Com uma população errante das aves de origem sul-americana devorando suas plantações, agricultores do norte da Alemanha querem começar a caçá-las, mas enfrentam obstáculos legais.
Anúncio
Nesta semana, cooperativas de agricultores anunciaram que "pássaros gigantes sul-americanos não voadores" estão causando caos no norte da Alemanha.
Um censo no segundo semestre deste ano da única população selvagem de emas da Europa, na fronteira entre os estados alemães de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Schleswig-Holstein, constatou que seu número aumentou de 205 para 566 pássaros, de acordo com o Ministério da Agricultura.
A explosão populacional das emas aconteceu apesar dos esforços de controle populacional na Reserva da Biosfera de Schaalsee.
Quase 300 das aves contadas nasceram neste ano, possivelmente devido ao verão excepcionalmente quente e seco.
Parentes do avestruz, as emas podem crescer até 1,7 metro de altura e podem pesar até 40 quilos. Os fazendeiros não gostam desses pássaros gigantes pois eles estão devorando as suas plantações de colza e cereais.
O sindicato dos agricultores locais alega que as aves causam dezenas de milhares de euros de prejuízos às fazendas a cada ano. Eles também passeiam ocasionalmente sobre as autoestradas, causando dores de cabeça para passageiros e condutores.
A população alemã de emas descende de alguns casais reprodutores que escaparam de uma fazenda de carnes exóticas perto de Lübeck, no final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Elas migraram para Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde encontraram um refúgio e prosperaram nos extensos campos e prados da Reserva da Biosfera de Schaalsee, que está na lista da Unesco.
Agentes responsáveis pela vida selvagem têm controlado a população, perfurando os ovos de ema e cobrindo-os com cera, mas a campanha parece estar perdendo eficácia.
Os agricultores têm pressionado o governo para expandir seus esforços e permitir que os machos sejam caçados. As autoridades estaduais concordaram em investigar métodos alternativos de controle populacional.
No entanto, esses chamados "neozoas" (espécies introduzidas) não são listados como espécies invasoras, pois não causam danos à fauna e flora nativas, dificultando os esforços de erradicação.
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube
Dez animais selvagens que acharam em Berlim seu habitat
Capital alemã pode parecer só concreto, mas a vida selvagem é mais diversificada do que parece. Não só raposas, javalis e coelhos circulam pelas pelas ruas, como também é a cidade da Alemanha com o maior número de aves.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Carstensen
Raposas
Se de repente você der de cara com uma raposa depois de uma noitada em Berlim, não se preocupe – você não está tendo alucinações. A capital alemã virou habitat para as raposas, diz a especialista em animais selvagens Katrin Koch.
Foto: Reuters/F. Bensch
Guaxinins
Não só raposas podem cruzar seu caminho em Berlim. Guaxinins estão por toda parte. Eles gostam de subir nas casas e brincar em jardins e parques, e podem até ser encontrados em ruas movimentadas. Guaxinins vivem em cavernas. E mesmo numa cidade como Berlim eles encontram mais alternativas a cavernas na cidade do que no campo, seja em telhados, chaminés ou árvores ocas.
Foto: NABU Berlin
Javali
Como se raposas selvagens e guaxinins no meio de Berlim já não fossem assustadores, você ainda tem que cuidar dos porcos selvagens. Em geral, eles vivem na periferia da cidade, mas ultimamente estão vindo com mais frequência em direção ao centro, afirma Katrin Koch. A boa notícia é que eles nunca atacaram ninguém, e realmente não representam uma ameaça.
Foto: picture-alliance/dpa
Castores
Embora castores não sejam nativos de Berlim, nos últimos dez anos eles foram se instalando pouco a pouco na cidade. A espécie é protegida, e eles não podem ser caçados. Agora, os rios Havel e Spree estão praticamente tomados por castores. Por isso, todo cuidado é pouco durante mergulhos nas águas da capital alemã.
Foto: picture alliance/Arco Images GmbH
Morcegos
Gotham City pode ser a cidade do Batman, mas, no mundo real, Berlim é a cidade dos morcegos. Um de seus locais favoritos é a fortaleza renascentista no bairro Spandau, onde vivem aos milhares. Mas eles também podem ser vistos voando pelo centro da cidade, e usando os prédios como se fossem falésias.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Thomas
Coelhos
Como em outras grandes cidades alemãs, os coelhos adoram os parques verdes de Berlim. Na capital, eles frequentam muito o parque Kleistpark. Certa vez encontrei uma raposa cercada por uma família de coelhos no meio de Berlim. Cheguei a pensar que estava numa cena de "Alice no país das maravilhas".
Foto: NABU/Jens Scharon
Águias
A maior sensação entre os animais selvagens em Berlim é a águia-rabalva, que tem uma cauda branca. Segundo Katrin Koch, depois de quase cem anos, o primeiro exemplar foi visto em Berlim em 2002. É a maior ave de rapina da cidade. Então, da próxima vez que você observar um grande pássaro marrom com uma grande envergadura e um bico amarelo afiado fazendo rondas sobre Berlim, tire uma foto...
Foto: picture-alliance/dpa
Falcões
O falcão mais famoso em Berlim é o francelho. Eles adoram voar sobre nossas cabeças e pousar em buracos nas paredes e janelas. Os falcões são animais protegidos pela ONG Nabu, que instalou caixas para ninhos em escolas, igrejas e prédios industriais.
Foto: Imago/McPhoto/blickwinkel
Pardais
Berlim é a cidade alemã com o maior número de aves, sejam pássaros, aves de rapina ou grandes gaivotas. Um dos mais graciosos é o pardal, que come de sua mão. Enquanto a população de pardais em outras cidades alemãs, como Hamburgo, está diminuindo, na capital alemã ela cresce. Cuidado para não mergulharem com o bico em sua comida quando você não estiver prestando atenção!
Foto: NABU/Nikolai Kraneis
Corujas da noite
Um "animal selvagem" berlinense bem original é a coruja da noite ou animal de festas. Seu habitat são os bairros Neukölln, Friedrichshain e Kreuzberg. Eles podem ser identificados por seus corpos cobertos de brilho, por beberem Club-Mate, uma bebida de mate com cafeína, e a atração por música eletrônica. Nas primeiras horas da manhã, eles podem ser encontrados dormindo em trens pela cidade.