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Protestos pedem ação na Amazônia aos líderes do G7

24 de agosto de 2019

Milhares de manifestantes marcham perto de Biarritz, cidade francesa que sedia cúpula das sete potências mundiais. Ativistas rechaçam políticas econômicas e ambientais do grupo e exigem atenção para a Floresta Amazônica.

Ato na fronteira entre França e Espanha reuniu ativistas ambientais, separatistas bascos e "coletes amarelos"
Ato na fronteira entre França e Espanha reuniu ativistas ambientais, separatistas bascos e "coletes amarelos"Foto: DW/B. Riegert

Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado (24/08) perto da cidade francesa de Biarritz, onde ocorre a cúpula do G7, a fim de chamar a atenção dos líderes presentes para uma série de questões sociais, políticas e ambientais, incluindo as queimadas que devastam a Amazônia.

A marcha ocorreu em Hendaye, cidade francesa na fronteira com a Espanha e a cerca de 30 quilômetros de Biarritz, que foi interditada devido à cúpula. Reuniu ativistas ambientais, antiglobalização, separatistas bascos e os chamados "coletes amarelos", que protestam há meses na França contra reformas do presidente Emmanuel Macron.

A polícia estima que 9 mil pessoas estiveram reunidas em Hendaye neste sábado, enquanto organizadores falam em 15 mil manifestantes presentes no ato pacífico, em protesto contra políticas econômicas e climáticas adotadas pelas principais potências industriais do mundo.

"Chefes de Estado: ajam agora, a Amazônia está queimando!", dizia um cartaz, referindo-se aos incêndios que devoram atualmente a Floresta Amazônica e têm sido alvo de comoção internacional. A questão é um dos temas centrais a serem discutidos pelos líderes do G7 durante a cúpula.

"Se o clima fosse uma catedral, nós já o teríamos salvado", afirmava outra faixa, em referência à Notre-Dame, em Paris, atingida por um incêndio em abril. Doadores prometeram 850 milhões de euros para reconstruí-la.

Líderes do G7 foram representados e criticados em cartazes durante os protestosFoto: DW/B. Riegert

Agitando milhares de bandeiras, os manifestantes marcharam através do rio Bidasoa em direção à cidade espanhola de Irun, gritando frases de efeito enquanto alguns tocavam bateria.

"Estamos muito felizes, porque foi um grande desafio", afirmou Sebastian Bailleul, porta-voz do grupo Alternatives G7, um dos organizadores do protesto, acrescentando que o ato "uniu lutas francesas, bascas e internacionais" em um só lugar.

Grupos de ativistas anticapitalistas, ambientalistas e antiglobalização estão reunidos desde segunda-feira para uma "anticúpula do G7" no sudoeste da França, em oposição à cimeira oficial. Cerca de 50 ONGs participam da reunião a fim de pensar em alternativas.

"O cinismo do encontro do G7 é que a desigualdade se tornou tema central do evento, mas são justamente as políticas desses países ricos que criam e fortalecem a desigualdade", afirmara o ativista Bailleul durante a semana.

Boris Johnson, Angela Merkel, Emmanuel Macron, Giuseppe Conte e Donald Tusk na cúpula do G7 em BiarritzFoto: Reuters/C. Hartmann

Conflitos entre manifestantes e policiais

Enquanto o protesto principal terminou pacificamente, conflitos entre civis e forças de segurança eclodiram mais tarde, não muito longe dali. Agências de notícias relatam que manifestantes jogaram pedras em policiais que bloqueavam uma ponta na cidade vizinha de Bayonne. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água.

As autoridades francesas proibiram o acesso a grande parte de Biarritz, exceto para residentes e trabalhadores locais, durante a cúpula de três dias, que vai até 26 de agosto.

Cerca de 13 mil oficiais das forças de segurança foram enviados ao balneário francês, enquanto o ministro do Interior do país, Christophe Castaner, alertou que nenhum distúrbio será tolerado.

Participam da cúpula, além de Macron, os líderes da Alemanha, Angela Merkel; do Canadá, Justin Trudeau; dos Estados Unidos, Donald Trump; da Itália, Giuseppe Conte; do Japão, Shinzo Abe; e do Reino Unido, Boris Johnson.

Além da crise das queimadas na Amazônia, devem ser discutidos temas como a saída do Reino Unido da União Europeia, a Rússia e a guerra tarifária global.

EK/dpa/rtr/afp/ap/ots

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