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UE-Sérvia

Agências (sv)22 de julho de 2008

União Européia saúda detenção do ex-líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic, mas não garante, por isso, ingresso da Sérvia no bloco. Questão do Kosovo ainda pendente terá que ser resolvida.

Foto de Karadzic na revista 'Vida Saudável': tranqüila vida incógnita em subúrbio de BelgradoFoto: AP

Os líderes da comunidade internacional não deixaram dúvidas, nesta terça-feira (22/07), de que a detenção de Radovan Karadzic em um subúrbio de Belgrado tenha sido um passo importante rumo ao ingresso da Sérvia na UE. Ministros do Exterior de diversos países europeus elogiaram o atual governo sérvio, cujas declarações ressaltam o desejo do país de passar a fazer parte do bloco europeu.

Ministro alemão do Exterior, Frank-Walter SteinmeierFoto: picture-alliance/dpa

"Acredito que isso tenha sido um marco na história entre a Sérvia e a União Européia", declarou o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmer. A UE exigia há anos do governo sérvio a extradição de Karadzic ao Tribunal Penal Internacional de Haia. Ao lado do ex-general Ratko Mladic, Karadzic é acusado, entre outros, de ter sido o responsável pelo massacre de Srebrenica no ano de 1995.

Aproximação da UE

Também a chanceler federal alemã, Angela Merkel, saudou a detenção do criminoso de guerra Karadzic: "Este é um momento histórico. As vítimas podem ter certeza de que o desrespeito aos direitos humanos não ficará impune", observou a chefe de governo em Berlim.

Bernard Kouchner, ministro francês das Relações ExterioresFoto: AP

"Este é um governo sérvio que se mostra pró-Europa e não nacionalista. Finalmente vemos resultados. Isso é ótimo para a aproximação da Sérvia à UE", afirmou o ministro francês do Exterior, Bernard Kouchner. Para seu colega de pasta britânico, David Miliband, "a prisão de Karadzic irá ajudar a pôr fim a uma década de conflitos na região".

O bloco de 27 países europeus apoiou durante a última campanha eleitoral o partido sérvio que defende uma política de maior cooperação com a UE. "O novo governo sérvio demonstra o desejo de virar a página, de deixar o passado nacionalista para trás e se movimentar rumo a um futuro europeu", observou o comissário da UE para ampliação, Oliver Rehn.

Posição estratégica nos Bálcãs

Do ponto de vista europeu, a Sérvia desempenha um papel essencial quando se fala da segurança nos Bálcãs – razão pela qual Bruxelas tenta oferecer a Belgrado perspectivas concretas de ingresso na UE.

Secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop SchefferFoto: picture-alliance/dpa

Bruxelas havia exigido do governo sérvio a prisão de Karadzic como condição imprescindível para o prosseguimento das negociações visando o ingresso do país no bloco. O secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, elogiou as autoridades sérvias pela "importante cooperação" com o Tribunal Penal de Haia.

Também entre a população da Bósnia-Herzegóvina a prisão de Karadzic foi comemorada. Kada Hotic, representante da organização que congrega as mães das vítimas do massacre de Srebrenica, lembrou que a prisão "fez, enfim, justiça" aos crimes de guerra do passado. Na capita bósnia, Sarajevo, centenas de pessoas foram às ruas comemorar a prisão do até então mais procurado criminoso de guerra da região dos Bálcãs.

Kosovo: pendência continua

No entanto, mesmo diante dos elogios dos líderes políticos e do apoio popular à prisão de Karadzic, não há qualquer garantia por parte de Bruxelas em relação ao ingresso da Sérvia no bloco.

Moradores de Sarajevo festejam prisão de KaradzicFoto: AP

"A detenção contribuiu muito para levar as coisas adiante, mas a questão do Kosovo ainda bloqueia o caminho. O país está se aproximando da UE, visando negociações que podem levar a uma oferta de ingresso formal do país no bloco, mas antes que a questão do Kosovo esteja resolvida não vai haver nenhuma negociação concreta", prevê Sascha Tamm, especialista da Fundação Friedrich Naumann em questões relacionadas aos Bálcãs.

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