1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Prisão de prefeito de Caracas gera onda de condenações

20 de fevereiro de 2015

ONGs acusam governo Nicolás Maduro de cometer arbitrariedades para desviar atenção e calar vozes críticas. EUA, oposição venezuelana e políticos latino-americanos cobram respeito aos direitos civis.

Foto: picture alliance/Demotix/R. Peña R

A prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, gerou nesta sexta-feira (20/02) uma onda de condenações por parte da oposição venezuelana, organizações de direitos humanos, políticos latino-americanos e países como Estados Unidos e Espanha.

O político foi detido na quinta-feira, sob a acusação de organizar e executar atos violentos contra o governo Nicolás Maduro. Segundo o presidente, Ledezma é um "conspirador" e participou da tentativa de golpe, em abril de 2002, contra Hugo Chávez.

"A única esperança que nos resta são reações firmes por parte da comunidade internacional frente a esse governo atual, que se sente no direito de cometer injustiças e arbitrariedades toda vez que quer desviar a atenção em nível nacional", afirmou José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da ONG Humans Rights Watch (HRW).

Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Anistia Internacional classificou a prisão de indivíduos sem evidências de crimes como "inaceitável". Segundo a ONG, o caso deixa claro que, para o governo, é mais importante "calar vozes críticas" do que respeitar os direitos humanos. "A detenção do prefeito de Caracas coloca uma pessoa a mais na extensa lista de prisões motivadas politicamente", disse.

O governo dos EUA, constantemente mencionado por Maduro como artífice de supostos planos golpistas, se disse preocupado com o que considera uma aparente escalada da intimidação contra opositores venezuelanos.

No Twitter, a subsecretária de Estado americana para a América Latina, Roberta Jacobson, defendeu que a Venezuela liberte os opositores "que foram injustamente detidos e melhore o respeito aos direitos humanos".

Protesto em Caracas contra a prisão de LedezmaFoto: AFP/Getty Images/F. Parra

Prefeitos denunciam ilegalidade

A Associação de Prefeitos da Venezuela, que reúne boa parte de chefes de governos municipais da oposição, qualificou de ilegal a detenção de Ledezma. Em nota, a entidade denuncia que há atualmente mais de 30 processos judiciais infundados abertos contra prefeitos de partidos opositores.

Políticos como os ex-presidentes da Colômbia Andrés Pastrana e Álvaro Uribe, e o ex-presidente chileno Sebastián Piñera chamaram a detenção de Ledezma de arbitrária. No mesmo tom, manifestaram-se as lideranças opositoras do Uruguai e do Equador, que cobraram de seus governos, aliados da Venezuela, uma postura sobre o caso.

Outros, como o americano Bill Clinton, fizeram menção ao caso de Leopoldo López, líder opositor que completou um ano na prisão sem ter sido julgado. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, também pediu a libertação de López e exigiu que Ledezma tenha um processo judicial adequado.

A vice-presidente do governo (vice-premiê) da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría, cobrou da Venezuela "um comportamento de acordo com a ordem jurídica e com o Estado de direito, que caracterizam as democracias".

RPR/efe/rtr

Pular a seção Mais sobre este assunto
Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque