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Protestos contra os EUA deixam mortos e feridos no Afeganistão

22 de fevereiro de 2012

País enfrenta segundo dia de protestos depois de soldados norte-americanos terem admitido a queima do livro sagrado dos muçulmanos. Washington e Otan desculparam-se pelo que classificaram como "tratamento inapropriado".

Foto: picture alliance/dpa

Pelo menos sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quarta-feira (22/02), no segundo dia de protestos no Afeganistão depois que a Otan admitiu que seus soldados em missão no país queimaram cópias do Corão – o livro sagrado dos muçulmanos. Mais de mil manifestantes enfrentaram a polícia nas cidades de Cabul, Jalalabad e Herat.

Segundo testemunhas, foram disparados tiros contra a multidão nos subúrbios de Cabul, depois que manifestantes ultrapassaram barreiras policiais e destruíram janelas das viaturas. Também carros e lojas foram depredados. Na cidade de Jalalabad, manifestantes enalteceram o líder talibã mulá Omar.

"Tratamento inapropriado"

O governo norte-americano e o comandante das forças da Otan no Afeganistão, John Allen, desculparam-se pelo que classificaram como "tratamento inapropriado" de objetos sagrados. O secretário norte-americano de Defesa, Leon Panetta, divulgou um pedido de desculpas, na tentativa de conter a fúria dos afegãos. 

Manifestantes enfrentam a polícia nas ruas de CabulFoto: Reuters

Os Estados Unidos e a Otan ressaltaram que seus soldados receberão treinamento especial a partir de 3 de março para aprender a lidar com objetos religiosos.

Nesta terça-feira, trabalhadores haviam encontrado cópias carbonizadas do Corão quando recolhiam o lixo na base aérea de Bagram. Os livros queimados haviam sido levados da biblioteca de um centro de detenção na base aérea, sob a suposição de conterem mensagens extremistas. Presos são suspeitos de terem usado os livros como meio para trocar mensagens secretas.

O incidente acontece um mês após a divulgação de um vídeo mostrando quatro homens com uniformes militares norte-americanos urinando sobre os corpos de supostos rebeldes talibãs.

MSB/rtr/afp/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer

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