Futuro da Síria
16 de julho de 2011A oposição síria não dá sinais de cansaço. Reunidos em Istambul neste sábado (16/07), centenas de opositores do regime Assad participam de uma "conferência de salvação nacional" para discutir formas de afastar o presidente Bashar al-Assad do poder. A conferência em Istambul deverá estabelecer um cronograma para a "queda de Assad" e para a transição democrática.
Devido à repressão violenta das manifestações, que provocou a morte de dezenas de pessoas em todo o país na sexta-feira, foi cancelada uma conferência dos opositores de Assad que deveria acontecer em Damasco também neste sábado, afirmou em Istambul o líder oposicionista Mashaal Tammo.
Segundo dados de ativistas de direitos humanos, mais de um milhão de pessoas foram às ruas para protestar contra o regime Assad nesta sexta-feira. "Trata-se de um desenvolvimento importante e de uma mensagem às autoridades de que as manifestações aumentam" em todo o país, disse Rami Abdel Rahman, do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, em Londres.
Dezenas de mortos
Pelo menos 28 civis foram mortos pelas forças de segurança sírias durante as manifestações na sexta-feira. Algumas fontes falam de até 41 vítimas fatais. Somente nos protestos que reuniram milhares de pessoas na capital, Damasco, as forças de Assad teriam matado mais de 20 civis. Centenas de jovens usando máscaras brancas travaram batalhas de rua com a polícia síria.
O governo sírio responsabilizou "bandos armados" pela violência no país. Segundo a agência oficial de notícias Sana, "homens armados" teriam atirado em civis e policiais.
A novidade dos protestos desta sexta-feira foi sua extensão para Damasco. Até agora, os protestos contra o regime Assad vinham acontecendo principalmente em cidades e vilarejos mais pobres. Quase nenhuma manifestação havia acontecido na capital síria, onde as pessoas têm maior poder aquisitivo e as medidas de segurança são mais acirradas.
Protestos no mundo árabe
Desde o início dos protestos contra Assad, em meados de março, mais de 1.440 civis e 350 membros das forças de seguranças foram mortos, informam grupos de direitos humanos. O governo de Bashar al-Assad rejeita esses números e responsabiliza "bandidos armados" e conspiradores internacionais pelos tumultos no país.
Em outros países do mundo árabe, também aconteceram manifestações em massa nesta sexta-feira. Em Barein, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas exigir reformas democráticas. No Cairo, milhares de pessoas voltaram a protestar na Praça Tahrir, e no Iêmen dezenas de milhares de manifestantes exigiram a renúncia do presidente Ali Abdullah Salih.
CA/afp/dw/dapd/lusa
Revisão: Roselaine Wandscheer