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Putin revela que dirigiu táxi após o fim da União Soviética

13 de dezembro de 2021

Presidente russo descreve colapso do regime soviético em 1991 como uma tragédia e afirma que, com a crise econômica subsequente, teve que trabalhar como motorista de táxi para complementar sua renda.

Vladimir Putin ao volante em 2010
Putin ao volante em 2010Foto: Alexsey Druginyn/dpa/picture alliance

O presidente Vladimir Putin lamentou o colapso da União Soviética, ocorrido há três décadas, e afirmou que a crise econômica subsequente foi tão ruim que o forçou a trabalhar como motorista de táxi para complementar sua renda.

"Às vezes eu tinha que ganhar um dinheiro extra como motorista de táxi. Para ser honesto, é desagradável falar sobre isso, mas infelizmente esse foi o caso", disse Putin, em comentários extraídos ela agência estatal russa RIA Novosti de um documentário intitulado Russia – uma história recente, que foi ao ar neste domingo (12/12).

Foi a primeira vez que o presidente deu detalhes sobre como foi pessoalmente afetado pelo fim do regime. Ex-agente dos serviços secretos soviéticos KGB, Putin, que já lamentou anteriormente o colapso da União Soviética, acrescentou que, após três décadas, sua desintegração segue sendo uma tragédia para muitos cidadãos. E afirmou que o fim da União Soviética foi a "desintegração da Rússia histórica".

A dissolução do regime soviético, em 1991, trouxe um período de grave instabilidade econômica, que empurrou milhares para a pobreza enquanto a Rússia vivia a transição do comunismo para o capitalismo.

"Viramos um país completamente diferente. E o que havia sido construído ao longo de mais de mil anos foi em grande parte perdido", afirmou Putin, acrescentando que 25 milhões de russos nos novos países independentes de repente se sentiram desconectados da Rússia, algo que descreveu como "uma grande tragédia humanitária".

Como um servidor leal da União Soviética, Putin certa vez descreveu o colapso do regime como "o maior desastre geopolítico do século 20".

Os novos comentários difundidos neste domingo vêm num momento em que críticos o acusam de planejar recriar a União Soviética com a invasão da Ucrânia, que foi uma das 15 repúblicas soviéticas. O Ocidente afirmou que a Rússia vem deslocando tropas para a fronteira com o país vizinho e se prepara para um ataque. O Kremlin negou as acusações e afirmou que Moscou somente investiria contra a Ucrânia se fosse provocado por Kiev ou por outro país.

A Rússia anexou a região da Crimeia em 2014 e apoiou separatistas que assumiram o controle de parte do leste da Ucrânia no mesmo ano e que continuam a combater forças do governo.

lf (AFP/Reuters)

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