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PT oficializa candidatura de Lula à Presidência

4 de agosto de 2018

Sem presença do candidato e ainda sem indicar um vice, partido tenta mostrar unidade diante das incertezas sobre o futuro da chapa. Líder nas pesquisas eleitorais, Lula está preso em Curitiba.

 Luiz Inácio Lula da Silva é oficialmente candidato do PT para 2018
Luiz Inácio Lula da Silva é oficialmente candidato do PT para 2018Foto: picture-alliance/Zuma Press/P. Lopes

Sem a presença de sua principal estrela e ainda sem indicar um vice, o PT oficializou neste sábado (04/08) a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mais um mandato presidencial.

Durante o Encontro Nacional do partido em São Paulo – evento com poder de convenção partidária –, a sigla fez uma tentativa de exibição de unidade diante das incertezas geradas pela candidatura do ex-presidente. Lula segue preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde 7 de abril, e está virtualmente inelegível por causa de uma condenação em 2° instância.

Durante o evento, foram distribuídas máscaras com o rosto do petista para apoiadores do ex-presidente, que passaram a gritar "Eu sou o Lula!". Em discursos, vários dirigentes reafirmaram a versão de que o petista é vítima de perseguição judicial e política. Lula foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no processo que investigou o pagamento de propina por parte de um empreiteira na forma de um tríplex.

Dirigentes do partido e apoiadores ainda apostam que o ex-presidente será capaz de reverter seus problemas na Justiça e conseguir o registro da candidatura, nem que seja por meio de uma liminar. Por enquanto, as pesquisas indicam que Lula continua a liderar a corrida presidencial, com até 33% das intenções de voto.

Lula ainda sem vice

No entanto, o PT também adicionou neste sábado incertezas sobre a chapa ao não definir quem será o vice do petista. A escolha é vista com especial atenção, porque o nome pode eventualmente substituir o ex-presidente como cabeça de chapa caso Lula tenha o registro negado pela Justiça Eleitoral ou desista de insistir na candidatura. O prazo final para a substituição do candidato vence em 17 de setembro.

Caso Lula e o PT decidam arriscar insistir na candidatura depois desse prazo, há o risco de a sigla ficar sem candidato, se a Justiça não conceder o registro e os votos dados ao petista forem anulados.

A não definição do vice também levanta dúvidas sobre qual vai ser a estratégia do partido para completar a chapa. A presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, chegou a afirmar na sexta-feira que o partido só pretendia indicar o vice em 14 de agosto.

No mesmo dia, porém, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reafirmou que as chapas devem ser definidas até 6 de agosto, no máximo 24 horas depois do fim do calendário eleitoral de convenções partidárias.

Outras incertezas

Não está claro se o PT pretende ainda ultrapassar esse prazo. Algumas alas do PT defendem que é preciso mais tempo para negociar com outros partidos, mas outros dirigentes apontam que desafiar a Justiça Eleitoral pode aumentar o risco de impugnação da chapa.

No caso de decidir seguir o prazo do TSE, não se sabe se o partido vai indicar o vice definitivo ou um nome apenas para atender às exigências, que possa eventualmente ser substituído. A sigla não é a única que ainda não definiu seu vice. Jair Bolsonaro (PSC) e Henrique Meirelles (MDB) também não indicaram ainda seus companheiros de chapa. 

O PT ainda está em negociações para uma aliança com o PC do B da pré-candidata à Presidência Manuela D'Ávila. Segundo alguns caciques do partido, Lula também acredita que ainda seja possível obter o apoio de Ciro Gomes, candidato do PDT ao Planalto.

A convenção do PT não foi a única deste sábado a oficializar um presidenciável. Em Curitiba, o Podemos lançou a candidatura do senador Álvaro Dias à Presidência e de Paulo Rabello de Castro como vice. Em Brasília, o ex-governador Geraldo Alckmin foi declarado o candidato do PSDB, tendo a senadora Ana Amélia (PP) como vice. Também na capital federal, a Rede oficializou a ex-senadora Marina Silva como candidata, com Eduardo Jorge como vice.

No domingo será a vez de o PSB realizar convenção em Brasília. Nesta semana, dirigentes da sigla anunciaram que o partido deve permanecer neutro na eleição nacional, após ter selado um acordo regional com o PT pela disputa do governo de Pernambuco. No mesmo dia, também vão ocorrer as convenções de siglas nanicas como o PRTB, PPL, PTC e PMB.

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