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Primeiros socorros financeiros ao Líbano

Peter Philipp, de Estocolmo (sv)31 de agosto de 2006

Os países participantes da Conferência dos Doadores para a reconstrução do Líbano devem destinar 940 milhões de dólares ao país nos próximos meses. O governo libanês estima prejuízos bilionários causados pela guerra.

Reunião em Estocolmo: auxílio financeiro ao LíbanoFoto: AP

O ministro sueco das Relações Exteriores, Jan Eliason, mostrou satisfação ao anunciar, em Estocolmo, que representantes de 50 países irão destinar mais de 940 milhões de dólares como "ajuda inicial" à reconstrução do Líbano. O governo em Beirute havia dado sinais de que seria necessário meio bilhão de dólares, embora os danos sejam ainda maiores.

Segundo o primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora, a ajuda anunicada ao país é apenas uma gota no oceano de prejuízos. "Os danos diretos acarretados na nossa infra-estrutura e nas propriedades, tanto públicas quanto privadas, é da ordem de bilhões de dólares. As perdas no Produto Interno Bruto, nos empregos e os custos diretos e inidiretos para a economia do país – nos setores do turismo, agricultura e indústria, por exemplo – vão contribuir com mais alguns bilhões na lista dos prejuízos. Além disso, os progressos registrados no Líbano nos últimos 15 anos pós-guerra foram simplesmente minados em poucos dias pelo maquinário bélico israelense", afirmou Siniora em Estocolmo nesta quinta-feira (31/08).

Sem intermediários

Siniora assegurou ainda aos participantes da conferência que as verbas serão realmente destinadas à reconstrução do país e não irão cair em "mãos erradas". Segundo o premiê, "os recursos serão canalizados diretamente às pessoas em situações precárias, sem passar por intermediários".

As verbas liberadas em Estocolmo pela comunidade internacional não são as únicas destinadas à recontrução do país. A Arábia Saudita, o Catar e o Kuweit devem dispor mais de dois bilhões de dólares ao país.

Críticas às bombas de fragmentação

Göran Persson (esq.) e Fuad SinioraFoto: AP

Muitos observadores criticaram o fato de a conferência não ter tratado de questões relacionadas ao Direito Internacional. Os únicos pronunciamentos a respeito foram feitos pelo governo da Suécia, que presta auxílio ao Líbano na localização e desmonte de projéteis que não chegaram a explodir durante o conflito.

"O apoio sueco ao Líbano irá incluir a eliminação de munições não detonadas. É preciso elininar as ameaças que as pessoas estão sofrendo e fazer com que elas possam voltar para suas casas. Este é um passo importante para a reconstrução do país", afirma o premiê sueco Göran Persson.

Segundo ele, questões relacionadas ao Direito Internacional não deveriam ser discutidas durante a conferência de Estocolmo, que não seria o local adequado para o debate. Mas o assunto, de acordo com Persson, deverá certamente voltar à tona.

Ajuda da Alemanha

A Alemanha esteve representada na Conferência dos Doadores através da ministra da Ajuda ao Desenvolvimento e Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul, que, durante a guerra no Líbano, fez declarações de teor crítico em relação ao governo israelense.

Em Estocolmo, a ministra alemã manteve-se, porém, afastada do debate político e reafirmou a necessidade de se tratar, no momento, apenas da ajuda imediata ao Líbano. Berlim enviará ao país 27 milhões de euros.

Isso não significa, segundo a ministra, que se vá esquecer o cerne da questão: a busca de uma solução pacífica para os conflitos no Oriente Médio. Uma proposta que, para Wieczorek-Zeul, não muda, mesmo diante das declarações amargas do premiê libanês, antes do início da conferência, de que seria "o último" a selar a paz com Israel.

Pressupostos para a paz

Ministra alemã Heidemarie Wieczorek-Zeul, em recente visita ao LíbanoFoto: Christian Struwe

A ministra alemã afirmou ainda em Estocolmo que, durante sua recente visita ao Líbano, constatou concordância com o governo local sobre as modalidades de um eventual acordo de paz. "Minha mensagem era sempre a mesma: a paz pressupõe um Líbano soberano."

Mas assegurar a existência de Israel e instaurar uma relação entre israelenses e palestinos no contexto de dois Estados que se reconheçam e se respeitem é outra condição para o estabelecimento da paz na região, acredita Wieczorek-Zeul. "Essencialmente estávamos de acordo em nossos princípios", completou a ministra.

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