Combate ao terrorismo
16 de julho de 2007![](https://static.dw.com/image/2675489_800.webp)
O ministro alemão do Interior, Wolfang Schäuble, desencadeou uma polêmica no governo de coalizão formado pela União Democrata Cristã (CDU), pela União Social Cristã (CSU) e pelo Partido Social Democrata (SPD), ao propor medidas mais rígidas para combater a ameaça de ataques terroristas no país.
Ao sugerir a prisão preventiva e a execução sumária de supostos terroristas, Schäuble acabou sendo repreendido até pelo presidente alemão, Horst Köhler. "Pode-se avaliar se a forma como são feitas as sugestões, numa espécie de staccato, é adequada. Como as pessoas podem engolir isso? Eu mesmo tenho minhas dúvidas se, por exemplo, coisas como a execução de um suposto terrorista, podem ser feitas sem uma sentença judicial", disse o presidente, no final de semana, em entrevista à emissora de televisão ZDF.
Schäuble voltou a defender seus planos antiterror. "A organização terrorista Al-Qaeda está novamente apta a agir e a Alemanha está ameaçada", justificou em entrevista ao jornal suíço Neue Zürcher Zeitung. Ele reiterou sua proposta de usar as Forças Armadas na segurança interna e acusou o SPD de bloquear as buscas via internet por mera "tática partidária".
O presidente do SPD, Kurt Beck, acusou o ministro de querer "proteger a liberdade até matá-la". O líder da bancada do SPD no Bundestag, Peter Struck, pediu uma palavra de ordem da chanceler federal alemã, Angela Merkel, sobre o assunto, de modo a impedir um "envenenamento do clima da coalizão" por Schäuble. Os social-democratas da Baviera chegaram a pedir a renúncia do ministro do Interior.
Diante da ameaça iminente de um racha no governo, Schäuble pisou no freio pelo menos num ponto. Na noite deste domingo (15/07), ele disse que sua referência à execução preventiva de terroristas for interpretada de forma errada. "Não quero uma outra república e, sim, bases jurídicas claras", afirmou. (gh)