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Terrorismo

Principal acusada no caso NSU fala pela primeira vez

29 de setembro de 2016

Em processo contra célula terrorista de extrema direita, Beate Zschäpe lê breve declaração, reconhecendo ter se identificado com ideias radicais, e reitera desculpas às vítimas do grupo e pela própria "má conduta".

Beate Zschäpe e seu advogado, Mathias Grasel
Beate Zschäpe e seu advogado, Mathias GraselFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Schrader

A acusada de terrorismo de extrema direita Beate Zschäpe, principal acusada pela série de assassinatos atribuídos ao grupo Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU, na sigla em alemão), falou pela primeira vez durante o processo nesta quinta-feira (29/09).

Zschäpe, de 41 anos, admitiu ter se identificado com partes das ideias nacional-socialistas nos anos 1990.  "Hoje não simpatizo mais com isso. Não julgo mais as pessoas por sua origem e visão política, mas por seu comportamento", afirmou.

Ao ler sua breve declaração durante a 313º audiência do processo no Tribunal Superior Regional de Munique, Zschäpe falou muito rapidamente e em voz baixa, dando a impressão de estar nervosa. Ela reiterou seu pedido de desculpas às vítimas da célula terrorista de extrema direita e a seus familiares.

Cumplicidade em assassinatos

Zschäpe é julgada desde maio de 2013. A Procuradoria-Geral a acusa de cumplicidade no assassinato de nove pessoas de origem turca ou grega e de uma policial alemã, entre 2000 e 2007, e em dois ataques a bomba atribuídos ao NSU.

A suspeita é a única sobrevivente do trio que compunha o grupo. Os dois amigos Uwe Mundlos e Uwe Böhnhardt, encontrados mortos em 2011, teriam cometido os crimes sobretudo por xenofobia.

"Eu condeno o que Uwe Böhnhardt e Uwe Mundlos fizeram às vítimas e a minha própria má conduta", declarou Zschäpe nesta quinta-feira. De acordo com a acusação, Mundlos e Böhnhardt teriam executado os assassinatos, mas Zschäpe teria organizado a vida do trio na clandestinidade durante 13 anos.

Em dezembro do ano passado, Zschäpe havia rompido o silêncio após dois anos e meio de processo. Nesta quinta-feira, na ocasião, o depoimento foi lido por seu advogado. Ela afirmou, então, que não tinha conhecimento dos assassinatos e pediu desculpas aos familiares das vítimas.

LPF/dpa/afp

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