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PSOL lança pré-candidatura de Randolfe Rodrigues

Ericka de Sá, de Brasília25 de fevereiro de 2014

Filho de petistas e senador mais jovem da história, o pernambucano de Garanhuns, terra de Lula, aposta no desejo de mudança presente nas manifestações para conquistar espaço dominado por partidos maiores.

Foto: José Cruz/ABr

O senador Randolfe Rodrigues, representante do Amapá pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), diz que ele e a ex-deputada Luciana Genro serão os "mensageiros da esperança ao povo brasileiro". Pré-candidatos a presidente e vice, respectivamente, a dupla promete "dialogar com o coração do povo brasileiro" durante a campanha, aproveitando o rescaldo das manifestações que começaram em junho do ano passado.

Para Randolfe, "há uma onda conservadora" que domina o país e é necessário que alguém desempenhe o papel de "contrarresistência".

O senador é o representante do PSOL com maior expressão no Legislativo. Na Câmara Federal, três deputados compõem a bancada: Ivan Valente, de São Paulo; Chico Alencar, do Rio de Janeiro; e Jean Wyllys, também do Rio. Nas Assembleias Legislativas estaduais, o fluminense Marcelo Freixo é o nome mais conhecido.

O nome de Randolfe ainda não aparece nas recentes pesquisas de intenção de voto, mas o partido acredita que terá espaço num momento em que o país "está mudando de maneira subterrânea e às vezes imperceptível", nas palavras do deputado Chico Alencar. "Nós apostamos em grandes surpresas em reflexo dessa insatisfação", afirma.

Pautas da campanha

Por meio de seminários ao redor do país e uma plataforma online, o PSOL pretende ouvir seus partidários sobre os principais temas da campanha para, depois, apresentar um documento concreto. Por ora, os pré-candidatos querem responder à "insatisfação e descontentamento com o atual estado de coisas do país" com projetos de independência política e econômica.

"O PSOL vai mostrar que faz diferença e que não vai aceitar a lógica de submissão do país aos interesses do capital, à velha política, ao método tradicional de fazer política", disse a pré-candidata a vice-presidente, Luciana Genro.

Sobre os protestos, Randolfe Rodrigues adota o discurso comum aos seus adversários ao defender o direito constitucional da manifestação, condenando a violência. Ele classificou de fascista a ação da polícia que "intimida protestos em época de Copa".

O partido também promete discutir de forma direta temas mais delicados, como aborto, união homossexual e legalização da maconha. Os candidatos têm atuado em favor da adoção no Brasil do sistema de financiamento por pessoas físicas na campanha.

"Não receberemos dinheiro do agronegócio, empreiteiras e bancos, e sistema financeiro. Nossa prioridade é contar com financiamento do partido e financiamento da pessoa física", prometeu Randolfe.

Jovem dissidente do PT

Como o ex-presidente Lula, o senador Randolfe Rodrigues é natural da cidade de Garanhuns, no agreste pernambucano, mas fez carreira política no Amapá. Na década de 1990, participou das manifestações contra o então presidente Fernando Collor de Mello e foi eleito deputado estadual no Amapá, pelo PT.

Apesar de ser filho de sindicalistas do PT, Randolfe acabou adotando uma posição mais à esquerda e foi eleito o senador mais jovem da história, aos 39 anos. Como legislador, defende o que chama de "a grande política" com participação popular.

Além de senador, Randolfe, de 41 anos, é professor universitário e tem graduação em história pela Universidade Federal do Amapá, em Direito pela Faculdade Seama (Associação Educacional da Amazônia) e é mestre em políticas públicas pela Universidade Estadual do Ceará.

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