Esther Felden | Jordan Wildon | Anne Höhn | Lewis Sanders
21 de janeiro de 2021
O ataque ao Capitólio nos EUA ilustrou o perigo que teorias da conspiração podem representar. Na Alemanha, o movimento tem cada vez mais adeptos – que se mantêm fiéis ao agora ex-presidente americano Donald Trump.
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A palavra "danke" (obrigado em alemão) aparece escrita com sete As, como que para enfatizar a gratidão. A autora do comentário, uma alemã, está comovida, animada e inspirada pela multidão que se forma em frente ao Capitólio. Dentro de alguns instantes, eles invadiriam a sede do Congresso dos Estados Unidos.
"Eles estão lutando na frente do Capitólio por todos nós! Que pessoas corajosas! Obrigaaaaaaada!" A mensagem é finalizada com três corações vermelhos.
Eram 19h31 na Alemanha, do dia 6 de janeiro de 2021. O post foi publicado no QPatrioten24, um grupo alemão no Telegram que reúne adeptos das teorias da conspiração propagadas pelo movimento QAnon e que a DW acompanha há vários meses na popular plataforma de mensagens. Nele, defensores ardentes do agora ex-presidente americano Donald Trump inundam a tela com mensagens de apoio obstinado.
Eles acreditam que seu líder ideológico venceu a eleição presidencial de 2020 e insistem que essa vitória foi roubada dele. Da perspectiva desses apoiadores, Trump deveria tomar o que é seu por direito em 6 de janeiro, quando o Congresso se reuniria para oficializar os resultados da eleição.
A marcha pró-Trump Stop the Steal (Parem o Roubo) é o momento pelo qual eles estavam esperando.
O que é o QAnon?
O QAnon está centrado na crença infundada de que Trump está lutando contra o chamado Estado profundo, a elite do tráfico de crianças, corporações sombrias e a mídia de fake news. De acordo com a teoria da conspiração, esses são os males contra os quais o agora ex-presidente dos Estados Unidos vem travando guerra – uma guerra que um dia vencerá.
O movimento se baseia em mensagens criptografadas postadas por um usuário descrito como um político ou militar que afirma ter acesso sem precedentes a Trump. Tal indivíduo é conhecido pelo nome de Q, letra que se refere a uma credencial de segurança oferecida pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos para obtenção de acesso a informações confidenciais.
No entanto, nenhuma evidência sobre a alegada identidade ou reivindicações de Q jamais foi fornecida.
Apoiadores do QAnon na Alemanha
"Verdadeiros patriotas, que não permitirão que seu país seja tomado", disse um membro do QPatrioten24 ao descrever a multidão em frente ao Capitólio em 6 de janeiro.
À medida que avançava o cerco ao prédio do Congresso, membros do grupo do Telegram trocavam imagens e vídeos que circulavam na rede. Alguns deles questionaram se os invasores eram realmente apoiadores de Trump, enquanto outros lamentaram a morte de um dos manifestantes, descrevendo-a como "desproporcional e evitável".
Na manhã seguinte, a enxurrada de reações deu lugar ao silêncio no grupo. Por volta do meio-dia, uma mensagem de áudio de um dos administradores do QPatrioten24 quebrou o gelo. E ela é longa – 17 minutos de reflexões sobre a noite anterior.
O homem, cuja identidade é conhecida pela DW, fala em alemão com uma voz calma e firme. No grupo, ele se autodenomina Connectis, mas fora de sua nova identidade virtual ele é tido como o diretor-geral de uma imobiliária perto da capital alemã, Berlim.
Com uma voz profunda, ele prossegue, detalhando o próximo "confronto", a "apoteose" que está prestes a acontecer, e afirmando que a recente eleição dos Estados Unidos foi o "maior roubo eleitoral da história da humanidade".
Para Connectis, o novo presidente dos EUA, Joe Biden, é um criminoso que nunca poderia ser presidente. Não só Trump "garantirá isso", mas também "outros patriotas, inclusive nas Forças Armadas".
Repetidamente, ele fala sobre a "traição" cometida contra Trump, sobre as supostas evidências contra os oponentes de Trump, que agora estão "totalmente concluídas". Seu monólogo é tão vago quanto desconcertante.
A sigla WWG1WGA adorna o espaço logo abaixo do clipe de áudio de seu discurso. "Where we go one, we go all" (Aonde vamos um, vamos todos) – o mantra do movimento QAnon.
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QPatrioten24: um grupo pequeno, mas representativo
Embora esteja à margem da vibrante comunidade alemã QAnon no Telegram, o grupo QPatrioten24 está profundamente enraizado na comunidade conspiratória mais ampla do país.
No momento da publicação desta reportagem, o grupo tinha mais de 2.700 membros, representando assim um dos maiores grupos marginais. Ele continua a atrair novos seguidores, tendo conquistado mais cem membros nos três dias que antecederam a publicação.
Os membros do grupo participam ativamente dos protestos antigoverno na Alemanha, e alguns afirmam que estiveram presentes no dia da tentativa de invasão do prédio do Parlamento alemão em agosto do ano passado. Ao deliberar sobre os protestos, eles pedem que todos "apareçam sem máscaras" e "sem distanciamento social".
Embora seja difícil avaliar com precisão qual é a composição do grupo, parece haver nele uma proporção quase igual de homens e mulheres. Os membros vêm de todo o espectro econômico – proprietários de pequenas empresas, atores, engenheiros, consultores espirituais e agentes de crédito.
O grupo tem compartilhado conteúdo de mais de 300 grupos adjacentes ao QAnon no Telegram na Alemanha e está conectado a uma comunidade de quase 5 mil outros grupos conspiratórios, extremistas e céticos da covid-19.
"Teorias da conspiração são falsas e perigosas"
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Mensagens dentro do grupo têm sido compartilhadas por alguns dos personagens mais influentes do universo das teorias da conspiração e da extrema direita da Alemanha, como a conhecida ex-apresentadora de TV Eva Herman, seguida por mais de 170 mil usuários.
Pouco mais da metade dos membros do QPatrioten24 participa ativamente do grupo no Telegram, postando mensagens que vão desde a negação da pandemia de coronavírus até propaganda antivacina. Às vezes, os membros também expressam extremo antissemitismo, chegando inclusive a fazer pouco caso do Holocausto.
Em certo momento, Connectis compartilhou um artigo afirmando que os sobreviventes do Holocausto receberiam ajuda adicional durante a pandemia: "Mais de 70 anos roubando alemães!", dizia a legenda. "Isso tem que parar!"
A DW falou por telefone com o homem que se supõe estar por trás do pseudônimo Connectis, e lhe enviou um e-mail para saber mais sobre sua função no grupo do Telegram. No telefonema, ele não confirmou nem negou ser o usuário Connectis – e disse que responderia apenas a perguntas por escrito. Mas ele não respondeu ao subsequente pedido de entrevista da DW enviado por e-mail.
QAnon cresce na Alemanha
Antes de 2020, o movimento QAnon era amplamente considerado um fenômeno de nicho na Alemanha. Dentro de um ano, porém, o país se tornou o lar da maior comunidade do QAnon fora do mundo de língua inglesa.
A resposta do governo alemão à pandemia, como medidas de confinamento e distanciamento social, fez com que os influenciadores do QAnon e simpatizantes da extrema direita alimentassem o medo e propagassem as teorias de conspiração do movimento em plataformas de mídia social.
Baseado em Dubai, o serviço de mensagens Telegram se tornou particularmente popular entre os apoiadores do QAnon, em grande parte como resultado de sua política leniente em relação a conteúdo extremista.
Em dezembro, a Fundação Amadeu Antonio, com sede em Berlim, descobriu que os grupos e canais alemães do QAnon hospedados no Telegram haviam tido um crescimento significativo durante o primeiro lockdown da pandemia, em março de 2020.
Naquela época, o Qlobal – hoje o maior canal do QAnon em alemão – tinha cerca de 21 mil assinantes. Três meses depois, eram mais de 110 mil usuários. Atualmente, o canal possui mais de 160 mil seguidores, com outros grupos e canais do QAnon refletindo o aumento do interesse.
De acordo com estimativas fornecidas pela Fundação Amadeo Antonio, existem pelo menos 150 mil seguidores do QAnon na Alemanha – e o número aumenta continuamente. No entanto, avaliar o tamanho do movimento é difícil, em grande parte porque as estimativas dependem do envolvimento do público na esfera virtual.
Um plano evasivo
No grupo QPatrioten24, as opiniões começaram a se fragmentar após a invasão do Capitólio. Será o fim de Trump? Ou será tudo parte do plano sinistro anunciado por Q? Trata-se de um plano vago que ninguém conhece verdadeiramente, exceto o próprio autoproclamado insider político Q – e ainda assim é sobre isso que todo o movimento é construído.
Alguns usuários já começaram a expressar dúvidas. A frase de que "não há plano algum" começa a se insinuar no grupo. Mas sempre tem alguém pronto para responder.
"Separe o joio do trigo, agora que todos se revelaram: patriota ou traidor. Agora a base da pirâmide foi removida. Tudo está indo conforme o planejado", escreve um usuário, um dia após o ataque ao Capitólio.
Connectis, que parece ser o principal administrador do grupo, alimenta essa crença com mensagens enigmáticas. À medida que a posse de Biden se aproximava, ele publicou outra mensagem de áudio.
As forças militares reunidas para a posse em Washington, afirma ele, poderiam "prender o suposto vencedor das eleições, Biden, e garantir que tudo corra bem".
Para aqueles comprometidos com o movimento, não há espaço para falhas – nem a saída de Trump da Casa Branca. "Na minha opinião, não há outra opção", diz Connectis com convicção.
Autoridades lutam para rastrear o QAnon
Em 2019, um documento interno do FBI, a polícia federal americana, obtido pelo canal de notícias americano Yahoo! colocou o QAnon entre uma série de teorias da conspiração com o potencial de incitar extremistas violentos à ação, descrevendo-o como uma ameaça terrorista doméstica. No entanto, o documento estava longe de ser uma determinação oficial.
Na Alemanha, apesar da pressão crescente, apenas algumas autoridades reconheceram os riscos representados pelos partidários do QAnon, como o Escritório para a Proteção da Constituição (BfV), o serviço de inteligência doméstico alemão.
O problema enfrentado pelas autoridades, no entanto, é identificar um movimento que é tão fragmentado e diverso quanto o QAnon – um movimento que atrai extremistas violentos organizados, bem como simpatizantes interessados apenas em acompanhar os desdobramentos a partir do conforto de suas salas de estar.
No grupo QPatrioten24, ambos estão presentes. Às vezes, há apelos por uma ação radical contra o Estado, bem como um ceticismo indiferente sobre a pandemia de covid-19.
"O número potencial de aderentes do QAnon não pode ser quantificado pelo BfV, já que os não extremistas também defendem a teoria, e os adeptos da teoria não desenvolvem um caráter aspiracional, por exemplo, na forma de uma associação de pessoas", disse à DW um porta-voz do órgão.
Por ora, o BfV estabeleceu uma força-tarefa para avaliar como classificar teorias da conspiração e movimentos de protesto que representem um risco à segurança nacional.
No nível estadual, as autoridades também expressaram preocupações mais amplas sobre como movimentos impulsionados por conspirações poderiam estimular ações semelhantes ao ataque ao Capitólio.
"Negacionistas fazem barulho, mas maioria no país é sensata"
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Um porta-voz da Secretaria do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, o estado mais populoso da Alemanha, lembrou a tentativa de invadir o prédio do Parlamento alemão no final de agosto de 2020.
O incidente foi considerado um momento emblemático para os extremistas de direita no país, levantando comparações com o incêndio do Reichstag em 1933, que deu origem à Alemanha nazista.
De acordo com as conversas do QPatrioten24, membros do grupo também estiveram presentes na tentativa de invasão do Reichstag em Berlim no ano passado. O conteúdo postado por Connectis sugere que ele também estava no protesto, conforme uma análise realizada pela DW.
Enquanto a Alemanha entra em um ano eleitoral crucial – com seis eleições estaduais e uma eleição geral federal –, as autoridades têm se preocupado com as ações cada vez mais arriscadas iniciadas por grupos conspiratórios, bem como com o efeito que eles podem ter na sociedade.
"Mesmo que, até o momento, ainda não haja nenhuma evidência concreta de efeito copycat, a crescente hostilidade ao governo, especialmente entre os negacionistas do coronavírus, e as contínuas tentativas de extremistas de direita de instrumentalizar protestos para seus próprios fins, acarretam o risco de fomentar a radicalização", disse o porta-voz da Secretaria do Interior da Renânia do Norte-Vestfália.
O mês de janeiro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Fedja Grulovic/REUTERS
Prisões em massa em protestos na Rússia
Durante os novos protestos em pelo menos 142 cidades de toda a Rússia, exigindo a libertação do líder oposicionista Alexei Navalny, a polícia bloqueou o centro de diversas cidades, incluindo a capital. Até o início da tarde mais de 3 mil participantes foram detidos. (31/01)
Foto: Peter Kovalev/TASS/dpa/picture alliance
Camuflagem em arte
A observadora da pintura "Vênus na Concha" do artista vietnamita Yoon parece fazer parte da exposição que ocorre num shopping de Bangkok, na Tailândia. Com seu vestido florido, ela se camufla no meio da obra de arte. O colorido da cena traz um pouco de alegria no meio de um cotidiano sombrio em tempos de pandemia. (30/01)
Foto: Mladen Antonov/AFP/Getty Images
Alemanha proíbe entrada de viajantes do Brasil
A Alemanha aprovou a proibição da entrada no país de viajantes vindos do Brasil e de outros países com forte presença de variantes mais transmissíveis do novo coronavírus. A medida deve valer até meados de fevereiro. Também não podem entrar no país os viajantes provenientes do Reino Unido, Irlanda, Portugal e África do Sul. A proibição vale para as viagens de trem, ônibus, avião ou navio. (29/01)
Foto: Matthias Tödt/dpa/picture alliance
Gestão do Brasil na pandemia é avaliada como a pior do mundo
O Instituto Lowy avaliou a reação à pandemia em 98 países e colocou a Nova Zelândia na primeira colocação. Na outra extremidade do ranking, em último lugar, aparece o Brasil, atrás de nações como o México, Colômbia, Irã, Estados Unidos e Bolívia. A Alemanha, que teve relativo sucesso ao controlar a 1ª onda da doença, mas viu as mortes dispararem em 2021, ocupa apenas a 55ª posição. (28/01)
Foto: picture-alliance/NurPhoto/F. Taxeira
Parlamento alemão lembra vítimas do Holocausto
O Parlamento alemão assinalou o 76.º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, construído pelo regime nazista na Polônia, numa sessão especial dedicada a homenagear as vítimas do Holocausto. Na sessão, por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, os deputados alemães ouviram o testemunho da sobrevivente Charlotte Knobloch, de 88 anos. (27/01)
Foto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance
Mundo supera 100 milhões de casos de covid-19
O mundo ultrapassou a marca de 100 milhões de casos confirmados de infecção pelo coronavírus Sars-Cov-2, segundo contagem mantida pela Universidade Johns Hopkins. Uma em cada 76 pessoas no planeta foi diagnosticada com covid-19. EUA, Brasil e Índia lideram a lista de países mais afetados. O total de mortes associadas à covid-19 no mundo passa de 2,1 milhões. (26/01)
Foto: Tsvangirayi Mukwazhi/dpa/picture alliance
Biden revoga ordem de Trump que proibiu transgêneros nas Forças Armadas
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revogou nesta segunda-feira (25/01) a decisão de seu antecessor, Donald Trump, que proibiu transgêneros de servirem nas Forças Armadas do país. "Os EUA são mais fortes, internamente e no mundo todo, quando são inclusivos. Os militares não são exceção", diz a ordem assinada por Biden. (25/01)
Foto: Jim Watson/AFP
Onze mineiros são salvos na China duas semanas após soterramento
Onze mineiros dos 22 presos há duas semanas numa mina de ouro na China foram resgatados. No dia 10 de janeiro, os mineiros ficaram presos após uma explosão numa mina na localidade de Qixia. Apenas uma semana depois as equipes de salvamento conseguiram detectar os primeiros sinais de vida de um grupo de trabalhadores, presos a uma profundidade de cerca de 600 metros. (24/01)
Foto: Luan Qincheng/Xinhua/picture alliance
Morre Larry King, lenda da TV americana
O apresentador americano Larry King morreu aos 87 anos em um hospital de Los Angeles. King, que comandou um programa de entrevistas por mais de 25 anos na emissora americana CNN, estava internado desde o início deste mês, devido complicações provocadas pela covid-19. Em uma carreira que se estendeu por mais de seis décadas, King realizou mais 50 mil entrevistas. (23/01)
Foto: Fred Prouser/REUTERS
Tratado de proibição de armas nucleares entra em vigor
O primeiro tratado para banir as armas nucleares entrou em vigor. O pacto internacional foi ratificado por 51 países, embora nenhum seja potência nuclear. A Alemanha, que hospeda ogivas nucleares americanas, também não assinou o documento. O Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares proíbe seus signatários de produzir, armazenar, vender e usar armas nucleares. (22/01)
Foto: Don Emmert/AFP
Incêndio atinge fábrica de vacinas para covid-19 na Índia
Um incêndio de grandes proporções atingiu um prédio em construção no complexo do Instituto Serum, na Índia, maior produtor de vacinas do mundo. Ao menos cinco pessoas morreram. A produção de doses para covid-19 não foi afetada.Segundo o governo local, o incêndio teria começado devido a uma falha elétrica na obra. (21/01)
Foto: Rafiq Maqbool/AP/picture alliance
Biden toma posse como presidente dos EUA
O democrata Joe Biden foi empossado como o 46º presidente dos EUA numa cerimônia em frente ao Capitólio, em Washington. Kamala Harris também foi oficializada como a 49ª vice-presidente do país. "Aprendemos novamente que a democracia é preciosa, que a democracia é frágil, e esta é a hora em que a democracia prevaleceu", disse Biden na cerimônia que também marcou o fim da era Trump. (20/01)
Foto: Alex Wong/Getty Images
Alemanha estende lockdown até 14 de fevereiro
A Alemanha decidiu estender até 14 de fevereiro o lockdown em vigor no país e que deveria terminar no fim de janeiro. O governo anunciou ainda novas restrições com o objetivo de conter o avanço da pandemia de covid-19.Uma medida adicional é o uso obrigatório de máscaras cirúrgicas no transporte público e em estabelecimentos comerciais. Escolas deverão reabrir apenas em 15 de fevereiro. (19/01)
Foto: Hannibal Hanschke/REUTERS
Economia da China cresce 2,3% em 2020
Apesar da pandemia de covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 2,3% em 2020 em comparação com o ano anterior. O crescimento, no entanto, é o menor registrado em mais de quatro décadas, desde que o país comunista começou a implementar grandes reformas econômicas nos anos 1970. País deve ser o único entre as grandes economias a crescer no ano passado. (18/01)
Foto: Getty Images/AFP
Anvisa aprova vacinas
A Anvisa aprovou o uso emergencial de duas vacinas contra a covid-19: a Coronavac, do Instituto Butantan e da Sinovac, e a da AstraZeneca-Universidade de Oxford. Minutos depois, uma enfermeira de São Paulo, Monica Calazans (foto), de 54 anos, se tornou a primeira pessoa a receber a vacina no país. Do grupo de risco por ser obesa, hipertensa e diabética, ela trabalha em UTI de hospital. (17/01)
Foto: Marcelo Chello/ZUMA Wire/picture alliance
Partido de Merkel elege novo líder
Numa votação observada com suspense na Alemanha, o partido de Angela Merkel, União Democrata Cristã (CDU), escolheu o governador do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, como seu novo presidente. Com 521 votos no segundo turno, ele superou por 55 votos o concorrente Friedrich Merz, ex-chefe da bancada da CDU no Bundestag. Eleição pode definir futuro chefe de governo alemão. (16/01)
Foto: Hannibal Hanschke/REUTERS
Governo da Holanda renuncia
O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, anunciou a renúncia de seu governo, assumindo a responsabilidade por um escândalo em que milhares de famílias – muitas de origem estrangeira – foram falsamente acusadas de fraude no recebimento de benefícios sociais e injustamente obrigadas a pagar milhares de euro cada. Rutte (na foto) foi de bicicleta ao palácio do rei apresentar sua renúncia. (15/01)
Foto: Piroschka van de Wouw/REUTERS
Francisco e Bento 16 são vacinados
O papa Francisco, de 84 anos, e o papa emérito Bento 16, de 93, receberam a primeira dose da vacina da Pfizer-Biontech contra a covid-19, informou o Vaticano. Ambos estão na lista de prioridades, que inclui os idosos e profissionais da saúde e segurança do Vaticano, e receberão a segunda dose em três semanas. A campanha de vacinação na cidade-Estado teve início um dia antes. (14/01)
Foto: Vatican Media/picture-alliance
Câmara dos EUA aprova novo impeachment de Trump
A Câmara dos Estados Unidos aprovou a abertura de um novo processo de impeachment contra o presidente Donald Trump. Desta vez, ele é acusado de "incitação a insurreição", em relação à invasão do Capitólio por seus apoiadores. Foram 232 votos a 197. Todos os democratas votaram a favor, e a maioria dos republicanos votou contra, mas ocorreram dez dissidências entre os deputados do partido. (13/01)
Foto: J. Scott Applewhite/AP Photo/picture alliance
Coronavac tem eficácia divulgada
Após questionamentos da comunidade científica, o Instituto Butantan divulgou a taxa de eficácia geral da vacina contra a covid-19 Coronavac, desenvolvida em parceria com a chinesa Sinovac. O imunizante teve eficácia global de 50,38% nos testes realizados no Brasil. A taxa indica a capacidade da vacina de proteger contra todos os casos da doença, sejam leves, moderados ou graves. (12/01)
Foto: Getty Images/AFP/S. Avila
Democratas apresentam pedido de impeachment contra Trump
A menos de dez dias do fim do mandato do presidente Donald Trump, a oposição democrata na Câmara dos Representantes iniciou os trâmites para um processo de impeachment contra o republicano. O partido apresentou formalmente uma acusação contra Trump por "incitação a uma insurreição", em referência à invasão do Capitólio. (11/01)
Foto: Carlos Barria/REUTERS
Japão identifica nova variante vinda do Brasil
O Japão anunciou que detectou uma nova variante do coronavírus em quatro viajantes que vieram do Brasil. Os passageiros estavam no Amazonas e desembarcaram em Tóquio em 2 de janeiro. Autoridades disseram que a nova cepa é diferente das que foram identificadas no Reino Unido e na África do Sul, mas ainda não há evidências de que ela seja também mais infecciosa. (10/01)
Uma forte nevasca deixou parte da Espanha paralisada e já causou ao menos quatro mortes. A capital, Madri, foi particularmente atingida, com várias ruas bloqueadas e o aeroporto fechado. "Estamos perante a tempestade mais intensa dos últimos 50 anos", afirmou o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska. O país declarou alerta vermelho em cinco regiões. (09/01)
Foto: Viktor Cherezky/DW
Ano de 2020 iguala recorde de temperatura de 2016
Apesar dos lockdowns globais, o ano de 2020 foi o mais quente já registrado no mundo, assim como 2016, finalizando uma década de temperaturas recordes que evidenciam a urgência de atuação contra o aquecimento global, afirmou o Copernicus, serviço da União Europeia de monitoramento das mudanças climáticas. O aumento médio da temperatura global foi de 1,25 ºC em relação à era pré-industrial. (08/01)
Foto: Julian Stratenschulte/dpa/picture-alliance
Brasil supera marca de 200 mil mortes por covid-19
Pouco menos de dez meses depois de registrar oficialmente sua primeira morte por covid-19, o Brasil ultrapassou na quinta-feira a marca de 200 mil óbitos pela doença. Foram mais 1.524 mortes registradas em 24 horas, elevando o total para 200.498. No mesmo dia, o país se aproximou da marca de 8 milhões de casos, com o registro de 87.843 novas infecções, um novo recorde diário. (07/01)
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Izquierdo
Apoiadores de Trump invadem Congresso dos EUA
Apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invadiram o Capitólio durante a sessão que certificaria a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro, forçando a saída abrupta de parlamentares e a interrupção da cerimônia. Uma mulher teria morrido durante a invasão. Serviços de segurança federais foram acionados para remover os invasores e o prédio foi esvaziado no mesmo dia. (06/01)
Foto: Win McNamee/Getty Images
Alemanha prorroga lockdown até fim de janeiro
A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, anunciou que o lockdown em vigor desde 16 de dezembro no país será estendido até o fim de janeiro. Inicialmente, o plano era que a medida chegasse ao fim em 10 de janeiro. O confinamento ficou mais severo, com a imposição de novas restrições para movimento interno e de reuniões, com o objetivo de conter o avanço da pandemia de covid-19. (05/01)
Foto: Michael Kappeler/REUTERS
Justiça britânica rejeita extradição de Assange
Um tribunal em Londres decidiu que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, não deve ser extraditado para os Estados Unidos, onde ele enfrenta acusações de violação de uma lei de espionagem e conspiração para obter documentos secretos. A juíza Vanessa Baraitser afirmou que não extraditaria Assange por haver um risco real de que ele poderia cometer suicídio. (04/01)
Foto: Frank Augstein/AP/picture alliance
Casos de covid-19 passam de 20 milhões nos EUA
Os Estados Unidos ultrapassaram a marca de 20 milhões de infecções pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com 24% do total registrado em todo o mundo. Metade desses casos foram contabilizados a partir de novembro, o que indica um ressurgimento drástico da pandemia no país mais afetado pela doença e que encerrou 2020 com recordes de mortes e internações. (02/01)
Foto: Liu Jie/Xinhua/Picture-alliance
Adeus, União Europeia!
Populares celebram a virada de ano perto do prédio do Parlamento britânico, em Londres. O início de 2021 marca a ruptura definitiva do Reino Unido com a UE, mais de quatro anos após os britânicos votarem pelo Brexit. O país já deixara o bloco em janeiro de 2020. Mas agora chega ao fim do período de transição, marcando a saída britânica do mercado comum e da união aduaneira. (01/01)