Obra de Picasso é vendida por mais de 100 milhões de dólares
15 de maio de 2021
Retrato em cores vibrantes de Marie-Thérèse Walter, musa e amante do pintor, foi arrematado em apenas 19 minutos. Obra é de 1932, considerado um dos anos mais produtivos e cobiçados do artista espanhol.
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Um quadro do pintor espanhol Pablo Picasso foi vendido em um leilão da Christie's, em Nova York, por 103,4 milhões de dólares na noite desta quinta-feira (13/05).
Intitulado "Mulher sentada junto a uma janela", o retrato em cores vibrantes de sua musa e amante Marie-Thérèse Walter começou o leilão em 45 milhões de dólares e logo ultrapassou os 55 milhões de dólares estimados pelos especialistas da Christie's.
Porém, o martelo foi batido em 90 milhões de dólares, valor ao qual foram acrescentados taxas e impostos. De acordo com a Christie's, a obra é agora um dos cinco Picassos mais caros já leiloados, todos arrematados por mais de 100 milhões de dólares.
O preço foi atingido em apenas 19 minutos. A peça é considerada uma obra excepcional, pois Picasso geralmente pintava Marie-Thérèse deitada, nua, com os olhos fechados e perdida em seus próprios pensamentos. Nesse quadro, porém, ela é retratada em uma cadeira preta perto de uma janela. Além disso, a obra foi pintada em 1932, um dos anos mais produtivos e cobiçados do artista.
"Todos querem uma de suas obras de 1932", destacou Vanessa Fusco, codiretora do leilão de arte do século 20 da Christie's.
Especificamente, a obra foi pintada em outubro de 1932, no Château de Boisgeloup, na Normandia, e faz parte de uma série de retratos de Marie-Thérèse que foram exibidos na mostra "Picasso, 1932: Amor, Fama, Tragédia", que pode ser vista no Tate Modern, em Londres, e no Musée de Picasso, em Paris, em 2017 e 2018.
Marie-Thérèse conheceu Picasso aos 17 anos, quando o pintor já tinha 45 anos.
Para Giovanna Bertazzoni, vice-presidente do departamento dos séculos 20 e 21 da Christie’s, a vida pessoal de Picasso, sua aura e seus amores ainda ressoam hoje em dia, embora seu trabalho tenha mais de 100 anos.
"Ainda é incrivelmente contemporâneo e fala conosco", destacou.
Antes, a pintura cubista havia sido leiloada em 2013, pela Sotheby's, em Londres, pelo equivalente a 44,8 milhões de dólares.
Até hoje, "As Mulheres de Argel" foi o quadro de Picasso mais caro, vendido por 179,4 milhões de dólares, em 2015.
le (efe, afp, dpa)
As obras de arte mais caras do mundo
Colecionadores pagam fortunas por obras de artistas famosos. Poucos trabalhos, no entanto, foram comprados por mais de 100 milhões de dólares. Veja as dez obras mais valiosas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Wenig
O mais caro do mundo
A pintura "Salvator mundi" (Salvador do Mundo), de Leonardo da Vinci, foi leiloada em Nova York em 15 de novembro de 2017 por 450 milhões de dólares, tornando-se o quadro mais caro de todos os tempos. A pintura a óleo representando Cristo foi feita em madeira há 500 anos e mede 66 x 46 cm. Não foi revelado quem adquiriu o quadro, que era a última obra conhecida do autor em mãos privadas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Wenig
Picasso está na lista quatro vezes
O quadro "As mulheres de Argel (versão 0)", de Pablo Picasso, foi leiloada em 11 maio de 2015. Por mais de 179 milhões de dólares, a tela mudou de dono na casa Christie's de Nova York. Com essa transação, o pintor moderno espanhol aparece quatro vezes na lista das obras de arte que alcançaram os lances mais altos. E está em excelente companhia.
Foto: Reuters
Vice-campeão italiano
O pintor italiano Amedeo Modigliani pintou este "Nu deitado" em 1917, três anos antes de morrer. Em novembro de 2015, a tela foi arrematada na Christie's de Nova York por 170,4 milhões de dólares. O novo proprietário é Liu Yiqian, negociante e bilionário de Xangai, China.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Bacon, o ex-número um
"Três estudos de Lucian Freud" de Francis Bacon era, até maio de 2015, o quadro mais caro já leiloado. Em 2013, os retratos que o inglês fez do também pintor Freud foram arrematados por 142,4 milhões de dólares. O tríptico pertence à colecionadora americana Elaine Wynn.
Foto: picture-alliance/dpa
Venda privada
O quadro "Adele Bloch-Bauer I" foi pintado pelo austríaco Gustav Klimt em 1907 e é mais conhecido como "Adele Dourada". Em 2006, o empresário americano Ronald Lauder o adquiriu por 135 milhões de dólares para uma galeria em Nova York, onde está exposto. Trata-se de uma venda particular, mas que foi organizada pela casa de leilões Christie's.
Em maio de 2012, a versão em pastel de "O grito", feita pelo norueguês Edvard Munch em 1985, foi leiloada por 119,9 milhões de dólares. Poucos sabem, no entanto, que há quatro versões deste quadro. Ao lado de "Mona Lisa", de Da Vinci, e "Girassóis", de Van Gogh, é um dos quadros mais conhecidos no mundo. O comprador foi o americano Leon Black.
Foto: Reuters
Monet: recorde do Impressionismo
Em maio de 2019, uma pintura da série "Meules", do pintor francês Claude Monet, foi vendida por US$ 110,7 milhões em um leilão em Nova York, marcando um recorde para o artista e para o Impressionismo. Pintada no inverno de 1890 na casa do artista em Giverny, na região francesa da Normandia, a obra é considerada um dos ícones do Impressionismo.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Sotheby's
Nudez milionária
Pablo Picasso pintou "Nu com folhas verdes e busto" num único dia de 1932, retratando sua amante da época. Em termos atuais, um salário-hora milionário. Em 2010, um colecionador incógnito arrematou a tela pelo telefone, por 106,5 milhões de dólares. Em 2011, foi emprestada à galeria Tate, de Londres.
Foto: picture-alliance/dpa
"Acidente com carro prata", de Andy Warhol
Em 1963, o artista americano Andy Warhol produziu esta obra, que mostra várias imagens de um acidente de carro. A obra-prima foi leiloada por 105,4 milhões de dólares pela Sotheby's em 2013.
Foto: AUSSCHNITT: picture-alliance/dpa/Sotheby's
Outra obra de Picasso
O óleo "Rapaz com cachimbo" foi pintado por Pablo Picasso em 1905. Ele marca a transição do período azul para rosa do pintor. O quadro foi leiloado em Nova York em 2004 por 104,2 milhões de dólares.
Foto: picture-alliance/dpa
Escultura mais cara
O modernista suíço Alberto Giacometti também quebrou o próprio recorde no leilão de maio de 2015 em Nova York. Sua escultura "Homem apontando" alcançou 141,3 milhões de dólares.
Outra escultura de bronze de Giacometti, "Homem caminhando I" foi arrematada por 103,7 milhões de dólares pela filantropa brasileira Lily Safra. A escultura, de 1960, é considerada uma das mais destacadas obras de arte suíças no século 20. Ainda hoje ela estampa a cédula de 100 francos suíços.