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Protestos anticapitalismo paralisam Frankfurt

19 de maio de 2012

Milhares de ativistas anticapitalismo protestaram em Frankfurt contra o poder dos bancos e a política de austeridade nos países europeus. Polícia temia violência, mas protestos transcorreram pacificamente.

Foto: picture-alliance/dpa

As manifestações do movimento "Blockupy" contra a atual política europeia de austeridade, realizadas em Frankfurt, acabaram de maneira pacífica. Segundo os organizadores, os protestos reuniram 25 mil manifestantes. A polícia estimou a presença de 20 mil pessoas.

O porta-voz do movimento, Roland Süss, celebrou o sucesso dos protestos, afirmando que "25 mil pessoas disseram hoje, no centro bancário da Alemanha, que esta política de empobrecimento de toda a Europa não está sendo feita em nosso nome".

O centro de Frankfurt ficou completamente paralisado, devido à presença de milhares de manifestantes e do grande número de policiais. O bairro onde se concentram os bancos na cidade foi completamente isolado, e forças policiais impediram o acesso às ruas próximas ao percurso da passeata, permitida oficialmente pelas autoridades locais.

Sede dos bancos, cidade é alvo de manifestantesFoto: dapd

Partidos políticos criticam proibição

As facções A Esquerda, Verdes e Partido Social Democrata (SPD) criticaram as proibições de manifestações na cidade por parte da prefeitura de Frankfurt. Andrea Nahles, secretária-geral do SPD, defendeu ser correto "se manifestar sem violência contra a força destrutiva do mercado financeiro e contra o poder excessivo dos bancos". O presidente do partido A Esquerda, Klaus Ernst, anunciou consequências parlamentares e jurídicas em reação às medidas tomadas pela prefeitura local.

Steffi Lemke, do Partido Verde, defendeu também a realização de protestos pacíficos, lembrando que são os bens mais valiosos de uma democracia. "E estes bens não podem ser simplesmente cerceados sem uma explicação clara sobre as razões disso", completou Lemke.

Desrespeito à liberdade de se reunir

A social-democrata Nahles salientou, ainda, ser "terrível" a forma como a cidade lidou com os protestos, colocando em dúvida "o respeito ao direito de se reunir" que vigora no país. Segundo ela, Frankfurt é o lugar certo para falar em alto e bom som que o setor financeiro "tem também que, enfim, arcar com os custos da crise".

Com supostos temores de que o caos pudesse se instalar na cidade, as autoridades locais proibiram todos os protestos do movimento Blockupy contra bancos, capitalismo e a política contra a crise levada a cabo pela União Europeia. Exceto a manifestação ocorrida neste sábado, todos os outros protestos foram proibidos.

Cidade atraiu ativistas de diversos paísesFoto: picture-alliance/dpa

Apesar das proibições, diversos manifestantes contornaram o cerco policial e conseguiram protestar no centro de Frankfurt no decorrer dos últimos dias, ocupando em parte as praças centrais da região. A polícia prendeu diversos ativistas na última sexta-feira (19/05), sendo que uma centena deles ainda continua detida.

Estado de exceção

Durante os protestos do Blockupy na cidade, cerca de 5 mil policiais locais e das cidades vizinhas zelaram pela segurança pública, evitando barricadas e protestos em locais não permitidos. Muitas ruas no bairro onde se localizam as sedes dos bancos ficaram inacessíveis. Vários estabelecimentos comerciais preferiram fechar suas portas por medo de conflitos violentos entre manifestantes e policiais.

A aliança Blockupy é formada pela rede Attac, pelo partido A Esquerda no estado de Hessen e por diversas outras organizações. O conceito "blockupy" vem dos verbos em inglês block (bloquear) e occupy (ocupar).

SV/dpa, epd, dapd, afp
Revisão: Marcio Damasceno

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