Procurador-geral não vê "provas suficientes" contra Trump
18 de abril de 2019
William Barr contesta conclusões de relatório sobre investigação, que não havia isentado Trump da suspeita. Presidente volta a chamar investigação de "farsa".
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O procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira (18/04) não haver "provas suficientes" de que o presidente Donald Trump tenha obstruído a Justiça no contexto da investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016. Ele insistiu ainda que "não houve conspiração" do presidente com o Kremlin.
Barr se pronunciou antes da publicação do relatório do procurador-especial Robert Mueller, que apurou a interferência russa nas eleições presidenciais. "O vice-procurador [Rod Rosenstein] e eu determinamos que as provas apresentadas pelo procurador especial não são suficientes para estabelecer que o presidente cometeu um crime de obstrução de Justiça", afirmou Barr.
No relatório confidencial que entregou ao Departamento de Justiça no fim de março, Mueller "recopila dez episódios nos quais o presidente está envolvido e discute possíveis teorias legais para conectar essas ações a elementos de um crime de obstrução", explicou o procurador-geral.
O relatório apontou, por exemplo, que um advogado da Casa Branca chamado Don McGahn, fez esforços em junho de 2017 para tirar a investigação de Mueller. O procurador especial havia concluído, tal como Barr fez hoje, que nem Trump nem qualquer membro da sua campanha conspirou com os russos
, mas não havia feito o mesmo em relação ao possível crime de obstrução.
"Embora este relatório não conclua que o presidente cometeu um crime, tampouco o exonera", escreveu Mueller.
No entanto, Barr e Rosenstein não estiveram "de acordo com algumas das teorias do procurador especial", e determinaram que Trump não interferiu na investigação. "O presidente não deu nenhum passo que efetivamente privou o procurador especial dos documentos e testemunhas necessários para completar sua investigação", ressaltou.
A decisão de Mueller de não chegar a uma conclusão sobre se Trump obstruiu a Justiça gerou polêmica nos EUA, porque, por outro lado, o procurador especial deixou essa determinação nas mãos de Barr, nomeado pelo presidente há alguns meses exatamente devido à sua interpretação, favorável à Casa Branca, desse possível crime.
Barr assumiu o cargo em fevereiro, após a demissão de Jeff Sessions, que tinha uma relação conflituosa com o presidente. A imprensa americana apontou que Trump culpava Sessions pela nomeação de Mueller. Já Barr havia se destacado antes de assumir o cargo como um crítico da investigação da trama russa. Ele também havia defendido publicamente decisões controversas de Trump, como a demissão do diretor do FBI James Comey.
Antes da coletiva, o procurador-geral, já havia concluido, numa carta de quatro páginas sobre o relatório de Mueller publicada no fim de março, que Trump não obstruíra a Justiça.
A versão com supressões do relatório divulgada hoje tem mais de 400 páginas e "poucos trechos" foram "censurados", com objetivo não interferir no trabalho da comunidade de inteligência nem na integridade de casos judiciais que ainda estão ativos, alegou o procurador-geral.
Barr reconheceu que "nesta semana, os advogados pessoais do presidente solicitaram, e lhes foi concedida, a oportunidade de ler uma versão final do relatório censurado antes que fosse publicado".
No entanto, afirmou que Trump não exerceu seu direito de invocar o "privilégio executivo" para censurar algumas partes do relatório, e que ninguém de fora do Departamento de Justiça editou o documento.
Diante do entendimento conflitante de Mueller e Barr sobre a suspeita de obstrução, o presidente da Comissão Judicial da Câmara dos Representantes, Jerrold Nadler, pediu hoje ao procurador-especial Robert Mueller que testemunhe no Congresso americano.
"Tal como comuniquei ao Departamento de Justiça, solicito seu testemunho perante a Comissão Judicial o mais rápido possível – o mais tardar até 23 de maio de 2019", escreveu Nadler numa carta enviada a Mueller, que divulgou na rede social Twitter. Nadler disse que o Congresso e os americanos "devem escutar Mueller pessoalmente, para melhor compreender as suas descobertas".
Após a coletiva de Barr, Donald Trump criticou mais uma vez a investigação: "É a maior farsa de todos os tempos! Foram os polícias 'sujos' e corrompidos, os democratas e o partido deles que cometeram delitos", afirmou Trump numa mensagem difundida pela rede social Twitter, voltando a falar de "assédio presidencial".
JPS/efe/afp/ots
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Foto: Reuters/M. Bazo
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Foto: Reuters/C. Petit Tesson
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Um incêndio atingiu a Catedral de Notre-Dame, em Paris, um dos monumentos mais visitados do mundo. As imagens da construção em chamas e dos céus da capital francesa cobertos de fumaça logo correram o mundo, enquanto franceses e turistas observavam em choque nas ruas. Foram necessárias horas até que os bombeiros conseguissem conter as chamas e evitar um colapso total da igreja. (15/04)
Foto: Getty Images/H. Hitier
Voo inaugural de um gigante
A maior aeronave do mundo completa com sucesso seu primeiro teste. O Stratolaunch, com uma envergadura da mesma extensão de um campo de futebol, decolou de um aeródromo no deserto de Mojave, na Califórnia, e realizou exercícios de testes por duas horas e meia. O avião foi concebido para ser uma plataforma móvel de lançamento de satélites no espaço. (14/04)
Foto: Stratolaunch Systems Corp.
Papa pede a jovens para deixar vício de celular
Por ocasião da visita de alunos do renomado Liceu Ennio Quirino Visconti, ao Vaticano, pontífice apela para que eles se "libertem da dependência" de telefones celulares. O papa lembrou que "o telefone celular é uma droga" que "pode reduzir a comunicação a simples contatos". Francisco disse ainda que "a vida é comunicar e não somente simples contatos." (13/04)
Foto: picture-alliance/AP Photo/G. Borgia
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Foto: Reuters/P. Nicholls
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Uma equipe internacional de astrônomos revelou pela primeira vez a imagem real de um buraco negro, que poderá revolucionar a compreensão sobre o tema. A imagem foi obtida pelos cientistas que trabalham na rede mundial de telescópios Event Horizon Telescope. Os esforços envolveram a colaboração de profissionais em várias partes do mundo. (10/04)
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Pesquisa Datafolha apontou que 30% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo. Essa foi a pior avaliação negativa que um presidente brasileiro eleito registou nos seus primeiros três meses de mandato desde 1990. O levantamento também apontou que 61% dos entrevistados consideram que o presidente Jair Bolsonaro fez menos do que se esperava desde que assumiu o cargo. (07/04)
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Novas leis penais islâmicas – que incluem morte por apedrejamento por sexo gay e adultério – entraram em vigor no Brunei. As medidas causaram indignação internacional e provocaram protestos de países, grupos de direitos civis e até de celebridades. As leis fazem do pequeno sultanato o primeiro país do leste ou do sudeste da Ásia a implementar o rígido código islâmico em nível nacional. (03/04)
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