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Putin: "Se eu quiser, ocupo Kiev em duas semanas"

Philip Verminnen1 de setembro de 2014

Líder russo teria feito ameaça ao presidente da Comissão Europeia durante telefonema momentos antes da cúpula da UE, segundo jornal italiano. Merkel adverte que não se pode confiar no Kremlin.

Foto: Reuters

"Se eu quiser, ocupo Kiev em duas semanas." Em meio ao agravamento da crise no leste ucraniano, a frase teria sido dita pelo presidente russo, Vladimir Putin, ao presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, em conversa telefônica.

A informação é do jornal italiano La Repubblica. Barroso comunicou o ocorrido aos chefes de Estado e de governo presentes na cúpula da União Europeia, em Bruxelas, no último sábado (01/09).

O episódio foi confirmado por um diplomata, que estava presente na cúpula, ao site da revista alemã Der Spiegel. Barroso teria questionado Putin sobre operações militares russas em território ucraniano. E o presidente teria respondido que este não é um fator decisivo, mas sim, que, se que ele quiser, pode ocupar o país vizinho rapidamente.

As circunstâncias da ligação telefônica não são conhecidas, mas tanto o diário italiano quanto o portal alemão classificaram as palavras do presidente como uma ameaça. De acordo com o La Repubblica, Putin queria deixar claro que não toleraria provocações com sanções econômicas. Na cúpula da UE, foi discutida a possibilidade de ampliar e endurecer os embargos comerciais à Rússia.

O diário italiano publicou ainda que após Barroso ter informado os políticos europeus na cúpula sobre o telefonema, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, fez uma alerta sobre os riscos de lidar com Putin.

Segundo o britânico, não se pode cometer o mesmo erro feito com a Alemanha nazista, em 1938 – o então primeiro-ministro britânico, Neville Chamberlain, na Conferência de Munique, aceitou as garantias oferecidas por Adolf Hitler para manter o equilíbrio europeu. O discurso de Cameron foi apoiado por várias delegações presentes na cúpula.

O La Repubblica informou também que a chanceler alemã Angela Merkel, em tom bastante irritado, declarou que Putin estaria se movendo em direção a uma escalada militar. Merkel alertou ainda, que, após a Ucrânia, Letônia e Estônia também poderiam estar nos planos russos.

Para a Spiegel, uma tese plausível, pois Merkel advertiu repetidamente que não se pode confiar em Putin neste conflito – sobretudo, porque o governo russo oficialmente nega qualquer envolvimento ou apoio aos separatistas no leste ucraniano. Em seu discurso no Parlamento alemão nesta segunda-feira, a chanceler acusou a Rússia de tentar mudar à força as fronteiras ucranianas.

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