Putin e Trump defendem manter relações de igual para igual
28 de janeiro de 2017
Pela primeira vez desde a posse, presidente dos EUA conversa por telefone com líder russo e chanceler alemã, além de outros três líderes. Com Moscou, Trump concorda em estreitar cooperação na Síria contra o terrorismo.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reservou este sábado (28/01) para conversar por telefone com cinco líderes mundiais, incluindo o chefe de estado russo, Vladimir Putin. O diálogo de 50 minutos foi visto como um primeiro passo para uma reaproximação entre Washington e Moscou.
Na ligação – a primeira entre Putin e Trump desde que o republicano assumiu a Casa Branca –, os dois líderes concordaram em estreitar a cooperação na Síria para combater o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI), informou o governo russo em comunicado emitido após o telefonema.
A nota afirma que "ambas as partes mostraram interesse em trabalhar em conjunto, ativamente, para estabilizar e desenvolver a cooperação russo-americana sobre uma base construtiva, de igual para igual". Segundo o Kremlin, os dois presidentes manterão um "contato pessoal regular".
O comunicado do governo russo, porém, não cita as sanções impostas à Rússia pelo governo de Barack Obama – as últimas foram anunciadas pelo então presidente democrata em dezembro. Enquanto Moscou deseja ver as sanções suspensas, Washington não tem alimentado essa esperança.
Diálogo com Merkel
O primeiro telefonema deste sábado foi para o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, quem Trump convidou para um encontro na Casa Branca em 10 de fevereiro. Em seguida, o presidente conversou com a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, por cerca de 45 minutos.
Segundo o governo americano, Berlim e Washington concordaram em aumentar a cooperação no combate ao terrorismo e na tentativa de estabilizar zonas de conflito no norte da África e no Oriente Médio. As relações com a Rússia e a crise na Ucrânia também foram abordadas na conversa.
Merkel e Trump também consentiram sobre a "importância fundamental" da Otan "na garantia da paz e da estabilidade entre as comunidades do Atlântico Norte" – em entrevista no passado, o atual presidente americano chegou a tachar a Aliança Atlântica de "obsoleta" e "supérflua".
Por fim, a Casa Branca afirmou que, em conversa com a chanceler federal alemã, Trump aceitou o convite para participar da cúpula do G20, que ocorrerá em julho em Hamburgo, no norte da Alemanha.
As conversas neste sábado – que ainda incluem o primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, e o presidente francês, François Hollande – dão a Trump uma oportunidade de explicar suas novas medidas políticas a países que são fortes aliados dos EUA. Nesta sexta-feira, o republicano gerou um alarme internacional ao assinar uma ordem que restringe a entrada de migrantes no país.
EK/afp/ap/dpa/efe/dw/ots
Alguns momentos da posse de Trump
Magnata nova-iorquino Donald Trump é empossado como 45º presidente americano numa cerimônia realizada no Capitólio, em Washington. Quase 1 milhão de apoiadores acompanham a cerimônia, que foi marcada por protestos.
Foto: Getty Images/AFP/J. Watson
Primeiros passos em Washington
Donald Trump e sua esposa, Melania, desembarcaram em Washington, na véspera da posse. Seu primeiro evento na capital americana, foi um encontro entre lideranças republicanas.
Foto: picture-alliance/Newscom/C. Kleponis
Últimos preparativos
No Capitólio, em Washington, na véspera da posse, trabalhadores organizaram os últimos preparativos para a cerimônia que empossou o 45º presidente americano.
Foto: REUTERS/B. Snyder
Benção de Deus
O primeiro evento do grande dia de Trump foi um culto ecumênico na Igreja de St. John. O magnata e sua família foram recebidos pelo pastor Luis Leon.
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Brandon
Chá com Obama
Após o culto, Trump e Melania foram recebidos na Casa Branca pelo ainda presidente Barack Obama e sua esposa, Michelle, para tomar chá antes da grande cerimônia.
Foto: Getty Images/AFP/J. Watson
Protestos contra Trump
Diversos protestos contra Trump ocorreram na capital americana. A maioria deles foi pacífica, mas confrontos entre polícia e manifestantes ocorreram no centro de Washington.
Foto: Reuters/A. Latif
Ex-adversária
A adversária de Trump nas eleições, Hillary Clinton, também compareceu à cerimônia de posse do republicano, acompanhada pelo marido, Bill.
Foto: Getty Images/AFP/J. Angelillo
Primeira-dama
A nova primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, entrou no Capitólio acompanha por um oficial das Forças Armadas. Inspirada na icônica primeira-dama Jackie Kennedy, Melania usou um vestido clássico azul claro produzido pela marca americana Ralph Lauren.
Foto: Getty Images/A. Wong
Juramento
Ao lado de sua família, Trump prestou juramento sob duas Bíblias – a sua, oferecida pela sua mãe, e a que o ex-presidente Abraham Lincoln usou na sua posse, há 150 anos – seguradas pela sua esposa. Salvas de canhão encerraram a posse.
Foto: Reuters/C. Barria
Discurso protecionista
No seu discurso de cerca de 15 minutos, o novo presidente disse que vai elevar o orgulho nacional, trazer os empregos de volta e acabar com o terrorismo islâmico. "O 20 de janeiro de 2017 será lembrado como o dia em que o povo voltou a ser o senhor desta nação", destacou.
Foto: Reuters/C. Barria
Cerimônia cheia, mas nem tanto
A cerimônia de posse de Trump levou muitos de seus eleitores a Washington e encheu o Capitólio. Autoridades estimam a participação de 900 mil pessoas. Apesar do número significativo, o magnata não é tão popular quanto seu antecessor. A posse de Barack Obama contou com 1,8 milhão de pessoas em 2009.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Kaster
Tempo ruim
Choveu durante a cerimônia no Capitólio. A chuva pareceu incomodar alguns dos presentes, como ex-presidente George W. Bush.
Foto: Reuters/R. Wilking
Adeus, Obama
O agora ex-presidente Barack Obama deixou o Capitólio logo após o encerramento da cerimônia. Ele partiu num helicóptero militar.