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Quarta onda de covid-19 em plena ascensão na Alemanha

13 de novembro de 2021

Merkel alerta para "semanas muito difíceis". Taxa de novos casos semanais por 100 mil habitantes bate recorde pelo sexto dia seguido. Especialistas pedem mudanças na gestão da pandemia.

Enfermeira com máscara faz teste de covid em uma pessoa
Alemanha registrou 45.081 novas infecções por coronavírus, 11 mil casos a mais que na semana passadaFoto: picture alliance/dpa

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, avisou que a Alemanha vai enfrentar "semanas muito difíceis", lembrando, em seu podcast de vídeo semanal, divulgado neste sábado (13/11), que há um ano os alemães se encontravam "em uma situação igualmente séria, mas agora existem vacinas". Ela fez um novo apelo para que os cidadãos se imunizem.

Na Alemanha, 67% da população está totalmente vacinada contra a covid-19, mas especialistas têm afirmado desde o início da pandemia que esse percentual não é suficiente para manter o vírus sob controle.

A chefe de governo expressou preocupação com a situação cada vez mais crítica em hospitais e frisou que todo paciente de coronavírus deve receber o melhor tratamento possível, mas que também deve haver espaço e pessoal nas clínicas para todas as outras pessoas que precisam de tratamento.

O Instituto Robert Koch (RKI), agência alemã de prevenção e controle de doenças, afirmou neste sábado que foram registradas 45.081 novas infecções por coronavírus, número que ultrapassa em 11 mil os casos registrados na semana anterior. O RKI também relatou 228 óbitos nas últimas 24 horas relacionados à covid-19.

Mais casos no sudeste

Além disso, a taxa de casos por 100 mil habitantes nos últimos sete dias voltou a bater novo recorde pelo sexto dia consecutivo, atingindo 277,4.

As cifras mais altas para o índice são registradas no sudeste da Alemanha. Na Saxônia, a incidência aumentou para 620,7, enquanto na Turíngia atingiu 514,4.

A Baviera contabiliza 478,7 casos por 100 mil habitantes. Nesses três estados alemães, a taxa de vacinação é menor que no restante do país.

A partir deste sábado, a Alemanha retoma os exames gratuitos para detectar covid-19. O anúncio foi feito na sexta-feira pelo ministro da Saúde, Jens Spahn.

A política de testes gratuitos, que eram realizados em farmácias, centros de testagem ou tendas instaladas em locais de grande movimento nas cidades, havia sido introduzida em março - em parte para compensar a inicialmente lenta distribuição de vacinas - e foi originalmente encerrada no mês passado, até como forma de incentivar que as pessoas se vacinassem.

Hospitais no limite

Devido ao forte aumento no número de infecções, a situação nos hospitais no sul e no leste da Alemanha vem piorando.

Na Baviera e em Baden-Wuerttemberg "já são realizadas transferências diárias entre hospitais para compensar e manter a funcionalidade", citam os jornais do grupo de mídia Funke um trecho de um relatório confidencial dos estados federais. Também em Hessen está se tornando cada vez mais difícil conseguir vagas em unidades de terapia intensiva.

O RKI apelou para que haja um retorno às restrições mais massivas e pediu que os cidadãos reduzam seus contatos.

Ajuda de militares

Reportagem publicada neste sábado pela revista Der Spiegel afirma que a Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs, querem disponibilizar 12 mil soldados até o Natal para apoio de hospitais em dificuldades e agências sanitárias sobrecarregadas.

Militares também devem atuar na aplicação de vacinas de reforço e de testes rápidos em lares de idosos e hospitais.

Alerta de especialistas

Em carta aberta publicada neste sábado na imprensa alemã, 35 médicos e cientistas renomados de toda a Alemanha apelaram aos governos federal e estadual para que mudem o curso da gestão da pandemia. "Cada dia de espera custa vidas humanas", diz o texto.

"Estamos profundamente decepcionados com a ameaça à coesão social e com a repetida negligência no tratamento do bem-estar das pessoas que dependem da proteção do Estado", prossegue o documento.

Os pesquisadores pedem a formação de uma equipe nacional de crise, reunindo especialistas em virologia, medicina e saúde pública, além de profissionais com experiência em gestão de clínicas e empresas.

md (Reuters, DPA, AFP)

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