Governo atende a pedido de pais preocupados com a segurança dos filhos no caminho para a escola, mas problemas de comunicação com empresa que pintou faixas resultam numa desastrosa ciclovia em zigue-zague.
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De boas intenções o inferno está cheio. Foi exatamente esse ditado que me veio à cabeça ao ver fotos e ler sobre uma nova ciclovia de Berlim, que causou furor na imprensa alemã e virou meme nas redes sociais. O trecho ganhou o título de ciclovia mais absurda da capital alemã.
A nova ciclovia tem cerca de 200 metros e foi marcada em zigue-zague ao longo de uma rua num bairro do sul da capital. Quando as primeiras imagens do trecho apareceram na internet, surgiram boatos de que a pintura era uma obra de arte ou uma forma de protesto.
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Com o tempo, foi revelado que não se tratava de nenhum dos dois casos. A via fica perto de uma escola primária, e os pais dos alunos pediram às autoridades locais que uma ciclovia fosse marcada na calçada, de modo que as crianças se sentissem mais seguras para pedalar na região.
O pedido foi acatado, apesar de se tratar de uma área onde a velocidade máxima permitida para automóveis é de 30km/h e onde, portanto, não haveria necessidade de criar uma ciclovia – as bicicletas podem e devem circular pela rua. Para agradar aos pais preocupados, a prefeitura local contratou uma empresa para marcar a tal ciclovia.
Aparentemente, não foi feito um estudo para determinar se a largura da calçada comportaria uma ciclovia, e também não foi dado à empresa contratada um plano de marcação.
Assim, a firma começou marcando a ciclovia dividindo igualmente o espaço entre ciclistas e pedestres, porém, como havia árvores no meio do caminho, os encarregados da obra tiveram a brilhante ideia de desviar o trecho nesses pontos.
Berlim cria ciclovia zigue-zague
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Quem anda de bicicleta, sabe que uma ciclovia com esse perfil é uma grande piada. Depois do desastre, a prefeitura admitiu que houve problemas de comunicação com a empresa responsável pela obra e afirmou que ela acabou interpretando a tarefa de uma maneira muito formal. A empresa agora terá que consertar o erro.
A ciclovia virou piada nas redes sociais e irritou alguns ciclistas, afinal, Berlim foi a primeira cidade da Alemanha a adotar um plano de mobilidade urbana que dá prioridade a pedestres e ciclistas. Um mês depois da votação do plano, surgiu uma ciclovia como essa.
O plano de mobilidade urbana é uma pequena revolução. Uma das medidas para tentar reduzir a emissão de gases que causam o aquecimento global é diminuir o número de carros nas ruas. Assim, o plano de mobilidade prevê, entre outros pontos, a expansão do transporte público e a renovação da frota de ônibus, com a compra de veículos elétricos; a criação de 100 quilômetros de ciclovias de longa distância que permitem o deslocamento rápido e seguro; além de aumentar a segurança para ciclistas em cruzamentos perigosos.
Berlim quer, no futuro, se tornar uma cidade modelo para ciclistas, mas muito ainda precisa ser feito para que se alcance essa meta.
Clarissa Neher trabalha como jornalista freelancer para a DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
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Além de fazer bem ao meio ambiente e à saúde, percorrer as rotas espalhadas pelo continente europeu é uma bela maneira de fazer turismo. Listamos os caminhos favoritos dos alemães, que são mesmo de tirar o fôlego.
Foto: picture alliance/Arco Images/K. Kreder
10º lugar: Ciclovia do Drava
Do Tirol do Sul, no norte da Itália, à Eslovênia, a rota de 366 quilômetros vai da nascente do rio Drava, nas Dolomitas, a Maribor, a segunda maior cidade eslovena. A maior parte do caminho corre paralelamente ao rio. Nos próximos anos, a ciclovia deve ser ampliada até a Croácia, chegando à foz do Drava, no rio Danúbio.
Das Montanhas dos Gigantes, nos Sudetos, a Cuxhaven, no norte da Alemanha, a rota tem 1.220 quilômetros. Às margens do rio Elba, a ciclovia passa pelas montanhas de arenito do Elba, pelas cidades alemãs de Dresden (foto) e Hamburgo, antes de terminar no Mar do Norte.
Foto: picture-alliance/ZB/P. Zimmermann
8º lugar: Via Claudia Augusta
O trajeto de 700 quilômetros vai de Donauwörth, na Baviera, até perto de Veneza. A Via Claudia Augusta é a mais antiga rota comercial romana através do Alpes. Ela passa pela beira do Lago di Resia, no Tirol do Sul. Quando o lago artificial foi criado, Alt-Graun foi inundada, e a torre da igreja da pequena cidade ainda desponta da água.
São 530 quilômetros, de Maloggia, na Suíça, a Passau, na Alemanha. Enquanto nas altas montanhas alpinas são necessárias fortes panturrilhas, no sopé dos Alpes na Baviera, a pedalada é mais leve. A cidade de Mühldorf (foto), às margens do rio Inn, é um dos pontos de passagem da rota.
Foto: picture alliance/A. Weigel
6º lugar: Atlântico – Mar Negro
Poucos encaram a rota completa, de 4,5 mil quilômetros, que vai do repleto de castelos Vale do Loire, na França, ao Mar Negro, na Romênia. A ciclovia liga cidades como Nantes, Orleans, Basileia, Linz, Budapeste, Belgrado e Bucareste. Na foto, o Castelo de Chenonceau, também conhecido como Castelo das Sete Damas, na região do rio Loire.
Foto: picture-alliance/ZB/W. Thieme
5º lugar: Ciclovia do Ádige
A rota de 300 quilômetros às margens do rio Ádige vai do Lago di Resia a Verona. O rio é mais longo na região italiana do Tirol do Sul e desemboca no Adriático. Grande parte da ciclovia corre paralela à Via Claudia Augusta.
Foto: picture-alliance/U. Bernhart
4º lugar: Ciclovia do Mar do Norte
Quase 600 quilômetros ligam o arquipélago britânico de Shetland a Bergen, na Noruega. Na rede de rotas cadastradas pela Federação Europeia de Ciclistas, o trajeto é chamado de Eurovelo 12. O trecho alemão passa por diques.
Foto: picture-alliance/Bildagentur-online/Klein
3º lugar: Ciclovia do Lago de Constança
A ciclovia é uma das três mais percorridas na Europa. São 260 quilômetros ao redor do Lago de Constança, localizado entre a Alemanha, a Áustria e a Suíça. Atrações urbanas como o centro antigo de Constança, no sul da Alemanha, complementam as belezas naturais do trajeto.
Foto: picture alliance/P. Seeger
2º lugar: Ciclovia do Reno
Da nascente do rio Reno, na Suíça, à foz no Mar do Norte, em Roterdã, a Eurovelo 15 tem 1.230 quilômetros de extensão. A rota corre paralela a umas das vias fluviais do mundo. Na foto, vê-se a antiga área portuária de Rheinauhafen, em Colônia.
Foto: picture alliance/H. Ossinger
1º lugar: Ciclovia do Danúbio
Esta é a ciclovia de longa distância preferida dos alemães. O trajeto tem 2.850 quilômetros de extensão e vai da nascente do rio Danúbio, na alemã Donaueschingen, ao delta, em Tulcea, na Romênia. A capital da Áustria, Viena, também faz parte da rota, que passa por oito países.