Presidente russo reafirma que "Estado Islâmico" (EI) não pode ser derrotado sem cooperação com Damasco. Enviar tropas à Síria está entre as "várias opções" sendo consideradas por Moscou, afirma.
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reafirmou nesta terça-feira (15/09) a intenção de Moscou de ajudar militarmente o regime sírio, apesar da desaprovação do Ocidente. Ele afirmou que a organização terrorista do "Estado Islâmico" (EI) não pode ser derrotada sem que haja cooperação com Damasco.
Putin também pediu que outros países a sigam o exemplo da Rússia, oferecendo apoio militar ao governo do presidente da Síria, Bashar al-Assad. Em discurso realizado numa reunião de ex-chefes soviéticos no Tadjiquistão, o presidente russo afirmou que, sem "uma participação ativa das autoridades sírias e dos militares, seria impossível expulsar os terroristas do país e da região como um todo".
Os comentários de Putin foram feitos em meio a recentes relatos da imprensa sugerindo que a Rússia está aumentando sua influência militar na Síria e planejou a criação de uma base aérea na província costeira de Lataquia. Washington e Otan manifestaram preocupação sobre os relatos.
Moscou negou que tenha fechado qualquer outro comprometimento militar com Damasco, enquanto Putin sugeriu que a perspectiva de tropas russas no solo sírio é uma das "várias opções" sendo consideradas. Putin afirmou que Assad está pronto para instigar reformas políticas e envolver uma "parte saudável da oposição", apesar de o Ocidente exigir a renúncia do presidente sírio.
Moscou tem apoiado firmemente Assad ao longo da guerra civil na Síria, que já dura quatro anos, protegendo-o de sanções das Nações Unidas e fornecendo armas, apesar da condenação internacional.
O Kremlin tem pressionado por uma coalizão mais ampla de forças internacionais para combater o EI, mas outros países do Oriente Médio – incluindo a Arábia Saudita – descartaram lutar ao lado de Assad.
Putin desmentiu alegações de que o apoio da Rússia para Assad provocou um fluxo de milhões de refugiados para os países vizinhos da Síria e à Europa. Ele afirmou que, sem o apoio russo, o número de migrantes em direção à União Europeia (UE) teria sido muito maior.
"As pessoas estão fugindo da Síria principalmente para escapar da luta que tem sido alimentada a partir do exterior com o fornecimento de armas e equipamentos. Elas estão fugindo para escapar das atrocidades terroristas", acrescentou.
O conflito sírio começou com manifestações contra o governo, em março de 2011, e rapidamente se transformou numa guerra civil, que já deixou aproximadamente 250 mil mortos.
PV/afp/ap
Estações da fuga em imagens
Cerca de 3,7 mil quilômetros separam a Alemanha da Síria. Para os refugiados da guerra civil, essa viagem dura semanas até meses. E ela é perigosa, também na rota dos Bálcãs.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Últimas forças
Duma é uma cidade síria a nordeste de Damasco. Mesmo ferido, um homem procura por sobreviventes nos escombros. Pouco antes, a região foi atacada por bombardeios das forças armadas sírias. Desde o início da guerra civil, em 2011, mais de 250 mil pessoas morreram no país, segundo as Nações Unidas.
Foto: picture-alliance/A.A./M. Rashed
Terror ao alcance dos olhos
No campo de refugiados em Suruc, na Turquia, cerca de 40 mil sírios procuraram refúgio da guerra civil. A poucos quilômetros dali, em Kobane, o conflito continua. O campo é organizado como uma pequena cidade, com mesquita, escola e ruas. Ninguém quer permanecer aqui por muito tempo.
Foto: Getty Images/C. Court
Marcas da guerra
Abdurrahman Yaser al-Saad conseguiu chegar à cidade portuária turca de Izmir. O sírio de 16 anos mostra aos outros refugiados uma cicatriz enorme na barriga. Ele estava na escola quando as forças armadas sírias bombardearam o local e ele ficou gravemente ferido.
Foto: picture-alliance/AA/E. Menguarslan
Esperança de uma vida melhor
Na viagem em direção à Europa, muitos refugiados acabam em Izmir. Daqui eles desejam ir para a Grécia. Coletes salva-vidas são fundamentais, pois muitos não sabem nadas, e os barcos dos atravessadores ficam superlotados. Enquanto aguardam a partida, muitos dormem ao ar livre, porque não podem pagar um hotel.
Foto: picture-alliance/AA/E. Atalay
Jogado de volta
Com suas últimas forças, esse refugiado conseguiu nadar de volta até a praia de Bodrum, na Turquia. Pouco antes ele havia tentado alcançar um barco de atravessadores, que, por muito dinheiro, levam as pessoas ilegalmente até a Grécia. As embarcações estão sempre superlotadas.
Foto: Getty Images/AFP/B. Kilic
Desamparo
Na praia de Kos, uma ilha grega, turistas observam como refugiados tentam chegar à costa com um barco inflável. A viagem ilegal de Bodrum até aqui custa cerca de mil euros por pessoa. São apenas quatro quilômetros de distância, mas muitos não sabem nadar e acabam morrendo afogados.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Kolesidis
Realidade incômoda
No caminho para o hotel ou para a praia, turistas passam por muitos refugiados. Devem olhar? Devem ajudar?
Foto: picture-alliance/AA/G. Balci
Com braços e pernas
Da Grécia, muitos refugiados tentam chegar à Europa ocidental pelos Bálcãs. Uma estação importante é a cidade de Gevgelija, na Macedônia. Depois de dias de espera, todos desejam conseguir um lugar em um trem para a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Licovski
Passo a passo
Já nas primeiras horas do dia, centenas de refugiados caminham ao longo da linha do trem, da Sérvia para a Hungria. De lá, muitos desejam ir para a Áustria ou Alemanha. A caminhada de quilômetros exige de muitos suas últimas forças.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
Desespero
Com medo de ser levado para um campo de refugiados na Hungria, o pai sírio se joga, com sua mulher e filho, nos trilhos da estação de Bicske. Eles achavam que o trem os levaria de Budapeste até Viena. Em vez disso, eles devem ser registrados pelas autoridades húngaras.
Foto: Reuters/L. Balogh
Quase lá
Centenas de refugiados do Iraque, da Síria e do Afeganistão decidiram ir a pé até a Áustria, caminhando pela rodovia. Eles esperaram durante dias por um trem na estação de Budapeste. A polícia, porém, bloqueia o trecho com frequência.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Roessler
Finalmente a chegada
Estação central de Munique: a esperança de muitos refugiados está na chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel. Diferente de outros países europeus, eles se sentem bem-vindos na Alemanha.