Exposição "SuperQueeroes" apresenta ao público personagens homossexuais de histórias conhecidas ou da cena underground. Também é tema a biografia dos autores, que muitas vezes enfrentaram censura.
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A mostra "SuperQueeroes – Nossos heróis e heroínas LGBTI" entrou em cartaz no Museu Gay (Schwules Museum) de Berlim nesta sexta-feira (22/01). Com título que brinca com o termo queer – que em inglês designa aqueles que não seguem o padrão da heterossexualidade –, a exposição inclui trabalhos underground dos anos 1970 até hoje, quadrinhos de super-heróis conhecidos, assim como desenhos originais do alemão Ralf König, por exemplo.
O gênero queer compreende desde "temas autobiográficos e históricos a narrações eróticas e de viagem", diz o curador da mostra, Hannes Hacke. O universo dos quadrinhos não se limita aos super-heróis americanos conhecidos mundo afora, diz. Portanto, o museu exibe também anti-heróis subversivos e personagens LGBTI que se aventuraram em histórias de domínio hétero, como as de cowboy e as policiais.
Além disso, a mostra aborda as biografias dos autores dos quadrinhos, que muitas vezes tiveram que lutar contra a censura. Assim, é possível descobrir detalhes sobre o já falecido finlandês Tom of Finland, famoso por seus desenhos homoeróticos, ou sobre o japonês Gengoroh Tagame, que produz mangas de temática gay. Também é exibida a obra da alemã Naomi Fearn, conhecida por seus quadrinhos sobre uma lebre branca homossexual.
Uma das mais antigas obras da cena underground dos EUA, de 1979, narra a história do super-herói Brown Bomber, o primeiro negro gay com superpoderes a aparecer num quadrinho. Seu desenhista, o afro-americano Rupert Kinnard, também era homossexual declarado.
A temática também encontrou espaço nos famosos quadrinhos da Marvel. Em 2012, o personagem Estrela Polar – um homossexual com superpoderes, integrante da Tropa Alfa – se casou na edição 51 da revista Astonishing X-Men. Com figuras como o Condom Man e os Stima Fighters também são abordados temas como aids e HIV.
Para o Museu Gay, a mensagem da mostra é clara: "Gays, lésbicas e transexuais também podem ser convincentes nas histórias em quadrinhos." A exposição fica em cartaz até o dia 26 de junho deste ano.
LPF/dpa/ots
Museus alemães curiosos
Entre os 6.300 museus alemães, há alguns curiosos e outros até bizarros, como o Museu da Batata. Conheça alguns dos mais fora do comum.
Foto: Das Kartoffelmuseum
Muito mais do que higiene
O nome engana! O Museu da Higiene em Dresden enfoca o corpo humano e a saúde. Modelos que podem ser tocados explicam as funções dos órgãos. Nas áreas temáticas, são enfocados o ser humano através da ciência moderna, a sexualidade, a mobilidade, a beleza, a memória, a alimentação e vida e morte. Entre os objetos históricos, há uma estatueta de Vênus do ano 100 e um aparelho de radiografia de 1919.
Foto: Jörg Gläscher
Mundo em miniatura
O "Miniatur Wunderland" (Mundo das Maravilhas em Miniatura) em Hamburgo tem a maior ferrovia de brinquedo do mundo espalhada por oito cenários, desde Las Vegas a fiordes noruegueses, com paisagens da Itália, França, Suíça, Áustria e Alemanha, e ainda um aeroporto em miniatura em funcionamento com 40 modelos de aviões.
Foto: Miniatur Wunderland Hamburg
Museu do feitiço
O museu "Soul of Africa" em Essen é dedicado à cultura vodu, à magia e às artes de cura da África Ocidental. O altar retratado aqui mostra Mami Wata, uma deusa do mar, juntamente com outros 41 espíritos da água.
Foto: Jörg Gläscher
Legado de peso
O assunto guerra requer um tratamento particularmente delicado na Alemanha. Em uma análise crítica, o Museu dos Tanques de Combates em Munster lança luz sobre a história militar. Uma das atrações entre os mais de 150 veículos blindados do acervo é este tanque de 1921. Durante a República de Weimar, ele foi usado pela polícia em eventuais conflitos de rua.
Foto: Deutsches Panzermuseum
Ervas e pomadas
O Museu Alemão de Farmácia fica dentro do castelo de Heidelberg e seu acervo tem objetos relacionados à saúde e à medicina desde a Antiguidade até o século 21. Aqui estão documentados dois mil anos de história da farmacêutica, incluindo antigos kits de primeiros socorros e farmácias inteiras de outras épocas, como esta do mosteiro beneditino de Schwarzach de 1742.
Foto: Dt. Apotheken Museum-Stiftung Heidelberg
Museu subterrâneo
O Museu Alemão da Mineração, em Bochum, é uma antiga mina de carvão. Sua rede de túneis de 2,5 km compõe a maior mina de exposição no mundo. Do carvão ao sal, os visitantes podem aprender tudo sobre a história da mineração. Há inclusive uma sala subterrânea onde se realizam casamentos. A subsequente recepção com champanhe é no alto da torre de transporte, com vista para o Vale do Rio Ruhr.
Foto: Deutsches Bergbaumuseum
Museu do "leão"
Museu do fisco também pode ser divertido. No museu fiscal alemão o visitante pode conhecer cinco mil anos de história da cobrança de impostos, da antiga Mesopotâmia até hoje, passando pela Idade Média. Os documentos expostos narram, de forma informativa e divertida, como a legislação fiscal evoluiu, de poder anárquico a leis vinculativas.
Foto: Fotolia/46700946
A morte como tema
Carros funerários, caixões e túmulos da Idade Média podem ser vistos no Museu da Cultura Sepulcral de Kassel. Ali também são explicados rituais alemães de enterro e de luto. Como mostra o caixão em forma de galo, a morte também pode ter seus aspectos engraçados. A pedidos dos visitantes, o museu organiza eventos especiais, de trabalhos científicos sobre o assunto até espetáculos de comédia.
Foto: Museum für Sepulkralkultur Kasse
Pela diversidade sexual
O Museu Gay de Berlim documenta cultura e modos de vida de gays e lésbicas. Para homens que gostam de homens, mulheres que gostam de mulheres e também para aqueles que curtem os dois, o Museu Gay, no bairro Tiergarten, é uma experiência reveladora e especial. O lugar oferece visitas guiadas gratuitas.
Foto: DW/X. Maximova
Museu da Batata
Bem-vindo ao – segundo a diretora do museu, Barbara Kosler – único museu do mundo dedicado à arte com batatas. Oito salas temáticas ilustram o tema: há vasos dos incas em forma de batata, impressões a cores no estilo pop art de Andy Warhol, a importância do tubérculo como alimento dos pobres, e, finalmente, sua transformação em ícone de publicidade.
Foto: Das Kartoffelmuseum
Cerveja em fartura
O que oferece o Museu da Cerveja e da Oktoberfest? Claro, provas da bebida favorita dos alemães! Além de experimentar diferentes tipos de cerveja, o visitante pode se informar sobre sua fabricação: para se ver, há ferramentas e equipamentos históricos, e até manuscritos de uma cervejaria de Munique de 1487. O museu fica num prédio datado de 1340.