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SociedadeReino Unido

Protestos violentos: Reino Unido responsabiliza redes

6 de agosto de 2024

Tumultos provocados por ultranacionalistas teriam sido alimentados diretamente por postagens falsas em plataformas online. Governo britânico aumenta pressão sobre empresas.

Policiais observam manifestantes ultranacionalistas durante protesto na cidade de Rotherham.
Protestos que começaram em Southport se espalharam por cidades como RotherhamFoto: Hollie Adams/REUTERS

Em meio aos distúrbios causados por ultranacionalistas em várias cidades do Reino Unido, o governo convocou as empresas de mídias sociais para debater a responsabilidade delas, principalmente na disseminação de desinformação entre manifestantes e usuários.

Após uma reunião nesta segunda-feira (05/08) com representantes da Tiktok, Meta, que controla o Facebook, Google e X, o ministro britânico da Tecnologia, Peter Kyle, enfatizou que as empresas devem impedir tanto a desinformação quanto o discurso de ódio: "Há uma enorme quantidade de conteúdo em circulação de que as plataformas precisam dar conta rapidamente."

Publicações nas mídias sociais teriam sido diretamente responsáveis pelos distúrbios, que eclodiram depois que três meninas foram esfaqueadas até a morte e várias outras crianças ficaram feridas na cidade de Southport, no noroeste da Inglaterra, em 29 de julho.

A falsa informação de que o autor do crime era um imigrante muçulmano foi divulgada em várias plataformas. Logo após o ataque, violentos tumultos promovidos por extremistas de direita eclodiram em Southport e logo se espalharam por Londres, Manchester, Liverpool, Bristol e outras cidades.

O que se sabe até o momento, porém, é que um jovem de 17 anos chamado Axel R., filho de imigrantes vindos de Ruanda e nascido no Reino Unido, é o principal suspeito e está sob custódia.

Devido aos protestos, o Conselho Nacional de Chefes de Polícia (NPCC) anunciou que 378 indivíduos foram presos, e cerca de 100 já respondem a inquérito, segundo informações do chefe do Ministério Público, Stephen Parkinson, à emissora britânica BBC. O governo informou ter destacado 6 mil policiais especiais para combater os distúrbios.

Ministro da Tecnologia Peter Kyle questiona papel das empresas que administram redes sociais na onda de violência no Reino UnidoFoto: Thomas Krych/ZUMA Press Wire/picture alliance

Novos distúrbios em Plymouth

Vários policiais ficaram levemente feridos em novos tumultos na cidade portuária de Plymouth, no sul da Inglaterra, e houve seis detenções. O canal Sky News mostrou imagens de confrontos entre ultranacionalistas e contramanifestantes. A polícia registrou "violência contra policiais em Plymouth", uma viatura foi danificada.

"Estamos tomando medidas contra quem tem intenções criminosas", anunciou a polícia na rede X.

Na capital da Irlanda do Norte, Belfast, policiais foram atacados com dispositivos incendiários e uma viatura foi atingida. A polícia usou balas de borracha contra os manifestantes. Um homem deu entrada no hospital em estado grave, devido a um suposto crime de ódio. Em função dos tumultos, o parlamento regional norte-irlandês interrompeu seu recesso de verão.

O governo britânico também criticou uma postagem do diretor executivo do X, Elon Musk, de que "a guerra civil é inevitável", em resposta a um comentário contra a imigração e um vídeo dos protestos.

"Não há justificativa para tais comentários. O que estamos vendo neste país é um banditismo organizado e violento, que não tem lugar em nossas ruas ou mesmo na internet", afirmou um porta-voz do governo.

gb/av (AFP,Reuters,DPA,ots)

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