Quadro de Leonardo da Vinci bate recorde em leilão
16 de novembro de 2017
Obra "Salvator Mundi" é uma das poucas do artista italiano existentes e única em mãos privadas. Quadro chegou a ser posse de rei da Inglaterra e a ser vendida por apenas 60 dólares. Hoje, vale mais de 450 milhões.
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Um quadro de Leonardo da Vinci que mostra Cristo segurando um globo de cristal foi vendido pelo valor recorde de 450,3 milhões de dólares num leilão nesta quarta-feira (15/11), batendo o recorde anterior.
Salvator Mundi ("Salvador do Mundo") é um dos menos de 20 quadros de Leonardo da Vinci existentes e o único em mãos privadas. Ele foi vendido pela leiloeira Christie's em nome do bilionário russo Dmitry Rybolovlev, dono do clube de futebol Mônaco. A identidade do comprador – que adquiriu a pintura por telefone – não foi divulgada.
Aproximadamente 45 clientes – por telefone e na sala de leilões de Nova York – levaram 19 minutos batalhando por meio de ofertas e contraofertas pela obra. A disputa acabou sendo reduzida a apenas dois licitantes, que viram o preço da obra atingir mais do dobro do recorde anterior pago por uma pintura num leilão – o quadro Les Femmes D'Alger ("As mulheres de Argel"), de Pablo Picasso, foi vendido por 179,4 milhões de dólares em maio de 2015.
O preço mais alto pago por qualquer peça de arte era 300 milhões de dólares pelo quadro Interchange, do artista holandês Willem de Kooning, vendido diretamente em setembro de 2015 pela Fundação David Geffen ao gestor de um fundo Kenneth C. Griffin.
A pintura Salvator Mundi, de 66 centímetros, data de cerca de 1500 e mostra Cristo envergando vestuário de estilo renascentista, com a mão direita levantada em bênção e a mão esquerda abaixada segurando uma esfera de cristal.
De posse real à venda por 60 dólares
A obra pertencia ao rei Carlos 1º da Inglaterra em meados de 1600. Há rumores de que Da Vinci pintou Salvator Mundi para a família real francesa e que o quadro foi levado à Inglaterra pela rainha Henrietta Maria, quando ela se casou com o rei Carlos 1º em 1625.
Quadro de Leonardo da Vinci obtém preço recorde em leilão
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O quadro foi leiloado pelo filho do duque de Buckingham em 1763. Depois disso, desapareceu completamente até 1900, quando ressurgiu e foi adquirido por um colecionador britânico. Na época, estimava-se que a obra tinha sido executada por um discípulo de Da Vinci, e não pelo próprio mestre. Consequentemente, a pintura foi vendida novamente em 1958 por apenas 60 dólares.
Desde que ressurgiu, Salvator Mundi foi exposto na Galeria Nacional em Londres e nos salões de exposições da casa de leilão Christie's em todo o mundo. Em 2005, a obra foi adquirida, seriamente danificada e parcialmente pintada, por um consórcio de comerciantes de arte que pagou menos de 10 mil dólares. Estes comerciantes restauraram amplamente a pintura e documentaram a sua autenticidade como sendo uma obra de Da Vinci. Salvator Mundi é considerada a mais importante redescoberta artística deste século.
Recentemente, o quadro esteve no centro de um processo judicial lançado por Rybolovlev, que acusou o vendedor de arte suíço Yves Bouvier de superfaturar uma série de negociações de obras de arte. Bouvier comprou Salvator Mundi na casa de leilão Sotheby's por 80 milhões de dólares em 2013. Dentro de poucos dias, revendeu para o magnata russo por 127,5 milhões de dólares e alcançou um lucro de 47,5 milhões de dólares. Bouvier negou qualquer irregularidade.
PV/efe/lusa/afp/rtr/ap
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As obras de arte mais caras do mundo
Colecionadores pagam fortunas por obras de artistas famosos. Poucos trabalhos, no entanto, foram comprados por mais de 100 milhões de dólares. Veja as dez obras mais valiosas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Wenig
O mais caro do mundo
A pintura "Salvator mundi" (Salvador do Mundo), de Leonardo da Vinci, foi leiloada em Nova York em 15 de novembro de 2017 por 450 milhões de dólares, tornando-se o quadro mais caro de todos os tempos. A pintura a óleo representando Cristo foi feita em madeira há 500 anos e mede 66 x 46 cm. Não foi revelado quem adquiriu o quadro, que era a última obra conhecida do autor em mãos privadas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Wenig
Picasso está na lista quatro vezes
O quadro "As mulheres de Argel (versão 0)", de Pablo Picasso, foi leiloada em 11 maio de 2015. Por mais de 179 milhões de dólares, a tela mudou de dono na casa Christie's de Nova York. Com essa transação, o pintor moderno espanhol aparece quatro vezes na lista das obras de arte que alcançaram os lances mais altos. E está em excelente companhia.
Foto: Reuters
Vice-campeão italiano
O pintor italiano Amedeo Modigliani pintou este "Nu deitado" em 1917, três anos antes de morrer. Em novembro de 2015, a tela foi arrematada na Christie's de Nova York por 170,4 milhões de dólares. O novo proprietário é Liu Yiqian, negociante e bilionário de Xangai, China.
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Bacon, o ex-número um
"Três estudos de Lucian Freud" de Francis Bacon era, até maio de 2015, o quadro mais caro já leiloado. Em 2013, os retratos que o inglês fez do também pintor Freud foram arrematados por 142,4 milhões de dólares. O tríptico pertence à colecionadora americana Elaine Wynn.
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Venda privada
O quadro "Adele Bloch-Bauer I" foi pintado pelo austríaco Gustav Klimt em 1907 e é mais conhecido como "Adele Dourada". Em 2006, o empresário americano Ronald Lauder o adquiriu por 135 milhões de dólares para uma galeria em Nova York, onde está exposto. Trata-se de uma venda particular, mas que foi organizada pela casa de leilões Christie's.
Em maio de 2012, a versão em pastel de "O grito", feita pelo norueguês Edvard Munch em 1985, foi leiloada por 119,9 milhões de dólares. Poucos sabem, no entanto, que há quatro versões deste quadro. Ao lado de "Mona Lisa", de Da Vinci, e "Girassóis", de Van Gogh, é um dos quadros mais conhecidos no mundo. O comprador foi o americano Leon Black.
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Monet: recorde do Impressionismo
Em maio de 2019, uma pintura da série "Meules", do pintor francês Claude Monet, foi vendida por US$ 110,7 milhões em um leilão em Nova York, marcando um recorde para o artista e para o Impressionismo. Pintada no inverno de 1890 na casa do artista em Giverny, na região francesa da Normandia, a obra é considerada um dos ícones do Impressionismo.
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Nudez milionária
Pablo Picasso pintou "Nu com folhas verdes e busto" num único dia de 1932, retratando sua amante da época. Em termos atuais, um salário-hora milionário. Em 2010, um colecionador incógnito arrematou a tela pelo telefone, por 106,5 milhões de dólares. Em 2011, foi emprestada à galeria Tate, de Londres.
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"Acidente com carro prata", de Andy Warhol
Em 1963, o artista americano Andy Warhol produziu esta obra, que mostra várias imagens de um acidente de carro. A obra-prima foi leiloada por 105,4 milhões de dólares pela Sotheby's em 2013.
Foto: AUSSCHNITT: picture-alliance/dpa/Sotheby's
Outra obra de Picasso
O óleo "Rapaz com cachimbo" foi pintado por Pablo Picasso em 1905. Ele marca a transição do período azul para rosa do pintor. O quadro foi leiloado em Nova York em 2004 por 104,2 milhões de dólares.
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Escultura mais cara
O modernista suíço Alberto Giacometti também quebrou o próprio recorde no leilão de maio de 2015 em Nova York. Sua escultura "Homem apontando" alcançou 141,3 milhões de dólares.
Outra escultura de bronze de Giacometti, "Homem caminhando I" foi arrematada por 103,7 milhões de dólares pela filantropa brasileira Lily Safra. A escultura, de 1960, é considerada uma das mais destacadas obras de arte suíças no século 20. Ainda hoje ela estampa a cédula de 100 francos suíços.