu posso dizer que estou sobre a África, mesmo sem olhar pela janela", tuitou Gerst. O deserto do Saara parece infinito – para quem está nele. Mas como mostra essa imagem da região na Líbia, até as dunas de areia têm começo e fim.