Putin supervisiona exercício militar "para ataque nuclear"
26 de outubro de 2023
Moscou diz ter disparado mísseis intercontinentais e de cruzeiro em ensaio de "resposta a ofensiva inimiga". Anúncio ocorre um dia após Parlamento do país revogar tratado de proibição de testes atômicos.
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A Rússia anunciou ter realizado um grande exercício balístico supervisionado pelo presidente russo, Vladimir Putin, para preparar suas tropas para um "ataque nuclear massivo" de represália. O anúncio foi feito pouco depois de o Parlamento russo aprovar a revogação da ratificação de um importante tratado de proibição de testes nucleares.
Moscou afirmou ter disparado dois mísseis intercontinentais e vários mísseis de cruzeiro durante o ensaio, de acordo com um comunicado do Kremlin divulgado na noite desta quarta-feira (25/10).
Durante os exercícios, entretanto, os mísseis não estão equipados com ogivas nucleares.
"Sob a liderança do comandante supremo das Forças Armadas Russas, Vladimir Putin, foi realizado um exercício de treinamento com as forças e equipamentos dos componentes terrestres, marítimos e aéreos das forças de dissuasão nuclear", disse o Kremlin.
Segundo o comunicado, um dos mísseis foi disparado do cosmódromo de Plesetsk, na região noroeste de Arkhangelsk, e outro míssil foi lançado de um submarino nuclear no Mar de Barents. O Kremlin disse que "aviões Tu-96MS de longo alcance" participaram dos exercícios.
"Ataque nuclear massivo"
Agências de notícias russas citaram o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, dizendo que a Rússia ensaiou "um ataque nuclear massivo por forças ofensivas estratégicas em resposta a um ataque inimigo".
A doutrina nuclear da Rússia prevê o uso "estritamente defensivo" das armas atômicas, em caso de ataque à Rússia com armas de destruição massiva ou de agressão com armas convencionais "que ameaça a existência do Estado".
O anúncio foi feito horas depois de a câmara alta do Parlamento russo, o Conselho da Federação, ter aprovado a revogação da ratificação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT)
Moscou disse que estudará as propostas dos EUA para retomar o diálogo sobre o controle de armas nucleares, mas que não as aceitará a menos que Washington abandone a sua posição "hostil".
md/cn (DPA, AFP, Reuters, AP)
A invasão russa da Ucrânia em imagens
Em 24 de fevereiro de 2022, Moscou invadiu o território ucraniano por terra, ar e mar, lançou foguetes e destruiu instalações militares em diferentes partes do país vizinho. Em pânico, cidadãos tentaram fugir.
Foto: Kunihiko Miura/AP/picture alliance
Ucranianos em pânico
Uma manhã dramática na Ucrânia. Depois que a Rússia iniciou um ataque ao país vizinho. e se ouviram as primeiras explosões – inclusive na capital, Kiev –, muitos fugiram. Veículos militares circulavam pelas ruas da cidade, enquanto residentes faziam as malas e tentavam deixar o local.
Foto: Sputnik/dpa/picture alliance
Filas de carros em Kiev
O desespero dos civis ucranianos gerou um enorme congestionamento na principal avenida em direção ao oeste de Kiev. O ataque foi anunciado pelo presidente russo, Vladimir Putin, num pronunciamento, alegando ter iniciado uma operação militar contra a Ucrânia para de "desmilitarizar" o país e eliminar supostas "ameaças" contra Moscou.
Foto: Chris McGrath/Getty Images
Ataques aéreos
Explosões foram ouvidas alguns minutos depois do fim do pronunciamento de Putin. Nesta foto, vê-se um outdoor aparentemente destruído por um míssel, em Kiev. O governo ucraniano falou de uma "invasão em grande escala" de seu território, assegurando que o país "se defenderá e vencerá".
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Tropas ucranianas se mobilizam
Tanques ucranianos se deslocam para a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. As Forças Armadas ucranianas são as segundas maiores da região, porém a Rússia as supera em todas as áreas, exceto no número de soldados na ativa.
Foto: Carlos Barria/REUTERS
Explosões em várias partes do país
Soldados examinam os restos de um foguete numa praça da capital ucraniana. Além de Kiev, explosões atingiram várias cidades próximas à fronteira com a Rússia. O mesmo ocorreu nas regiões costeiras, bem como na cidade portuária de Odessa, próxima à Península da Crimeia, ocupada por Moscou.
Foto: Valentyn Ogirenko/REUTERS
Rússia destrói instalações militares
Algumas partes da Ucrânia ficaram cobertas por fumaça preta após as explosões. A coluna de fumaça nesta foto parte de um aeroporto militar que teria sido atingido por bombardeios, perto da cidade de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Aris Messinis/AFP/Getty Images
Ameaça à população
O Ministério da Defesa russo afirma que não visa cidades e "não há ameaça à população civil". A Agência de Segurança da Aviação da União Europeia descreveu o espaço aéreo ucraniano como "zona de conflito ativo". Os metrôs de Kiev foram liberados ao público e muitos civis se abrigaram nas estações, como mostra esta foto.
Foto: AFP via Getty Images
Explosões em áreas residenciais
Apesar do que diz o governo russo, há relatos de explosões em áreas residenciais. Bombeiros tentam conter um incêndio num bloco de apartamentos após um suposto ataque aéreo na localidade de Chuhuiv, perto de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Wolfgang Schwan/AA/picture alliance
Invasão por terra
A invasão russa à Ucrânia ocorre também por mar e terra. Esta foto capturada por uma câmera de vigilância e publicada pelas autoridades fronteiriças da Ucrânia mostraria veículos militares russos cruzando a fronteira na Crimeia, em direção à Ucrânia. Essa península foi anexada pela Rússia em março de 2014.
Foto: State Border Guard Service Of Uk/picture alliance/dpa/PA Media
Alguns fogem, outros se preparam
Os efeitos dos ataques podem ser observados em todo o país. Na cidade de Lviv, de 700 mil habitantes, no extremo oeste da Ucrânia, longas filas se formaram em caixas eletrônicos O mesmo ocorreu em supermercados e lojas, na esperança de estocar alimentos e água. Enquanto alguns tentavam fugir, outros pareciam se preparar para se isolar.