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Primeiro-ministro turco devolve mandato para formar governo

18 de agosto de 2015

Premiê Ahmet Davutoglu fracassa nas negociações por um parceiro de coalizão para o partido do presidente da Turquia, Reccep Tayyp Erdogan. Resultado abre caminho para dissolução de gabinete e convocação de novo pleito.

Foto: picture-alliance/AA/M. Cetinmuhurdar

O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, devolveu a incumbência de formar uma nova coalizão de governo. Em encontro com o presidente do país, Recep Tayyp Erdogan, nesta terça-feira (18/08), o premiê formalmente reconheceu o fracasso nas negociações com duas principais legendas partidárias e, portanto, não encontrou um parceiro para o governante Partido pela Justiça e Desenvolvimento (AKP).

A devolução do mandato de Davutoglu abre o caminho para novas eleições parlamentares na Turquia, pouco depois dos resultados eleitorais de junho, quando o AKP, de Erdogan, não conseguiu a maioria absoluta no Parlamento turco.

Ainda não é sabido se Erdogan dará a outro líder do partido a missão de formar um novo governo. O prazo de 45 dias para a formação de uma coalizão de governo expira neste domingo. Se o prazo não for cumprido, Erdogan poderá dissolver o gabinete de Davutoglu e convocar um novo pleito, como previsto na Constituição turca. Até lá, o poder seria compartilhado entre os quatro partidos representados no Parlamento turco.

Em um grande revés para Erdogan, o AKP, perdeu sua maioria absoluta nas urnas, em 7 de junho, pela primeira vez desde que chegou ao poder em 2002. O atual líder da legenda, Davutoglu, manteve conversações na tentativa de formar uma coalizão com o segundo mais votado Partido Republicano do Povo (CHP) e o terceiro colocado Partido do Movimento Nacionalista (MHP), mas sem êxito. Será a primeira vez na história política da Turquia que o maior e mais votado partido no poder falha em formar uma coalizão de governo.

O momento do impasse político ocorre em meio a uma ofensiva antiterror sem precedentes realizada pelo governo turco contra jihadistas do "Estado Islâmico" (EI) e militantes do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Ancara negou que a operação militar foi lançada na esperança de dar um impulso nas urnas. Nas eleições de junho, o PKK conquistou 13% dos votos e, por obter mais de 10% das vozes, garantiu assentos no Parlamento pela primeira vez na história.

Mas alguns analistas sugeriram que Erdogan quer a realização de novas eleições para que o AKP possa recuperar a maioria parlamentar absoluta para realizar seu sonho de criar um sistema presidencial na Turquia.

As eleições devem ser realizadas 90 dias após a convocação – o que significa que o novo pleito pode ocorrer em 22 de novembro, caso Erdogan convoque nova eleições logo após o próximo domingo. Significa também, que as eleições parlamentares serão realizadas poucos dias depois de a Turquia hospedar a cúpula dos líderes do G20, em Antalya, nos dias 25 e 26 de novembro.

PV/afp/rtr/ap

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