"Putin não pode mais vencer na Ucrânia", diz Scholz
24 de novembro de 2022
Chefe de governo alemão diz ser evidente que a Rússia luta em uma batalha perdida e pede fim imediato do "terror dos bombardeios contra a população civil" e "da matança sem sentido" na Ucrânia.
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O presidente russo, Vladimir Putin, "não pode mais vencer no campo de batalha, isso está claro", afirmou o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, nesta quarta-feira (23/11).
Numa coletiva de imprensa com o presidente do Chipre, Nikos Anastasiadis, em Berlim, Scholz pediu à Rússia o fim imediato do "terror dos bombardeios contra a população civil".
"Não só é insuportável, mas uma violação flagrante do direito internacional que a Rússia lance suas bombas contra a infraestrutura civil na Ucrânia há semanas", acrescentou Scholz.
O chefe de governo da Alemanha também disse que as ações da Rússia mostram mais uma vez "como Putin é implacável e impiedoso" nesta guerra que começou há nove meses.
"Por isso meu apelo a Putin permanece: acabe com a matança sem sentido, retire completamente suas tropas da Ucrânia e concorde com as negociações de paz com a Ucrânia", afirmou Scholz.
Macron falar com Putin sobre usina nuclear
Enquanto isso, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que quer falar em breve com Putin. "Pretendo ter contato direto com ele nos próximos dias", disse Macron a jornalistas em Paris.
Segundo o presidente da França, na pauta estariam a "energia nuclear civil" e a usina nuclear de Zaporíjia. Houve repetidos ataques à usina nuclear, que fica na linha de frente dos conflitos no sul da Ucrânia. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) apontou "ataques direcionados" pelos quais Kiev e Moscou se culpam mutuamente.
Na quarta-feira, a AIEA comunicou em uma declaração que a usina nuclear de Zaporíjia teve novamente cortado o fornecimento externo de energia. A usina, que fica numa região anexada pela Rússia, depende agora de geradores de emergência a diesel. Em outubro, Putin emitiu um decreto colocando a usina nuclear sob administração russa.
rw/lf (afp, dpa)
Instantâneos de uma Ucrânia em guerra
Mostra "O novo anormal", no Museu Deichtorhallen de Hamburgo, registra horrores da guerra, mas também a resistência dos ucranianos, em trabalhos de 12 fotógrafos do país sob invasão russa.
Foto: Oksana Parafeniuk
Civis treinam com armas de madeira
Nesta imagem feita perto de Kiev em 6 de fevereiro de 2022, menos de duas semanas antes da invasão russa, a fotógrafa Oksana Parafeniuk capturou a determinação de seus compatriotas de resistir. Embora os países ocidentais não esperassem que a Rússia atacasse a capital a Ucrânia, os civis de lá já estavam treinando com armas de madeira, para caso de emergência.
Foto: Oksana Parafeniuk
Resistindo com o país
Em 24 de fevereiro, o fotógrafo Mykhaylo Palinchak acordou em Kiev com o som de sirenes, pouco depois ouviu uma explosão. "Desde então, estamos vivendo num novo mundo", afirma. Suas fotografias mostram granadas, casas destruídas e como seus compatriotas defendem a nação, mais do que nunca. A mulher da foto exibe o pulso esquerdo tatuado com o mapa da Ucrânia.
Foto: Mykhaylo Palinchak
Começou às 5 da manhã
"A guerra é a pior das opções da humanidade. Nenhum filme, nenhum livro, nenhuma foto pode transmitir este horror", diz a fotógrafa Lisa Bukreieva. "Com a invasão dos russos, meu sentido de tempo mudou. É apenas um horror de longa
duração." Esta fotografia capta o momento em que a guerra começou para ela.
Foto: Lisa Bukreieva
Cidadãos de Kiev - parte 1
Depois da invasão da Ucrânia pelo exército russo, Kiev se transformou em outra cidade, relata Alexander Chekmenev, de 52 anos. Muitos fugiram, ele próprio enviou a família para a segurança no exterior, mas ficou no país para documentar com sua Pentax a vida dos cidadãos de Kiev em tempos de guerra. Como esta ucraniana em uniforme de combate.
Foto: Alexander Chekmenev
Cidadãos de Kiev - parte 2
Abrigos antiaéreos e centros de primeiros-socorros espalharam-se pela capital ucraniana. Lá, Chekmenev fotografou gente comum, que nunca esteve sob os holofotes: "Eu queria mostrar a dignidade deles. Este país pertence ao seu povo, e eu quero mostrar o meu respeito por cada um deles", diz o fotógrafo de renome internacional.
Foto: Alexander Chekmenev
Traços do presente
Em sua série de fotografias, Pavlo Dorohoi capturou a vida em tempos de guerra em sua cidade natal, Kharkiv. Muitos cidadãos se esconderam em estações do metrô para escapar das bombas, transformando os locais em lares temporários, com "tapetes, cobertores e outros objetos pessoais", relata Dorohoi.
Foto: Pavlo Dorohoi
Bucha: o local do horror
O arquiteto e fotógrafo de Kiev Nazar Furyk fotografou lugares devastados pelas tropas russas, entres os quais a cidade de Bucha, que se tornou símbolo de muitas atrocidades. O fotógrafo se pergunta: como é possível continuar vivendo num lugar assim? Como se lida com essa experiência, gravada profundamente na memória coletiva da população ucraniana?
Foto: Nazar Furyk
Diário de Kiev - parte 1
A fotógrafa e videoartista Mila Teshaieva mantém um diário online desde o início da guerra, onde registrou tudo: desde os primeiros dias, antes dos mísseis, até os crimes contra a humanidade revelados desde então. Seus registros também incluem fotos, como esta.
Foto: Mila Teshaieva
Diário de Kiev - parte 2
Mila Teshaieva relata o desespero que a guerra provoca, mas também registra a união dos ucranianos e sua enorme vontade de resistir. Em sua cidade natal, Kiev, os moradores estão tentando proteger não só a si, mas também seus monumentos, símbolos da identidade nacional.
Foto: Mila Teshaieva
Documentação da guerra
Vladyslav Krasnoshchok é dentista, mas há anos se dedica à arte. Agora viaja por sua pátria devastada e fotografa carros queimados, pontes e tanques destruídos. "Eu tiro fotos, ouço tiros e corro de volta para o carro. Adrenalina pura!", escreve. Ele sempre revela os filmes imediatamente. Afinal, não se sabe se haverá oportunidade de tirar mais fotos.
Foto: Vladyslav Krasnoshchok
Mutilado
"Vivendo com o medo de ser ferido" é o nome da série de fotos do designer Sasha Kurmaz. A violência tem feito parte da história humana desde o início, afirma, e não está otimista se isso vá mudar em breve. Ainda assim, não desiste de sua luta pessoal por um mundo melhor.
Foto: Sasha Kurmaz
Porto seguro?
Uma cadeira, copos com bebidas: para Elena Subach esta foto tirada na cidade de Uzhgorod, no oeste da Ucrânia, simboliza a segurança de quem foge rumo a outros países. "Quase todo homem tirou uma foto da esposa e dos filhos antes de lhes dizer adeus. Eu nunca vi tanto amor e tanta dor ao mesmo tempo."