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Putin e Chirac apóiam plano do G-4 na ONU

(gh)30 de agosto de 2005

A duas semanas da cúpula que vai discutir a reforma das Nações Unidas, França e Rússia defendem abertamente a concessão de uma cadeira permanente para a Alemanha no Conselho de Segurança.

Fischer: Alemanha quer ter mais voz na ONUFoto: AP


"Acreditamos que a Alemanha tem o direito de reivindicar uma vaga no Conselho de Segurança", disse o presidente russo, Vladimir Putin, nesta segunda-feira (29/08), no balneário de Sotshi, após um encontro com o premiê italiano Silvio Belusconi.

A Rússia vai apoiar a candidatura alemã, desde que os países-membros da ONU cheguem a um consenso sobre a reforma estrutural da organização e a maioria apóie o ingresso de Berlim no CS, acrescentou.

Também o presidente francês Jacques Chirac apóia abertamente o plano apresentado pelo Grupo dos Quatro (Alemanha, Brasil, Índia e Japão). "Essa proposta resolve o problema da eficiência e da representação regional no principal grêmio da ONU. A ampliação do CS, adiada por tanto tempo, agora deve ser implementada", disse Chirac, em Paris.

O G-4 propõe mais seis cadeiras permanentes para o CS, duas delas para países africanos. Como a proposta ainda não conta com o apoio da maioria de dois terços dos países-membros da ONU, não é certo que irá a votação em meados de setembro.

Flexibilidade e 750 emendas dos EUA

Bolton: 'Somos flexíveis'Foto: dpa

Os EUA, que chegaram a anunciar sua rejeição ao plano do G-4, agora falam num tom mais moderado. "Somos flexíveis no que diz respeito ao formato e ao conteúdo da reforma", disse o embaixador norte-americano na ONU, John Bolton.

Um grupo de 30 países iniciou, na noite desta segunda-feira, em Nova York, um esforço concentrado para fechar um acordo sobre as bases da reforma da ONU antes da reunião dos chefes de Estado e governo, prevista para os dias 14 a 16 de setembro.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sugeriu uma reforma da organização há dois anos. No início de 2005, o presidente da Assembléia Geral das Nações Unidas, Jean Ping, apresentou aos 191 países-membros um esboço do documento a ser votado na reunião de cúpula.

Segundo o texto, os chefes de Estado e governo comprometem-se a implementar iniciativas conjuntas para o desarmamento, combate ao terrorismo, proteção do meio ambiente e do clima, manutenção da paz e ajuda ao desenvolvimento.

Segundo diplomatas da ONU, à exceção de alguns detalhes, o documento de 39 páginas parecia ter o apoio da maioria do países-membros. Mas, na semana passada, os EUA surpreendentemente apresentaram 750 emendas e pediram a reabertura das negociações sobre a proposta.

Caso o esforço concentrado não dê resultado até 12 de setembro – dia do encerramento da 59ª Assembléia Geral da ONU –, os participantes da "maior reunião de cúpula da história" deverão assinar apenas uma breve declaração sem nenhum comprometimento.

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