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5.400.000.000 euros

22 de outubro de 2008

Contando com um déficit total de 3 bilhões de euros até o final do ano, o banco da Baviera foi o primeiro a pedir ajuda federal. Banqueiros zombam: como no pega-varetas, quem se mexe primeiro é quem perde.

Central do BayernLB em MuniqueFoto: AP

O BayernLB é o primeiro banco alemão a recorrer ao pacote de emergência de 500 bilhões de euros do governo federal. A instituição financeira requereu capital para medidas de estabilização na ordem de 5,4 bilhões de euros. Além disso, na qualidade de proprietários, o governo estadual e as caixas econômicas bávaras contribuirão para o saneamento do banco com mais 1 bilhão de euros, na proporção de 700 milhões e 300 milhões de euros, respectivamente. O banco pertence, meio a meio, ao estado livre da Baviera e às caixas.

Poucas horas após anunciar a medida, na terça-feira (21/10), o secretário de Finanças do estado da Baviera, Erwin Huber, entregou o cargo. No final de setembro, ele renunciara ao posto de presidente da União Social Cristã (CSU), após o fiasco eleitoral do partido.

"Atire a primeira pedra"

Secretário Erwin Huber anuncia renúnciaFoto: AP

Devido à crise global dos mercados financeiros, o BayernLB teve 1 bilhão de euros de prejuízos no terceiro trimestre de 2008, anunciou seu presidente, Michael Kemmer. Até o fim do ano, ele conta com um déficit total de 3 bilhões de euros. Somente as falências bancárias na Islândia lhe custaram 1,5 bilhão de euros.

Kemmer não se manifestou a respeito de eventuais cortes de pessoal, porém mencionou que o BayernLB pretende economizar 400 milhões de euros nos próximos três anos, através de "reestruturações". Ele, que ocupa a presidência do banco desde abril último, recusou-se a se desculpar pelo desastre bancário.

"Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra", retrucou. "Mas o assunto nos atormenta, é claro, e nos colocamos a pergunta: 'O que foi que não vimos direito nos últimos anos?'"

Como no pega-varetas

Erwin Huber assegurou que a intervenção não afetará os planos do estado de elevar o número de seus professores e policiais, já que a Baviera pode mobilizar 700 milhões de euros de lucros com privatizações. Ainda se conversará com a presidência do banco sobre um ajuste de seus salários à situação. O pagamento de abonos será suspenso.

Quem se mexer perde?Foto: picture-alliance/dpa

Com a planejada elevação do capital do BayernLB, fica sem efeito a garantia de 4,8 bilhões de euros, do estado e das caixas econômicas, aprovada em abril, observou Huber. Ainda se estuda se seria mais vantajoso reduzir a participação do governo federal e compensá-la com maior proteção contra riscos, na forma de uma garantia.

"Seja como for, haverá uma recapitalização abrangente e forte", declarou o chefe da instituição financeira, acrescentando que o BayernLB está aberto a fusões com o banco estadual de Baden-Württemberg (LBBW) ou outros, e mesmo para cooperações com investidores particulares.

Em resposta a observações zombeteiras de outros banqueiros, lembrando que, como no jogo de pega-varetas, quem se mexe primeiro é quem perde, Kemmer retrucou não ver aí um problema. "Então ao menos teremos aberto uma brecha para outros."

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