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Conferência sobre CSR

7 de maio de 2007

Ministros do Trabalho do G8 discutem as conseqüências da globalização e responsabilidade social empresarial (CSR) em Dresden. Como a CSR é implementada nas diferentes regiões do mundo? Veja uma comparação de DW-WORLD.

Trabalho infantil: sinal de irresponsabilidade social?Foto: AP

Os ministros do Trabalho dos países do G8 discutem em Dresden (de domingo a terça-feira, 06-08/05) as conseqüências sociais da globalização e a responsabilidade social das empresas.

A DW-WORLD fez uma comparação internacional sobre CSR (corporate social responsability):

Alemanha

Protestos em Leipzig contra cortes na área socialFoto: AP

A Alemanha tem um bom nome a perder. Existe uma velha tradição de que as empresas devem se preocupar com a situação das pessoas no país. Firmas com motivação cristã ou ética viam como sua obrigação, no século 19, garantir não só o salário, mas também aposentadoria e outros benefícios sociais aos trabalhadores.

Após a Segunda Guerra Mundial, durante o milagre econômico, a economia de mercado recebeu o atributo "social". E foi ancorado na Constituição o princípio de que a propriedade gera obrigações e que seu uso deve servir ao bem comum. Assim surgiu o "modelo alemão" – um diálogo aberto e vivo entre empresas, associações, sindicatos e políticos.

A imagem da economia alemã, no entanto, sofreu sérios arranhões nos últimos anos. Em 2006, apenas 32% dos habitantes do oeste (no Leste, apenas 18%) tinham uma opinião positiva sobre o sistema econômico alemão.

Graças à globalização, o tema CSR cruzou todas as fronteiras e voltou a se tornar imprescindível para empresas alemãs, embora ainda haja problemas na implementação. Isso apesar de muitas universidades pesquisarem sobre o assunto, dezenas de agências de publicidade assessorem as empresas no sentido de que digam efetivamente que fazem de bom.

Agora o governo colocou o tema em sua agenda e pretende pressionar as cerca de três milhões de empresas do país a se engajarem mais em atividades sociais e ecológicas. Esse processo deve desembocar numa auto-obrigação das empresas ou numa lei sobre CSR.

Kay-Alexander Scholz

Estados Unidos

A idéia de que as firmas têm uma responsabilidade não ligada à geração de lucros ou aos interesses dos acionistas é bastante difundida e controvertida nos EUA. Muitas empresas defendem a opinião de que firmas privadas não só devem oferecer as condições de trabalho previstas em lei mas também se empenhar pelo bem comum e pelo meio ambiente.

Outras empresas defendem que as empresas se concentrem apenas em seus negócios para gerar o máximo de empregos, o que também contribui para o bem-estar social. Mas há interseções entre as duas opiniões. Por exemplo, empresas que se engajam em atividades sociais ganham benefícios fiscais.

Sean Sinico

Continue lendo: CSR na América Latina, no Brasil e nos países árabes

América Latina

La Paz (Bolívia): não faltam oportunidades para atividade de CSR na América LatinaFoto: AP

O tema "responsabilidade social" avança muito lentamente na América Latina. Ele não é totalmente desconhecido, mas a prática das firmas é pouco conseqüente. Quando se fala de uma responsabilidade social sistemática, ela é implementada principalmente pelas grandes firmas nacionais e multinacionais. Em pequenas e médias empresas, a responsabilidade social depende sobretudo do ponto de vista do proprietário.

Um aspecto interessante, ainda que marginal, é o controle de padrões sociais e ecológicos por agências de certificação européias, que concedem "selos" a empresas que trabalham social e ecologicamente ou a seus produtos. Algumas firmas começam a usar esse instrumento como argumento para o ingresso nos mercados da Europa e dos EUA.

Em nível institucional, o tema "responsabilidade social" há algum tempo está na agenda do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid). O Bid organizou no final de 2006 a 4ª Conferência Interamericana sobre Responsabilidade Social em Salvador da Bahia. O encontro teve o lema "Um bom negócio para todos", o que também reflete a orientação do Bid.

Pablo Kummetz

Brasil

A responsabilidade social empresarial também foi o tema da primeira viagem do presidente alemão Horst Köhler à América Latina em março de 2007. Em São Paulo, ele visitou a Prensas Schuler, uma subsidiária alemã.

Impressionado com a lista de atividades da Schuler na área de CSR, Köhler perguntou ao presidente da empresa Paulo Tonicelli: "Os seus lucros são tão altos que você consegue pagar tudo isso?" Na Alemanha, sempre se diz que isso reduz a competitividade internacional das empresas, acrescentou o presidente alemão (leia a resposta do empresário e mais sobre CSR no Brasil no link abaixo: Responsabilidade social empresarial faz parte do negócio).

Geraldo Hoffmann

Países árabes

O Estado desempenha um papel central para garantir a assistência social básica da população na maioria dos países árabes. Nos países ricos do Golfo Pérsico, ele assume completamente essa função.

Em termos de assumir responsabilidade social, há grandes diferenças entre os países árabes. Muitas grandes empresas sabem da importância da aceitação social e tentam participar diretamente de atividades caritativas bem como de inúmeros projetos culturais, sociais e ambientais.

Outras apóiam iniciativas voltadas à educação nas escolas e universidades. Por exemplo, o milionário egípcio Samih Sawiris criou uma fundação para fomentar o desenvolvimento humano da sociedade de seu país.

Onde o Estado não tem condições de garantir a assistência social básica, são familiares dos necessitados ou grupos organizados, como a organização Irmãos Muçulmanos no Egito, que assumem tarefas sociais.

A maioria das pequenas e médias empresas nos países árabes são propriedades familiares e, por isso, automaticamente têm responsabilidade social por seu funcionários.

Loay Mudhoon

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