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Protecionismo compromete cúpula UE-América Latina

(gh)11 de maio de 2006

Morales anuncia mais estatizações em Viena, no início do encontro de 60 chefes de Estado e de governo da América Latina, Caribe e União Européia. Plassnik descarta avanços nas negociações UE-Mercosul.

Morales ameaça com mais estatizaçõesFoto: AP

As tendências protecionistas na Venezuela e na Bolívia ameaçam transformar-se numa prova de fogo para as relações entre a União Européia e a América Latina. Na abertura da cúpula de 60 chefes de Estado e de governo das duas regiões, nesta quinta-feira (11/05), em Viena, o presidente boliviano, Evo Morales, disse que seus planos de estatização não se restringem à exploração do gás natural.

"Não precisamos negociar ou dialogar, quando se trata de uma política que é uma decisão soberana do Estado", disse rebatendo críticas. Morales anunciou que pretende estatizar mais recursos minerais e desapropriar terras. "Vamos acabar com o latifúndio", disse.

Apesar da preocupação de empresas européias como as britânicas British Gas e BP, a francesa Total e a espanhola Repsoil YPF, atingidas pela estatização do gás, Morales garantiu que os investimentos estrangeiros são seguros, "enquanto respeitarem as leis bolivianas".

Plassnik descarta fechamento do acordo UE-MercosulFoto: AP

A ministra das Relações Exteriores da Áustria, Ursula Plassnik, que exerce a presidência rotativa do Conselho Europeu, disse que não é atribuição da Europa comentar os planos da Bolívia. "Decisivo é que haja segurança legal e um ambiente de confiança para a economia, o que é um tema central para os investidores", afirmou.

À semelhança de Morales, o presidente venezuelano Hugo Chávez nacionalizou grande parte da exploração de petróleo e ameaça criar um novo imposto para empresas estrangeiras.

Na tarde desta quinta-feira (11/05), os ministros das Relações Exteriores de 62 países (um terço dos membros da ONU) reuniram-se em Viena para discutir a parceria estratégica entre UE, América Latina e Caribe. À noite, ocorre a abertura oficial da cúpula dos chefes de Estado e de governo (Eulac).

Plassnik já adiantou que não espera progressos nas negociações entre União Européia e o Mercosul, iniciadas em 1999. Ele acrescentou que a UE mantém a mão estendida para a Comunidade Andina de Nações (CAN), mas que o bloco – em fase de esfacelamento – tem de esclarecer a sua composição e seu futuro.

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