Protesto em defesa do clima tem tom de Carnaval em Bonn
11 de novembro de 2017
Centenas de manifestantes saem às ruas da cidade alemã, onde ocorre COP23, para pressionar líderes estrangeiros por ações mais urgentes contra a mudança climática. Protesto coincide com início do Carnaval na região.
Anúncio
Manifestantes, desta vez fantasiados, voltaram neste sábado (11/11) às ruas de Bonn, no oeste da Alemanha, para reivindicar ações mais contundentes contra a mudança climática – a cidade recebe, desde o início da semana, a 23ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP23).
O protesto coincidiu com o início do carnaval na região, que, seguindo a tradição, começou a ser comemorado pontualmente às 11h11 e se fundiu com a manifestação pelo clima. Fantasias, máscaras e cartazes alusivos à luta contra o aquecimento global deram o tom festivo à marcha.
O grupo No Climate Change, que convocou o protesto, afirmou que cerca de 2 mil pessoas de várias partes do mundo participaram da manifestação, que seguiu do centro de Bonn até a sede local das Nações Unidas. Em seguida, outro protesto ocorreu no centro da cidade. No fim de semana passado, um ato semelhante havia reunido 25 mil pessoas, segundo organizadores.
Os protestos tinham intenção de chamar a atenção dos participantes da conferência do clima, que acontece até 17 de novembro na ex-capital alemã e reúne cerca de 23 mil pessoas, de 197 países.
Os manifestantes criticaram a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de abandonar o Acordo de Paris sobre o clima, mas também alertaram outros líderes, como a chanceler federal alemã, Angela Merkel, acusada de ter feito pouco para a defesa do meio ambiente.
"Precisamos pressionar os políticos e os negociadores da COP23. Só assim eles chegam a alvos concretos e acordos vinculativos", disse Dagmar Paternoga, da organização antiglobalização Attac, um dos grupos que apoiaram a manifestação deste sábado.
Em entrevista à DW, a ativista afirmou que "mudança climática não reage a palavras bonitas, apenas a ações". "Exigimos o fim do carvão, o fim dos combustíveis fósseis, mais energia renovável e também uma transição para a mobilidade", explicou.
Os países que assinaram o Acordo de Paris em 2015 estabeleceram metas nacionais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e limitar o aumento da temperatura ao teto máximo de 2ºC em relação aos níveis da era pré-industrial. As metas, no entanto, não são vinculativas.
A COP23, a primeira depois do anúncio de Trump de que vai tirar os EUA do pacto climático, pretende detalhar como será a implementação do acordo. Especialistas observam que as decisões tomadas na conferência deste ano serão essenciais para que as metas do acordo sejam alcançadas.
EK/dw/efe
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
Aberta a temporada de Carnaval em Colônia
Às 11 horas e 11 minutos de 11 de novembro é declarada aberta a temporada da folia em Colônia, que prossegue até a Quarta-feira de Cinzas. Conheça termos em coloniano imprescindíveis para os "Jecken", os foliões locais.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg
Fastelovend, Fasteleer
Ambos são termos para "Carnaval" no dialeto coloniano. A temporada carnavalesca ("Session") de Colônia já é inaugurada em 11 de novembro, às 11h11. Porém a "quinta estação" ou "dias da loucura" propriamente ditos começam na quinta-feira antes do Carnaval, com o Weiberfastnacht (Carnaval das mulheres) e vai até a Quarta-Feira de Cinzas.
Foto: picture alliance/dpa/O.Berg
Jecken
Só uma questão de nome: os foliões de Colônia são denominados "Jecken", mas apresentam a mesma disposição para se fantasiar e "encher a cara" que seus colegas em outras partes do mundo. No resto do ano, "Jeck" quer dizer "louco". Uma reação comum quando os colonianos se deparam com um absurdo é: "Bist du eijentlich jeck?" – "Está maluco?"
Foto: picture-alliance/dpa/R. Vennenbernd
Kölsch
Além de significar "coloniano" e designar o dialeto local, "Kölsch" é o nome da cerveja de Colônia. No Carnaval, para evitar acidentes, os tradicionais copos cilíndricos e delgados de 200 ml são substituídos pelos de plástico. Garrafas são proibidas em certos locais. Dica: nos bares ("Kneipe"), nessa época, só se paga com vales comprados à entrada. Isso evita que o garçom perca tempo com o troco.
Foto: picture-alliance/dpa
D'r Zoch kütt!
Aí vem o desfile de Carnaval! Carros alegóricos com engraçadas esculturas de papel machê e gente que acena e atira flores e doces. Nas ruas estão os foliões, música e grupos de dança. Além do desfile da segunda-feira ("Rosenmontagszug"), o ponto alto do Carnaval, há um importante desfile de bairros e escolas no centro da cidade no domingo. Nos bairros, há desfiles menores de domingo a terça.
Foto: picture alliance/dpa
Kamelle
Balas e doces são a clássica "munição" carnavalesca, arremessada dos carros alegóricos para a multidão. Hoje em dia, o termo "kölsch" "Kamelle" foi ampliado para designar todo tipo de guloseimas: sacos de pipoca e batatinhas fritas, ursinhos de goma, waffles, barras de chocolate inteiras. Por vezes, a generosidade dos clubes é tão grande, que um ou outro folião sai machucado.
Foto: picture alliance/dpa
Strüssjer
Pequenos buquês de flores também são distribuídos ou atirados durante o desfile. Quem consegue ficar na primeira fila do desfile da segunda-feira e grita mais alto "Strüssjer!! Kamelle!!" costuma se dar bem, podendo ganhar até mesmo uma beijoca.
Foto: picture-alliance/dpa
Bützcher
Beijar a torto e a direito é outra peculiaridade da "Fastelovend": completamente estranhos distribuem "Bützcher" à vontade, até mesmo em policiais, sem qualquer consequência mais grave. A não ser uma maquiagem radicalmente borrada, em caso de entusiasmo beijoqueiro extremo.
Foto: picture-alliance/dpa
Schunkele un danze
No Carnaval renano ouve-se da marcha militar à valsa – passando até por um samba ou outro. Cada um dança ("danze") como quer e pode. Uma variante especial é o "Schunkele", em que os "Jecken" se engancham os braços e balançam de um lado para o outro. "Ich ben ene Räuber", "Mir sinn kölsche Mädcher", "Blootwoosch, Kölsch un en lecker Mädcher" constam entre os "Schunkellieder" mais apreciados.
Foto: picture alliance/R. Goldmann
Jet ze müffele
"Algo para comer" é especialmente importante em caso de alto consumo de cerveja. Os pratos típicos de Colônia incluem "Flönz" (morcela vermelha), "Halver Hahn" (pão de centeio com queijo – embora o nome signifique, na verdade, "meio frango"), "Hämcher" (joelho de porco) e "Rievkooche" (bolinho de batata), além das onipresentes "Frikadellen" (almôndegas, na foto) e "Pommes" (batatas fritas).
Foto: Fotolia
Weetschaff
Praticamente todos os bares ("Kneipe", ou "Weetschaff, em "kölsch") da cidade participam da festa que dura seis dias seguidos. Em geral os donos retiram o mobiliário, para deixar livre uma grande pista de dança, e decoram tudo. Em muitos locais só se ouve música coloniana, outros também tocam sucessos alemães, pop e rock. As filas diante dos mais tradicionais chegam a se estender por 300 metros.
Foto: picture alliance/dpa Themendienst/H. Kaiser
Decke Trumm
O tocador leva o "tambor gordo" pelas ruas preso ao corpo com um cinto e percute a pele com uma baqueta grande e fofa. O "Decke Trumm" é parte inalienável do Carnaval de Colônia: é ele que marca o ritmo das canções tradicionais e mantém os foliões – mais ou menos – na linha.