Estudo feito em escola na Suíça mostra que é melhor consolidar primeiro conhecimentos da língua materna para depois iniciar o inglês, por exemplo. "Ideal é começar mais tarde e de forma intensiva", diz pesquisadora.
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No aprendizado de idiomas estrangeiros, a máxima "quanto mais cedo, melhor" nem sempre funciona. É o que revela uma pesquisa feita pela linguista Simone Pfenninger, da Universidade de Zurique, na Suíça, que há cinco anos acompanha a mesma turma de uma escola local para testar o desenvolvimento deles nas aulas de inglês.
"Às vezes, é melhor começar mais tarde e de forma mais intensiva. É um engano apenas reduzir a idade dos alunos", diz Pfenninger.
Na escola em que a linguista realiza sua pesquisa, os alunos começaram a ter aulas de inglês já no ensino fundamental. Agora, aos 13 anos, eles dizem que gostam da matéria, mesmo que a gramática não seja divertida.
"Depois de aprender as regras de gramática e de ortografia, você desenvolve uma intuição do que pode estar certo ou errado", diz a aluna Desirée Beck.
O professor que ensina a turma é o americano Michael Roth. Ele considera os resultados das aulas positivos. Os alunos conversam sem nenhum problema e mostram afinidade com o idioma, o que Roth considera uma consequência do ensino precoce de inglês.
"Em geral, eles ficam mais confiantes com o idioma, e nós achamos isso ótimo. O aspecto negativo é que eles têm pouca noção de ortografia e gramática e mostram muito mais dificuldades nos exercícios escritos que nos orais", pondera.
"Gosto mais de praticar conversação do que fazer exercícios de escrita", diz o aluno Nilo Cavalli. "Às vezes, digo palavras que não sei como são escritas. É mais fácil dizê-las do que ter de escrevê-las", afirma sua colega Mia Born.
Mais motivados
Com questões orais, redações, provas de gramática e questionários, Pfenninger testa os conhecimentos e a motivação de 500 estudantes.
Ela compara o desempenho de alunos que já tiveram aulas de inglês bem cedo com o daqueles que começam a estudar o idioma mais tarde, aos 13 anos.
O estudo mostra que quem aprende o idioma mais tarde consegue recuperar a diferença em pouco tempo, além de demonstrar muito mais motivação.
A razão, segundo a linguista, é a forma como o inglês é ensinado no curso fundamental. No currículo atual, são apenas duas aulas por semana. Além disso, as crianças aprendem palavras e frases soltas de forma lúdica. Nessa fase, ortografia e gramática quase não entram no jogo. Quando esses alunos passam para o ensino médio, tendem a ficar desmotivados com as novas exigências.
"No começo, eu não achava tão difícil. Pelo contrário, era muito interessante", diz a aluna Carlotta Späni.
"Na verdade, não significa que é preciso acabar com tudo e voltar a fazer como antigamente. Mas é preciso aperfeiçoar as aulas de inglês para os alunos do ensino fundamental. Temos de ver tudo o que é possível fazer", diz Pfenninger.
Língua materna
Outra conclusão do estudo também preocupa. Quem começa a estudar inglês muito cedo, apresenta dificuldades na língua materna quando chega aos 13 e 14 anos.
"Constatamos que é melhor que os alunos tenham os conhecimentos da língua materna bem consolidados antes de começar com um idioma estrangeiro. O inglês pode ser ensinado com base nesses fundamentos. Os alunos que começaram a estudar inglês mais tarde mostraram melhor desempenho na língua materna do que os que começaram com inglês mais cedo. Assim, eles aproveitam melhor a língua estrangeira", diz Pfenninger.
A linguista sugere primeiro consolidar os conhecimentos na língua materna para depois começar com um segundo idioma. E, quando este for iniciado, que seja de forma mais intensiva:
"Como pesquisadora, acho que a forma ideal de ensinar inglês tem de ser intensiva, tanto faz a idade dos alunos. Ou seja, além das quatro a cinco aulas normais por semana, também uma imersão na língua com mais possibilidades de interação."
Dez expressões para dinheiro em alemão
"Mônei", grana, trocados, dimdim... Quantos termos para "dinheiro" você conhece em sua língua? Pois também em alemão a oferta é rica. A seguir uma seleção de gírias para o vil metal.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Dedert
Flocken
Por parcimônia, cautela ou hipocrisia, o ditado popular reza que "Über Geld spricht man nicht" – sobre dinheiro não se fala. Contudo o tabu não é para ser levado tão a sério. Os alemães têm diversas formas de contorná-lo – por exemplo inventando incontáveis gírias e eufemismos. Um delas é "Flocken" (flocos). Talvez na esperança que ele caia do céu, como neve?
Foto: Colourbox
Kohle
Um provérbio do século 18 lembra que a Alemanha é um país de clima frio e que manter a casa aquecida custa: "Der Schornstein muss rauchen" – a chaminé tem que fumegar. Muitos termos pecuniários se referem a materiais combustíveis, sendo "Kohle" (carvão) um dos usados, ao lado de "Asche" (cinzas). Durante a guerra, o carvão mineral era um bem escasso e usado como meio informal de pagamento.
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Kies
Outra gíria para dinheiro, "Kies" (cascalho), soa bem parecido com a palavra iídiche para "bolsa": "kis" – o que talvez explique a associação. Por extensão, fala-se também de "Schotter" (outro termo para cascalho), ou simplesmente de "Steine" (pedras).
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Knete
"Knete" (massa de modelar) é um termo coloquial relativamente novo, registrado no uso quotidiano na década de 1970. Especula-se que derive de "dough" (literalmente: massa de pão ou bolo), antiga gíria inglesa para numerário. Ela aparece já em 1851, numa publicação de uma fraternidade da Universidade de Yale, onde se postula que "suficiente massa" é um meio para evitar "os embaraços da sociedade".
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Moos
Da mesma forma que "Ohne Knete, keine Fete" (Sem massa, nada de festa), "Ohne Moos, nix los" (Sem musgo, nada acontece)! Apesar de evocar o denso verde dessas plantas que crescem em locais sombrios e úmidos, etimologicamente "Moos" é uma corruptela de "ma'oth" – "moedas" em hebraico.
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Mäuse
É possível que em algum momento "Moos" tenha se confundido com "Maus" (camundongo), resultando, no plural, em "Mäuse". Um sinônimo de dinheiro com conotação carinhosa.
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Kröten
Por sua vez, "Kröten" (sapos) se refere a uma soma miserável, provavelmente por analogia com a pouco apreciada aparência do anfíbio. A gíria está em uso desde o século 19 e, segundo os etimólogos, nasceu de uma corruptela de "Groschen" ou "Groten", ambas denominações de moedas da Idade Média.
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Lappen
Enquanto os anglófonos falam de uma trajetória "dos trapos à riqueza", os alemães usam "Lappen" (trapos) justo como termo coloquial para o símbolo da prosperidade. Originalmente o termo se referia àquelas antigas cédulas, de tamanho avantajado, que se podia bater ostensivamente no balcão da taverna. "Lappen", aliás, também é gíria para carteira de motorista.
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Riesen
Como o nome já sugere, "Riesen" (gigantes) não é qualquer dinheiro, mas sim um milhar de qualquer moeda que seja. Assim, hoje em dia, "zehn Riesen" é imediatamente entendido como "dez mil euros". Enfim, em termos financeiros, tamanho é mesmo documento!
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Pinkepinke
"Pinke" ou, dobrado, "Pinkepinke": o que parece linguagem infantil tem uma venerável origem. Do judeo-aramaico, "pinka" era empregado pelos judeus eslavos para designar nada menos do que a "caixa onde se guarda o dinheiro pago ao estalajadeiro pelos jogadores de carta". Mas o termo sem dúvida evoca o rosado som das moedas caindo num cofrinho – no estilo de "dim-dim".