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Primeiro dia da trégua na Síria tem combates isolados

27 de fevereiro de 2016

Cessar-fogo é respeitado na maior parte do país. Forças russas suspendem bombardeios e investidas terrestres contra grupos que apoiam as negociações. Ataque do EI em cidade controlada por forças curdas deixa 65 mortos.

Foto: picture-alliance/dpa/H. Ammar

O cessar-fogo que entrou em vigor à meia-noite deste sábado (27/02) em algumas regiões da Síria tem sido respeitado em sua maior parte, embora a organização de monitoramento Observatório Sírio para os Direitos Humanos tenha relatado combates no noroeste, no leste e em outras áreas do país.

O cessar-fogo, aceito pelo governo de Damasco e a principal aliança opositora, entrou em vigor no dia estipulado pelo acordo feito por Estados Unidos e Rússia. As forças aéreas russas não fizeram novos bombardeios. Da trégua, estão excluídas as organizações terroristas "Estado Islâmico" (EI) e a Frente al-Nusra, ramificação síria da Al Qaeda.

Neste sábado, um ataque do EI na cidade de Tel Abyad, controlada pela milícia curda síria YPG na fronteira com a Turquia, deixou ao menos 65 mortos. A cidade vizinha de Suluk também foi alvo dos extremistas.

Na província de Latakia, do noroeste da Síria, continuaram os confrontos entre as forças leais ao regime e os rebeldes islamistas. Os comitês de coordenação local disseram que os seguidores do regime atacaram a cidade de Bala, a leste de Damasco. De acordo com o Observatório Sírio um comandante rebelde morreu durante os combates.

Fontes pró-governo também relataram o impacto de dez morteiros na área Abbaseen em Damasco, perto linha de frente com os rebeldes. A televisão estatal síria informou que duas pessoas morreram na detonação de um veículo carregado de explosivos na cidade de Salamiya, no centro da Síria, que está sob o controle do regime. O Observatório Sírio atribuiu o ataque ao EI.

Acordos
Os diferentes grupos armados tinham até o meio-dia desta sexta-feira para comunicar a Washington e Moscou sua posição. A Frente al-Nusra, ligada à Al Qaeda, não só rejeitou o acordo como instou insurgentes a intensificarem os ataques contra o regime de Bashar al-Assad e seus aliados.

O líder do grupo, Abu Mohamad al-Golani, disse, em uma mensagem de áudio veiculada pela Orient News TV, que, se a guerra na Síria não for resolvida, suas consequências vão se espalhar para muçulmanos sunitas em outras partes da região.

Até agora, todas as tentativas para se manter um cessar-fogo abrangente na Síria falharam durante os cinco anos de guerra civil. A Comissão Suprema para as Negociações (CSN), a maior coalizão opositora, confirmou em comunicado que "os grupos da oposição moderada armada" se comprometiam a respeitar a trégua, que durará duas semanas.

A Rússia assegurou neste sábado que suspendeu todos os ataques aéreos contra grupos que apoiam a trégua. De acordo com o Ministério da Defesa russo, os combates em terra foram suspensos em 34 regiões, sobretudo nas províncias de Homs e Hama.

O cessar-fogo deve pavimentar o caminho para a retomada das negociações de paz em Genebra, além de permitir que organizações humanitárias forneçam alimentos e medicamentos à população civil. O mediador da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, anunciou nesta sexta a intenção de convocar uma nova rodada de negociações entre o regime e a oposição para o próximo dia 7 de março, se a trégua for de fato respeitada.

MD/dpa/rtr

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