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Produção industrial alemã cai em meio a "clima ruim"

8 de agosto de 2023

Ministério alemão da Economia alerta que não há sinais de melhora em curto prazo. Queda nos dados de junho foi pior do que o previsto. Quadro atual pode ser sinal de futuras más notícias para o PIB do país.

Funcionária trabalha na linha de montagem de fábrica da Volkswagen
Indústria automobilística alemã teve uma queda significativa de 3,5% em junho, após um aumento na produção de 5,8% no mês anteriorFoto: Hendrik Schmidt/dpa/picture alliance

A produção industrial alemã caiu pelo segundo mês consecutivo, segundo dados de junho publicados nesta segunda-feira (07/08) pelo Departamento Federal de Estatísticas (Destatis). O setor registrou queda de 1,5%, bem superior ao mês anterior, de 0,1%.

O Ministério alemão da Economia afirmou que, apesar de um aumento na demanda, a alta dos preços de energia e da taxa de juros puxaram a economia para baixo.

O tombo foi maior do que o esperado pelos analistas, segundo uma pesquisa da empresa de análise de dados financeiros Factset, que havia previsto queda de 0,5%.

A tradicionalmente forte indústria automobilística alemã teve uma queda significativa de 3,5%, após um aumento na produção de 5,8% no mês anterior. O setor da construção civil registrou baixa de 2,8%, o que também contribuiu para o desempenho ruim de junho.

"A perspectiva para a economia industrial permanece sombria apesar das demandas crescentes, uma vez que estas são afetadas pelas flutuações nos pedidos de grande porte", informou a pasta.

"Dada a contenção nos negócios e as expectativas de exportação por parte das empresas, não há atualmente sinais de uma recuperação perceptível."

"Letargia persistente"

O analista do banco digital ING Carsten Brzeski avalia que os dados mais recentes seriam "mais uma ilustração da estagnação contínua do país", acrescentado que esse quadro pode ser um sinal de futuras más notícias para o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha.

"Com os números de hoje, aumenta o risco de que a estimativa provisória do crescimento estagnado do PIB no segundo trimestre ainda possa ser revista para baixo", afirma Brzeski.

"O clima ruim entre as empresas indica uma letargia persistente", avalia Alexander Krüge, economista chefe do banco privado Hauck Aufhäuser Lampe.

Enquanto cresciam os efeitos da crise iniciada pela invasão russa da Ucrânia, que geraram altas na inflação e na taxa de juros, a maior economia da Europa caiu de maneira inesperada em uma recessãono final de 2022 e início de 2023.

O banco alemão Bundesbank prevê que a economia do país deverá se contrair em 0,3% em 2023.

Um aspecto positivo dos dados mais recentes é a recuperação da produção da indústria farmacêutica, que evitou uma queda maior no resultado geral com um crescimento de 7,9%, após cair 13,3% em maio.

rc (AFP, Reuters)

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