Protesto de curdos contra Erdogan leva 30 mil a Colônia
3 de setembro de 2016
Curdos manifestam na cidade alemã contra poder "ditatorial" do presidente após fracassado golpe militar e ataques às milícias curdas na Síria. Polícia estava presente para evitar confrontos com nacionalistas turcos.
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Milhares de cidadãos de origem curda protestaram neste sábado (03/09) em Colônia, no oeste da Alemanha, contra o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Durante o ato, mais de mil policiais estavam presentes para evitar confrontos com nacionalistas turcos.
Na manifestação, que contou com cerca de 30 mil pessoas, foram mostradas várias bandeiras com o rosto do preso Abdullah Öcalan, fundador e líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), classificado como grupo terrorista pela União Europeia e EUA.
Sob o lema "Contra a ditadura e pela igualdade de tratamento", o protesto foi realizado no mesmo lugar que, no dia 31 de julho, cerca de 40 mil pessoas de origem turca se encontraram para expressar apoio a Erdogan após o fracassado golpe militar na Turquia.
A manifestação deste sábado tinha sido convocada pela organização Nav-Dem, considerada pelos serviços secretos alemães como próxima ao PKK, e contou com a participação de Selahattin Demirtas, líder do partido esquerdista e pró-curdo HDP, quarta força no parlamento turco.
Em comunicado, a Nav-Dem, que pede a resolução do conflito curdo por meios "pacíficos e democráticos" e defende Öcalan como interlocutor perante Ancara, tinha encorajado os milhares de curdos residentes na Alemanha a irem a Colônia para protestar contra o poder "ditatorial" de Erdogan após o fracassado golpe de Estado e contra os ataques às milícias curdas na Síria.
Na concentração foram ouvidos gritos a favor da liberdade de Öcalan, preso na Turquia desde 1999 após ser condenado à pena de morte e depois ter a sentença alterada para a prisão perpétua.
O chefe da polícia de Colônia, Jürgen Mathies, instou que os participantes protestassem e expressassem suas opiniões de forma pacífica, e pediu que evitassem qualquer tipo de provocação.
FC/efe/epd/dpa
A guerra particular das mulheres contra o "Estado Islâmico"
Em meados de 2014, a organização jihadista EI invadiu os territórios dos yazidis no norte do Iraque. Centenas de mulheres foram sequestradas, violentadas, escravizadas. Agora elas lutam contra os terroristas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Localizando o inimigo
Perto da cidade de Mossul, no Iraque, a combatente curda Haseba Nauzad examina de binóculo a linha de front que separa o território curdo daquele controlado pela organização terrorista "Estado Islâmico" (EI). Em cooperação com o Exército iraquiano, os curdos ganham cada vez mais terreno contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Vanguarda da resistência
Inimigo localizado, é hora de atirar. Juntamente com a camarada yazidi Asema Dahir (3ª da dir.) e outras combatentes, Haseba mira os terroristas do EI. Como as ofensivas aéreas não bastam para derrotar os jihadistas, as yazidis e curdas formam a linha de frente no combate de solo.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Visão desimpedida
Haseba Nauzad prende os cabelos num rabo de cavalo: para mirar com exatidão, nada pode atrapalhar a visão. Para os ocidentais pouco mais do que um capricho da moda, o "military look" reflete uma sofrida realidade tanto aqui no Iraque como na Síria.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Companheiro fiel e símbolo de outros tempos
Asema Dahir faz uma pausa no combate. O ursinho de pelúcia vermelho que leva no braço é um símbolo de uma passado pacífico, encerrado abruptamente em meados 2014 com o ataque do EI. Para muitas mulheres yazidis começou aí uma época de sofrimento e de ruptura com tudo o que lhes era mais caro.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Imagem eloquente
O "Estado Islâmico" não teve piedade nem com os mais fracos. Implacavelmente perseguidos pelos fundamentalistas, em meados de 2014 centenas de milhares tiveram que procurar abrigo. Na época, esta foto de um ancião e suas acompanhantes deu a volta ao mundo como símbolo do sofrimento dos yazidis.
Foto: Reuters
Trauma de uma adolescente
Esta jovem yazidi não quis mostrar o rosto. Logo após a chegada do EI, ela foi forçada a se casar, aos 15 anos, com um militante do grupo. Dois meses mais tarde conseguiu escapar e agora vive novamente com a família. E relata horrores quase indizíveis.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Bennett
Depois da batalha
Meses a fio, os jihadistas do EI também sitiaram a cidade de Kobane, no norte da Síria, bem na fronteira com a Turquia. Lá os curdos ofereceram resistência desesperada, até conseguir vencer os terroristas com a ajuda da Força Aérea americana. Para trás ficou um mar de ruínas.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Akgul
União que faz a força
O EI ataca a todos que não compartilhem sua ideologia. Ele aposta numa tática divisiva, tentando instigar as diferentes confissões religiosas e etnias umas contra as outras. Nem sempre funciona: há muito, curdas e yazidis tornaram-se aliadas – o que já representa uma vitória simbólica contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Não à escravidão
Do ponto de vista militar, o "Estado Islâmico" ainda não está vencido, continuando a deter o controle sobre vastas regiões na Síria e no Iraque. As curdas e yazidis seguirão combatendo-o, e de quebra dão uma lição aos fundamentalistas: as mulheres não nasceram para ser escravas.