1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Primeiro-ministro romeno é indiciado por corrupção

13 de julho de 2015

Promotores acusam Victor Ponta de fraude, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal em operações ocorridas antes de ele se tornar premiê. Denúncia eleva pressão por renúncia.

Foto: picture-alliance/dpa/B. Cristel

O primeiro-ministro da Romênia, Victor Ponta, de 42 anos, foi acusado nesta segunda-feira (13/07) de falsificar documentos e ser cúmplice em operações de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro antes de assumir o cargo, em 2012. A denúncia aumentou a pressão para que ele renuncie.

Os promotores públicos chegaram ao nome de Ponta depois de cinco meses de investigação com foco em suas atividades como advogado, de 2007 a 2009. Parte dos bens do primeiro-ministro foi temporariamente congelada. O caso o torna o mais alto dirigente político acusado pela agência anticorrupção DNA, que é responsável pelas condenações de dezenas de ex-políticos e juízes nos últimos anos.

Ponta nega todas as irregularidades e diz que o caso tem motivações políticas. Ele renunciou à liderança do Partido Social-Democrata até que as investigações sejam concluídas, mas deixou claro que não pretende renunciar às funções de primeiro-ministro, apesar dos apelos do presidente Klaus Iohannis para que deixe o cargo.

A televisão romena mostrou imagens de Ponta deixando a DNA de muletas, pois ele se recupera de uma cirurgia no joelho. Ele disse aos repórteres que os promotores aceitaram as evidências apresentadas pela sua defesa aos contadores. No entanto, pessoas ligadas ao caso afirmaram à agência de notícias AFP que o primeiro-ministro se negou a responder às perguntas dos promotores.

Ponta deixa de muletas a agência anticorrupção, onde foi dar explicaçõesFoto: picture-alliance/dpa/O. Ganea

Os promotores também suspeitam de Ponta num caso de conflito de interesses durante o seu mandato como primeiro-ministro. No entanto, o acesso a tais provas foi obstruído no mês passado, quando o Parlamento – onde o governo tem confortável maioria – se negou a suspender a imunidade do premiê. Ele não dispõe de imunidade na denúncia desta segunda-feira porque o caso é anterior a 2012.

O episódio mancha a imagem do país, que luta para acabar com o rótulo de corrupto e para deixar de ser um dos mais pobres da Europa. Pressionada pela União Europeia, a Romênia implementa medidas para limpar a classe política, os negócios e o judiciário, uma vez que a má reputação diminui os investimentos estrangeiros.

Os esforços anticorrupção tiveram efeitos colaterais, desacelerando o processo de tomadas de decisão e atrasando contratos importantes. A Romênia é a economia que mais cresce na região, com o Produto Interno Bruto subindo 4,3% no primeiro trimestre de 2015 na comparação anual.

MP/afp/rtr

Pular a seção Mais sobre este assunto