PT lidera preferência do eleitorado com 24%, diz Datafolha
23 de agosto de 2018
É o melhor desempenho do partido desde maio de 2014, segundo levantamento do instituto de pesquisas. PSDB e MDB vêm em seguida, empatados com 4%. Índice de eleitores sem preferência partidária cai, mas ainda atinge 52%.
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Após o início da corrida eleitoral deste ano, o PT alcançou 24% da preferência do eleitorado – o índice mais alto para o partido desde maio de 2014, quando registrou 23%. A informação é de uma pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (23/08).
Entre os outros partidos, abaixo da legenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparecem empatados com 4% da preferência do eleitorado o PSDB e o MDB. Em seguida estão PDT, Psol e PSB com 1% da preferência cada um.
Os demais partidos incluídos na pesquisa não pontuaram, enquanto 52% dos entrevistados responderam não ter qualquer preferência partidária – este número caiu em comparação com a pesquisa anterior, em junho deste ano, quando 64% disseram não preferir um partido.
O PT, por outro lado, cresceu em relação ao levantamento de junho. Na ocasião, a legenda havia sido mencionada por 19% dos eleitores entrevistados.
Segundo o Datafolha, que faz essa pesquisa desde 1989, o Partido dos Trabalhadores é a sigla preferida dos eleitores brasileiros desde 1999. Seu melhor índice foi em abril de 2012, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, quando registrou 31% da preferência.
Após uma série de escândalos de corrupção e um aprofundamento da crise econômica, a simpatia com o PT acabou caindo nos anos seguintes, chegando a 9% em dezembro de 2016, em seguida ao impeachment de Dilma. Seu pior desempenho, porém, foi em agosto de 1989, com 6%.
Preferência por região
De acordo com o levantamento atual, a região onde o PT tem mais força é no Nordeste, onde 34% dos eleitores disseram preferir a sigla. No Norte, a preferência é de 32%; no Sudeste, de 20%; no Sul, 17%; e no Centro-Oeste, também 17%. O partido é líder em todas as cinco regiões.
Já o PSDB – cuja preferência do eleitorado brasileiro vem variando entre 3% e 7% nos últimos 30 anos – é mais forte no Sudeste e no Centro-Oeste, onde tem a simpatia de 6% dos eleitores. No Norte, tem 4%; no Sul, 3%; e no Nordeste, apenas 2%.
O MDB, do presidente Michel Temer, foi mencionado como o partido preferido por 7% dos entrevistados no Centro-Oeste e no Norte. No Nordeste e no Sul, alcançou 4% em cada região; e no Sudeste, 3%.
A pesquisa foi realizada nestas segunda e terça-feira em 313 municípios do país, onde foram ouvidas 8.433 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Treze nomes se lançaram na disputa pelo Planalto, entre eles vários veteranos de disputas presidenciais.
Foto: picture-alliance/Ap Photo/N. Antoine
Jair Bolsonaro (PSL)
Militar reformado e deputado no sétimo mandato, Bolsonaro, de 63 anos, encarna uma candidatura de cunho ultraconservador. Ele fala abertamente contra homossexuais, defende a posse de armas e elogia o regime militar – a ponto de fazer apologia à tortura. Tem sido um fenômeno nas pesquisas e aposta nas redes sociais para reverter a falta de estrutura de sua sigla nanica e a escassez de alianças.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Fernando Haddad (PT)
Por um tempo encarado como plano B do PT, o ex-prefeito de São Paulo, de 55 anos, foi oficializado candidato à Presidência a menos de um mês do primeiro turno, após se esgotarem as chances de Lula concorrer. Preso e virtualmente inelegível pela Ficha Limpa, o ex-presidente era líder nas pesquisas. Agora o desafio será transferir votos para Haddad, que foi ministro nos governos petistas.
Foto: picture-alliance/AP/A. Penner
Ciro Gomes (PDT)
Ex-governador e ex-ministro, Ciro, de 60 anos, disputa sua terceira eleição presidencial. Em 2018, diante das dificuldades de Lula, se colocou como alternativa no campo da esquerda. Conhecido pelo estilo explosivo, tem se concentrado em abordar temas econômicos. Apesar dos acenos ao PT, acabou isolado na formação de alianças e teve que se contentar com uma vice do próprio partido.
Foto: Imago/Fotoarena
Marina Silva (Rede)
A ex-ministra disputa sua terceira eleição presidencial, desta vez por um partido próprio. Em 2010 e 2014, terminou em terceiro lugar. Com um discurso que prega a ética na política, ela tenta contornar o pouco tempo de TV e a falta de recursos da sua legenda. Também teve dificuldades em fechar alianças com siglas relevantes e só vai contar com o apoio do pequeno PV.
Foto: Agência Brasil/F.Rodrigues Pozzebom
Geraldo Alckmin (PSDB)
O ex-governador de SP é outro veterano de disputas presidenciais. Nesta campanha, Alckmin, de 65 anos, conseguiu articular a maior frente de alianças ao atrair várias siglas do "centrão" - partidos conhecidos pelo fisiologismo. Ao longo da pré-campanha, penou nas pesquisas. Seu histórico não é promissor: ao fim do 2° turno presidencial de 2006 terminou com menos votos do que na rodada anterior.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Alvaro Dias (Podemos)
O senador paranaense vem promovendo um discurso moralizador contra a corrupção repleto de elogios à Operação Lava Jato. Aos 73 anos, já foi filiado a oito partidos, inclusive ao PSDB. Sua candidatura tem se mostrado competitiva no Sul do Brasil, o que é visto como um desafio para os tucanos de Alckmin, que sempre tiveram bom desempenho na região.
Foto: Agência Brasil/A. Cruz
Henrique Meirelles (MDB)
Ex-ministro da Fazenda, Meirelles, de 72 anos, é o candidato do presidente Michel Temer. Em sua campanha, tem defendido a política econômica do governo. Sua associação com o impopular Temer tem representando um desafio para sua candidatura. Sem conseguir formar alianças, se contentou em disputar com uma chapa pura. Esta é a primeira candidatura do MDB à Presidência em 24 anos.
Foto: Reuters/A. Machado
Guilherme Boulos (Psol)
Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Boulos, de 36 anos, foi escolhido candidato do Psol em uma disputa que rachou o partido. Adversários apontaram que sua proximidade com Lula transformaria a sigla em um "puxadinho do PT". Tem focado sua campanha na distribuição de renda e em críticas a Temer. Por enquanto tem penado nas pesquisas. Sua vice é uma líder indígena.
Foto: Agência Brasil/R. Riosa
Os nanicos
Seis candidatos disputam a Presidência por siglas nanicas. Entre eles o ex-banqueiro liberal João Amoêdo (Novo) e a ativista sindical Vera Lúcia (PSTU). O folclórico José Maria Eymael (DC), conhecido pelo seu jingle “Ey, Ey, Eymael”, disputa sua quarta eleição. O evangélico Cabo Daciolo é o candidato do Patriota (antigo PEN). Já filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente, disputa pelo PPL.