Protesto contra Trump no Oregon termina em violência
11 de novembro de 2016
Em Portland, manifestantes depredam carros e atiram objetos contra a polícia, que responde com spray de pimenta, balas de borracha e detenções. Eleição de republicano é alvo de protestos de leste a oeste dos EUA.
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Pela segunda noite consecutiva, milhares de americanos foram às ruas nesta quinta-feira (10/11) para protestar contra a eleição de Donald Trump para presidente. Enquanto a maioria das manifestações foi pacífica, mas em Portland, no estado de Oregon, o protesto foi acompanhado de incidentes violentos.
Cerca de 4 mil pessoas foram às ruas de Portland aos gritos de "Nós rejeitamos o presidente eleito!". Carros foram depredados e alguns manifestantes jogaram objetos contra a polícia, que, por sua vez, respondeu com spray de pimenta e balas de borracha para forçar a dispersão. A polícia disse ter prendido 26 pessoas.
Pelo Twitter, o Departamento de Polícia local descreveu a manifestação como uma revolta e descreveu a situação: "Muitos na multidão tentam impedir a destruição de patrimônio por grupos anarquistas, anarquistas ignoram."
O protesto continuava na manhã desta sexta-feira, mas a polícia estimou ter diminuído para menos de 1.500 manifestantes.
De leste a oeste
Em Nova York, grupos contra Trump voltaram a se aglomerar em frente à Trump Tower, residência do presidente eleito e sede da Trump Organization, situada na Quinta Avenida. O local, que virou um dos focos dos protestos desde o anúncio da vitória do republicano, ganhou uma barricada especial armada pela polícia.
A capital do país, Washington, também foi alvo de manifestações. Cerca de 100 pessoas marcharam da Casa Branca, onde Trump se encontrou com o atual presidente Barack Obama nesta quinta-feira, até o Trump International Hotel, a alguns quarteirões de distância. Lá, gritavam "Não ao ódio! Não ao medo! Imigrantes são bem-vindos!" e traziam cartazes pedindo o impeachment de Trump.
Em São Francisco, mais de mil estudantes foram às ruas com bandeiras coloridas para defender os direitos das comunidades lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Eles também carregavam bandeiras mexicanas e cartazes contrários a Trump.
Diante de um país dividido, Trump não deixou de expressar sua indignação: "Acabo de passar por uma eleição muito aberta e bem sucedida. Agora manifestantes profissionais, incitados pela mídia, protestam. Muito injusto", escreveu no Twitter durante a noite.
Também foram registrados protestos em Baltimore, Denver, Minneapolis, Filadélfia, Dallas, Los Angeles e Oakland. Mais manifestações são esperadas no final de semana.
IP/rtr/ap
As construções mais polêmicas de Donald Trump
As megapropriedades não só trouxeram riqueza para Donald Trump, mas também dores de cabeça. Veja alguns empreendimentos do multimilionário pelo mundo.
Foto: Getty Images/S. Olson
Hillary na sombra de Trump
O primeiro debate entre Hillary Clinton e Bernie Sanders, então ainda pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, em outubro de 2015, aconteceu, literalmente, à sombra de Trump. Isso porque o Trump International Hotel and Tower em Las Vegas estende sua sombra sobre o Wynn Resort, onde estavam os democratas.
Foto: Getty Images/J.Raedle
Questão de gosto
A indignação em Chicago foi enorme quando se soube que Trump iria colocar seu nome em um novo prédio. O prefeito Rahm Emanuel chegou a chamar a construção de "brega e de mau gosto". Mas depois de cinco anos de processos judiciais, Trump conseguiu colocar seu nome no 16º andar em letras gigantescas.
Foto: Getty Images/S. Olson
Jogo de sorte ou de azar?
O Taj Mahal em Atlantic City, no estado de Nova Jersey, custou 1 bilhão de dólares. Só que, depois de 25 anos, em 2014 o complexo de hotel e cassino de Trump quase teve de declarar falência. Uma empresa de investimentos salvou o empreendimento, mas o nome Trump foi mantido. Já o hotel Trump Plaza em Atlantic City não teve a mesma sorte.
Foto: Getty Images/W.T.Cain
A sede em Nova York
Donald Trump se orgulha do seu centro de poder em Nova York. A Trump Tower, na Quinta Avenida, não é apenas a sede de sua campanha eleitoral: é onde o bilionário mora com a família. No prédio, também têm apartamentos o craque Cristiano Ronaldo, o ator Bruce Willis e o compositor Andrew Lloyd-Webber.
Foto: picture-alliance/AA
Símbolo controverso
Só o átrio já ocupa quase seis andares e é decorado com mármore e ornamentos de ouro. Alguns consideram a Trump Tower, no número 725 da Quinta Avenida, de mau gosto. Para outros, o projeto dos arquitetos Edward Larrabee Barnes e Der Scutt é elegante e atemporal. A torre tornou-se um ímã para os aficionados de arquitetura contemporânea e apoiadores de Trump.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Reboredo
Riqueza em bairro pobre
O Trump Ocean Club, na Cidade do Panamá, tem um hotel de 400 quartos e 700 apartamentos, em parte ainda vazios. O edifício mais alto da América Latina até 2012 é conhecido pela sua silhueta única. A torre fica perto de um bairro pobre, o que reduziu sua atratividade.
Foto: Getty Images/AFP/R. Arangua
Resistência escocesa
Trump pretende construir na Escócia o "melhor campo de golfe do mundo". Só que o empreendimento está ameaçado porque Michael Forbes, um simples dono de terras, se nega a vender sua propriedade, que faz fronteira com o complexo. Durante uma visita ao local em junho, Trump elogiou o resultado do Brexit, embora a Escócia queira ficar na União Europeia.
Foto: Getty Images/J.-J. Mitchell
Trump no Oriente europeu
As Trump Towers em Istambul ficam no bairro Sisli, a parte europeia da Turquia, por isso são consideradas os primeiros arranha-céus de Trump na Europa. Só que de Trump tem apenas o nome, já que o proprietário é o bilionário turco Aydin Dogan. As declarações de Trump sobre o islã geraram a rejeição de muitos muçulmanos na Turquia.
Foto: Getty Images/O.Kose
Projetos no Brasil
Além do hotel que foi aberto no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, Trump tem outro projeto ambicioso na Cidade Maravilhosa: cinco edifícios de 38 andares da Trump Towers Rio, na zona portuária. O que era para ser o maior complexo de escritórios em um país dos Brics, porém, ainda nem saiu do papel. As obras deveriam ter começado em 2015.