Qual a posição do Brasil no conflito entre Israel e Irã
17 de junho de 2025
Condenação do Itamaraty à ação de Israel e complacência diante de violações de direitos humanos no Irã servem de combustível para a direita no Congresso.
Para críticos, tom condescendente do Brasil com o Irã não condiz com os valores progressistas que o governo Lula encampa, como direitos humanos e liberdade de expressãoFoto: Iranian Presidency/AA/picture alliance
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A escalada de ataques entre Israel e Irã, que ocorre enquanto também se desenrola a guerra na Faixa de Gaza, vem provocando divisões no Congresso e na socidade brasileira a respeito da posição do Itamaraty sobre o conflito.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no Canadá, onde participará de uma reunião ampliada do G7 na quarta-feira (18/06), e ao ser indagado sobre as ações de Israel e Irã disse que "qualquer conflito me preocupa".
"Em um momento em que o mundo está precisando de muito recurso para a transição energética, para combater a miséria no mundo, você ver dinheiro sendo gasto com conflito, obviamente me incomoda profundamente. E é isso que quero falar um pouco amanhã", afirmou.
A posição do governo brasileiro deverá ser menos dura em relação ao Irã do que a do G7, que nesta terça-feira afirmou que o país é "fonte de instabilidade e terror" regional. O comunicado disse também que os líderes esperavam uma "redução mais ampla das hostilidades no Oriente Médio, incluindo um cessar-fogo em Gaza".
O governo brasileiro tem no momento uma relação fria com Israel, em especial devido à guerra em Gaza. No ano passado, Lula chegou a ser classificado persona non grata pelo ministro israelense das Relações Exteriores, após sugerir que Israel estaria cometendo um genocídio em Gaza comparável ao Holocausto.
Ao mesmo tempo, Lula tem um histórico de aproximação diplomática com o Irã, no contexto da política externa brasileira de não alinhamento e fortalecimento de um mundo multipolar.
Em 2010, quando estava no seu segundo mandato no Palácio do Planalto, o petista tentou intermediar um acordo nuclear com o Irã, que não foi para frente. Mais recentemente, em 2024, o Irã foi um dos países que entraram no Brics no movimento de expansão do bloco inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A ausência de uma posição enfática brasileira sobre o Irã é explorada pela oposição. O presidente do grupo Brasil-Israel, senador Carlos Viana (Podemos-MG), disse em nota que o governo brasileiro estava escolhendo "se alinhar aos que disseminam o terror".
O que o Itamaraty falou até agora
O Ministério das Relações Exteriores divulgou um comunicado oficial na sexta-feira (13/06), mesmo dia em que Israel lançou ataques contra instalações estratégicas, cientistas nucleares e generais do país.
A nota curta condenou os ataques e afirmou que o governo brasileiro acompanhava com "forte preocupação" a ofensiva aérea israelense, "em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional".
O comunicado afirmou que os ataques "ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial". E instou as partes envolvidas ao exercício da "máxima contenção" e pediu o fim imediato das hostilidades.
Até o momento, o Itamaraty não divulgou um novo posicionamento sobre a evolução do conflito, que inclui ataques retaliatórios do Irã. Pelo menos 224 pessoas haviam morrido no Irã em decorrência de ataques israelenses e outras 24 em Israel pela retaliação iraniana até esta segunda-feira, segundo autoridades dos dois países.
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Afastamento entre Brasil e Israel
A escalada de violência no Oriente Médio ocorre em um momento particularmente ruim nas relações entre Brasil e Israel, governado pelo governo mais de direita da sua história, sob o comando do premiê Benjamin Netanyahu.
O conflito foi deflagrado em 7 de outubro de 2023, após o ataque terrorista do Hamas a Israel, que deixou mais de 1,2 mil mortos e resultou no sequestro de 251 pessoas. Israel reagiu com uma prolongada ofensiva terrestre e aérea e bloqueios à entrada de ajuda humanitária no território palestino. Desde então, mais de 55 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Em fevereiro de 2024, Lula comparou as mortes de civis em Gaza ao Holocausto promovido por Adolf Hitler contra os judeus. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus (...) Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças", disse o brasileiro.
Em reação, Netanyahu afirmou que Lula havia cruzado uma "linha vermelha" e suas falas eram "vergonhosas e graves". "Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender", afirmou. Na sequência, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, declarou Lula persona non grata.
De lá para cá, não houve melhora na relação bilateral. Na sexta-feira, a Agência Brasil publicou reportagem relatando que o governo brasileiro estudava romper relações militares com Israel em resposta às ações na Faixa de Gaza.
O rompimento de relações militares envolveria a suspensão de contratos e cooperações nesse setor. As relações diplomáticas seriam mantidas, também para preservar os interesses de brasileiros que vivem em Israel.
Quando o assunto é Oriente Médio, sociedade brasileira está dividida entre os que se alinham a Israel e os que apoiam seus antagonistas, como o Irã Foto: Cris Faga/ZUMA Press Wire/picture alliance
Polarização na sociedade
Há divisão na sociedade brasileira sobre como reagir aos conflitos envolvendo Israel. Cinco meses após o início da guerra em Gaza, uma pesquisa Genial/Quaest apontou que 45% dos brasileiros tinham uma imagem favorável sobre a Palestina, e 39% tinham uma opinião favorável a Israel.
Em setembro de 2024, Israel realizou uma ofensiva no Líbano contra integrantes do Hezbollah, que foi condenada "nos mais fortes termos" pelo Itamaraty. Uma pesquisa realizada em seguida pela AtlasIntel apontou que 49,3% dos brasileiros discordavam dessa posição do governo, enquanto 42,1% apoiavam.
As diferentes opiniões sobre os conflitos envolvendo Israel se refletem em mobilizações da sociedade organizada. No início de junho, Celso Amorim, assessor-chefe especial da Presidência, recebeu um grupo de 20 parlamentares e outras lideranças que pediram ao governo que rompesse relações diplomáticas e comerciais com Israel.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) também publicaram carta aberta ao governo pedindo que a Petrobras pare de vender petróleo ao governo de Israel. Em março de 2024, um levantamento feito pela organização Oil Change International afirmou que o Brasil era um dos cinco principais fornecedores de petróleo a Israel.
No domingo (15/06), manifestantes convocados por políticos e organizações de esquerda promoveram um ato em defesa da população palestina na Praça Roosevelt, em São Paulo.
Por outro lado, a direita vem também se posicionando sobre como o governo brasileiro está lidando com o Irã. O grupo parlamentar Brasil-Israel divulgou uma nota apoiando a decisão de Israel de atacar instalações e cientistas iranianos ligados ao programa nuclear e criticando a reação do Itamaraty.
O deputado federal Coronel Ulysses (União Brasil-AC) também se manifestou a respeito no X: "Em vez de apoiar Israel, que luta por sua existência contra o regime iraniano, que desenvolve armas nucleares e financia organizações terroristas, o Itamaraty ataca Israel. Até a Colômbia é mais neutra que a [nota] do Brasil."
Outro que se posicionou foi o deputado federal Messias Donato (Republicanos-BA): "O governo Lula ignora que o regime iraniano ameaça Israel há décadas e financia grupos terroristas. O Brasil não pode se calar diante disso nem se alinhar a ditaduras!"
Críticos veem postura incoerente
Um argumento frequente na direita é que seria incongruente o governo Lula apoiar um regime no Irã que desrespeita fundamentos do próprio programa de governo petista, como a defesa dos direitos humanos, da igualdade de gênero e da liberdade de expressão.
No meio desse conflito, até a retirada de uma comitiva de políticos brasileiros que estava em Israel durante o ataque ao Irã também virou ponto de tensão. A delegação de 12 pessoas incluía os prefeitos de Belo Horizonte, Joao Pessoa, Macaé e Nova Friburgo, acompanhados de autoridades e funcionários públicos de diferentes cidades.
Eles conseguiram sair de Israel nesta segunda-feira em direção à Jordânia – e o senador Viana, do grupo parlamentar Brasil-Israel, criticou o que chamou de "ausência absoluta" do Itamaraty nas tratativas para que a comitiva brasileira deixasse em segurança o território israelense.
O Itamaraty rejeitou a acusação e disse que a saída dos brasileiros resultou de uma "estreita coordenação" entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o chanceler da Jordânia, Ayman Safadi. E, em nota, afirmou que os administradores municipais ignoraram a orientação oficial de evitar viagens a Israel em razão dos conflitos nos quais o país está envolvido.
Outro tema ligado a Israel que virou campo de batalha entre a oposição e o governo é a criação do Dia de Amizade Brasil-Israel, aprovada pelo Senado em maio. O projeto de lei agora depende da sanção ou veto de Lula – que tem até esta quarta-feira para decidir.
bl/ra (ots)
O mês de junho em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Leo Correa/AP/picture alliance
Onda de calor sufocante dispara alertas no sul da Europa
Países como Portugal, Espanha, Itália e França são afetados por uma onda de calor com temperaturas de mais de 40 graus Celsius que se dirige para o norte, chegando também à Alemanha. A ministra francesa da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher, descreveu o caso como um "fenômeno sem precedentes" no país. Na Turquia, 50 mil pessoas foram evacuadas devido a incêndios florestais. (30/06)
Foto: CARLOS COSTA/AFP/Getty Images
Bolsonaro participa de ato em sua defesa na Avenida Paulista
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi neste domingo à Avenida Paulista, em São Paulo, em ato no qual se defendeu da acusação de tentativa de golpe, pela qual responde a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal. A ONG Monitor do Debate Político do Cebrap e a ONG More in Common estimaram o público em 12,4 mil pessoas. (29/06)
Foto: Jean Carniel/REUTERS
Parada LGBTQ+ de Budapeste reúne multidão apesar de veto
Milhares de defensores dos direitos LGBTQ+ na Hungria desafiaram uma lei recém-aprovada pelo governo de Viktor Orbán e foram às ruas de Budapeste neste sábado para uma parada repleta de símbolos do movimento, como bandeiras do arco-íris, e de celebração da diversidade sexual. Os organizadores estimaram que havia de 180 mil a 200 mil participantes. (28/06)
Foto: Rudolf Karancsi/AP/picture alliance
Suprema Corte dos EUA limita poder de juízes federais para bloquear Trump
Em vitória para Donald Trump, tribunal restringe capacidade de juízes de instâncias inferiores de barrar políticas potencialmente inconstitucionais, ao julgar um caso envolvendo o direito à cidadania por nascimento. Decisão altera o equilíbrio de poder entre o Judiciário e a Presidência. (27/06)
Foto: Allison Bailey/NurPhoto/picture alliance
"Demos um tapa na cara da América", afirma líder do Irã
Em seu primeiro pronunciamento desde o cessar-fogo que pôs fim a 12 dias de guerra contra Israel, Khamenei contrariou a narrativa utilizada por Washington e Tel Aviv e disse que seu país saiu vitorioso após o conflito contra Israel e os EUA. Ministro iraniano do Exterior contradiz Trump e nega planos de voltar a negociar com os Estados Unidos. (26/06)
Foto: ROPI/picture alliance
Corpo de Juliana Marins é resgatado na Indonésia
Equipes de resgate recuperaram o corpo da turista brasileira Juliana Marins, de 26 anos, encontrada morta no vulcão Monte Rinjani. O resgate foi feito por meio de cordas e içamento. A brasileira caiu em uma área de difícil acesso na sexta-feira (20/06) e foi encontrada sem vida na terça, após tentativas frustradas de alcançá-la. (25/06)
Foto: BASARNAS/AP Photo/picture alliance
Irã e Israel aceitam cessar-fogo proposto por Trump
Nas primeiras horas da trégua, países se acusaram mutuamente de violá-la. O presidente americano Donald Trump reagiu com irritação: "Não estou feliz com Israel. Não estou feliz com o Irã também, mas Israel tem de se acalmar", disse. A advertência parece ter surtido efeito: Israel cancelou um ataque mais amplo contra Teerã e ordenou a volta de seus aviões. (24/06)
Foto: Chip Somodevilla/Getty Images
Em ação sem maiores danos, Irã responde a EUA com mísseis no Catar
Em resposta ao bombardeio dos EUA a instalações nucleares, o Irã disparou mísseis contra uma base militar americana no Catar. A ação – "fraca", nas palavras de Donald Trump, que teria sido avisado com antecedência – não deixou feridos. Segundo o Catar, os mísseis foram interceptados. (23/06)
Foto: Stringer/Anadolu/picture alliance
EUA entram na guerra no Irã e atacam instalações nucleares
Nove dias após início da campanha militar israelense, o presidente Donald Trump anuncia que aviões dos EUA "obliteraram" três instalações nucleares iranianas e ameaça Teerã com mais ataques se regime não aceitar imposição de um acordo. Um dos alvos foi o complexo subterrâneo de Fordo (foto). Ataques foram confirmados pelo Irã, mas a extensão dos danos ainda é desconhecida. (22/06)
EUA enviam bombardeiros, e tensão no Oriente Médio escala
Apontados como os únicos capazes de bombardear alvos subterrâneos de difícil acesso no Irã, aviões americanos B-2 foram enviados a Guam, uma ilha no Pacífico. Embora motivo do deslocamento não estivesse claro, ele ocorreu num momento em que o presidente americano Donald Trump avaliava a possibilidade de interferir diretamente na guerra entre Israel e Irã. (21/06)
Foto: Matrixpictures/picture alliance
Parlamento britânico aprova legalização do suicídio assistido
A câmara baixa do Parlamento do Reino Unido aprovou um projeto de lei que permite a adultos com doenças terminais encerrarem voluntariamente suas vidas. A votação representa um passo rumo à legalização do suicídio assistido, sendo considerada uma das mudanças mais significativas na política social britânica em décadas. O procedimento já é legal em países como Espanha e Áustria. (20/06)
A escalada militar entre Israel e Irã se agravou no sétimo dia do conflito, quando um míssel iraniano provocou danos ao principal hospital do sul de Israel e ataques aéreos israelenses atingiram uma importante instalação nuclear iraniana. O centro médico Soroka, na cidade de Bersebá, foi atingido por um míssil balístico, deixando vários feridos. (19/06)
Foto: Tsafrir Abayov/Anadolu /picture alliance
Milhares protestam na Argentina contra prisão de Cristina Kirchner
Apoiadores da ex-presidente da Argentina saíram às ruas em defesa da líder peronista, que começou a cumprir seis anos de prisão domiciliar por corrupção. Os manifestantes se concentraram em frente à casa do governo argentino e se espalharam pelas ruas vizinhas. Em discurso, Kirchner prometeu "voltar com sabedoria", apesar de não poder mais se candidatar a cargos públicos. (18/06).
Foto: Gustavo Garello/AP Photo/picture alliance
PF indicia Carlos Bolsonaro e Ramagem por "Abin paralela"
A PF concluiu a investigação sobre esquema de espionagem ilegal de celulares na Abin e indiciou mais de 30 pessoas, incluindo o ex-diretor da agência Alexandre Ramagem e o vereador Carlos Bolsonaro. A investigação mira servidores e políticos que teriam monitorado telefones e computadores de desafetos de Jair Bolsonaro durante seu governo. Ele é acusado de se beneficiar do esquema (17/06)
Foto: Fellipe Sampaio/STF
Agência para refugiados da ONU demitirá 3,5 mil funcionários
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) anunciou que cortará 3,5 mil empregos – quase um terço de seus custos com a força de trabalho – devido à escassez de recursos, e reduzirá a escala de sua ajuda em todo o mundo após uma queda no financiamento à ajuda humanitária, principalmente dos recursos vindos dos EUA sob Donald Trump. (16/06)
Foto: Florian Gaertner/IMAGO
Milhares protestam nos EUA contra Trump
Uma multidão tomou as ruas de 2 mil cidades americanas em oposição à gestão de Donald Trump, acusado de autoritário pelos manifestantes. O envio de forças federais para reprimir protestos em Los Angeles na última semana e a convocação de um desfile militar que acontece neste sábado em Washington também pautaram as críticas nos atos apelidados de "No Kings" (Sem Reis). (14/04)
Foto: Yuki Iwamura/AP/dpa/picture alliance
Israel e Irã trocam agressões em escalada militar
Israel lançou um ataque contra instalações nucleares do Irã, matando 78 pessoas, incluindo três dos chefes militares do país e dezenas de civis. A ofensiva desencadeou uma troca de agressões sem precendentes entre os países. Em retaliação, a República Islâmica disparou dezenas de mísseis contra Tel Aviv e Jerusalém, furando o Domo de Ferro israelense e ferindo 34 pessoas. (13/06)
Foto: Leo Correa/AP/picture alliance
Queda de avião na Índia deixa mais de 200 mortos
Um avião da Air India com 242 pessoas a bordo caiu em uma área residencial logo após decolar perto do aeroporto de Ahmedabad, no oeste da Índia. Apenas um dos passageiros a bordo sobreviveu. A polícia indiana contabiliza ainda outras 24 vítimas que estavam no solo e morreram no momento do acidente. A causa do acidente está sendo investigada (12/06)
Foto: Ajit Solanki/AP Photo/picture alliance
Ajuda humanitária em Gaza na mira de militares israelenses
Pelo menos 21 palestinos morreram enquanto se dirigiam a locais de distribuição de ajuda humanitária em Gaza. Entidades denunciam, além da violência, quantidade insuficiente de alimentos, após meses de bloqueio à entrada de itens básicos por Israel. O exército israelense alegou que disparou "tiros de advertência". O número de palestinos mortos em 20 meses de guerra já supera 55 mil. (11/06)
Foto: Saeed Jaras/Middle East Images/AFP/Getty Images
Réu no STF, Bolsonaro é interrogado em processo da trama golpista
Ao longo de dois dias, ex-presidente e outros sete ex-auxiliares acusados de integrar "núcleo crucial" da trama golpista depuseram na Primeira Turma. Político negou ter discutido planos de golpe após perder a eleição e disse que só debateu medidas constitucionais com militares, mas que não editou "minuta do golpe". (10/06)
Foto: Fellipe Sampaio/STF
Israel detém barco que levava Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila
A Marinha de Israel interceptou um barco que tentava levar ajuda humanitária a Gaza. O veleiro Madleen, da iniciativa internacional Flotilha da Liberdade, levava 12 ativistas a bordo. Eles foram escoltados até um porto e, segundo o governo israelense, serão deportados. (09/06)
Trump chama militares para reprimir protestos na Califórnia contra prisão de imigrantes
O presidente americano Donald Trump enviou militares da Guarda Nacional a Los Angeles para conter protestos que eclodiram na esteira de uma série de operações de detenção de supostos migrantes irregulares. A medida não tem apoio do governo do estado da Califórnia, que acusou Trump de tentar provocar uma crise. (08/06)
Foto: Frederic J. Brown/AFP
Rússia amplia ataques contra 2ª maior cidade da Ucrânia
A Rússia executou diversos ataques no centro de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, deixando cinco civis mortos e mais de 61 feridos, incluindo um bebê e uma adolescente de 14 anos. Bombas planadoras, um míssil e 53 drones atingiram prédios residenciais. O prefeito do município classificou a ação como o ataque mais severo desde o início da guerra. (07/06)
Foto: Sofiia Gatilova/REUTERS
Marcelo livre
Um juiz americano determinou a libertação do estudante brasileiro Marcelo Gomes da Silva, de 18 anos, que chegou aos Estados Unidos com cinco anos de idade e foi detido pelo Serviço de Imigração (ICE) a caminho de um treino de vôlei. Ele ficou preso por cinco dias, durante os quais dormiu em chão de concreto, sem acesso a chuveiro, acompanhado de homens com o dobro da sua idade. (06/06)
Foto: Rodrique Ngowi/AP
Musk e Trump trocam insultos e rompem relações
Bilionário que atuou como conselheiro da Casa Branca criticou projeto de lei de Orçamento de Trump que prevê cortes de impostos e aumento de gastos batizado pelo presidente como "Big Beautiful Bill". Musk chegou a endossar impeachment de Trump e associou presidente ao pedófilo Jeffrey Epstein. Trump reagiu dizendo que Musk "enlouqueceu" e ameaçou cortar contratos da SpaceX com governo. (05/06)
Foto: Nathan Howard/REUTERS
Moraes ordena prisão de Carla Zambelli após deputada deixar o país
O ministro do STF acatou pedido da PGR de prisão preventiva contra a deputada federal e determinou a inclusão dela na lista de procurados da Interpol. Moraes determinou bloqueio de salários, bens, contas bancárias e perfis em redes sociais. Parlamentar deixou o país após ser condenada a 10 anos de prisão e à perda de mandato por envolvimento na invasão do CNJ. (04/06)
Foto: Adriano Machado/REUTERS
Governo da Holanda desmorona após saída de ultradireitista
Alegando insatisfação com a política migratória, Gert Wilders – também conhecido como "Trump holandês" – e seu partido deixaram coalizão de governo, levando primeiro-ministro Dick Schoof (foto) à renúncia após menos de um ano de mandato. Sem maioria no parlamento, Schoof permanecerá interinamente no cargo até a realização de novas eleições e formação de um novo gabinete. (03/06)
Foto: Peter Dejong/AP/picture alliance
Conservador Karol Nawrocki vence eleição presidencial na Polônia
Resultado é derrota para o governo do primeiro-ministro Donald Tusk e deve dificultar andamento de políticas pró-União Europeia. Apoiado pelo partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS), Nawrocki poderá vetar leis e desgastar o governo com bloqueios no Parlamento. Aliança frágil de Tusk pode não resistir até 2027. (02/06)
Foto: Czarek Sokolowski/AP/dpa/picture alliance
Ucrânia destrói aviões de guerra da Rússia em ataque massivo de drones
Na véspera de uma nova rodada de negociações de paz, Ucrânia e Rússia intensificaram sua ofensiva militar e protagonizaram ataques sem precedentes. Enquanto, Kiev destruiu 41 aviões militares na Sibéria, ofensiva de maior alcance no território russo em três anos de guerra, Moscou lançou número recorde de drones contra território ucraniano. (1º/06)